Crítica | Kung Fu Panda 4 – Mais um “skadoosh” glorioso para a franquia

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Se há uma franquia que tem se destacado consistentemente em qualidade e entretenimento desde o seu primeiro grande filme em 2008, é indiscutivelmente Kung Fu Panda. Com três filmes excepcionais e um quarto recém-chegado aos cinemas, pode não ser o carro-chefe da DreamWorks, mas certamente é uma joia muito bem lapidada pelo estúdio ao longo desses 16 anos.

Essa combinação cativante de artes marciais, humor afiado e personagens memoráveis está de volta para uma aventura que traz consigo um sabor de despedida. Po, dublado magistralmente por Jack Black, agora enfrenta o desafio de passar o bastão adiante, enquanto busca um sucessor para o cargo que tanto lutou para alcançar. Mas antes disso, ele mergulha em uma jornada que revisita os momentos marcantes dos filmes anteriores – e seus principais vilões. Um desafio à altura de uma trama que direciona a franquia para outros caminhos.

A trama e o elenco de Kung Fu Panda 4

De fato, Kung Fu Panda 4 carrega consigo o peso monumental do legado da franquia, enfrentando a difícil tarefa de superar o já excelente terceiro capítulo – uma façanha que, na realidade, não alcança. No entanto, esse fato é de pouca importância diante de uma jornada agora mais espiritual e sombria, repleta de uma vilã camaleoa assustadoramente tenebrosa e amizades que redefinem os destinos de Po.

O adorável e agora maduro urso precisa abraçar o fardo de ser um líder espiritual, enquanto passa adiante o manto de mestre do kung fu (o poderoso Dragão Guerreiro) para uma geração mais jovem. Apesar de alguns tropeços na narrativa, estes filmes continuam a demonstrar que é possível unir emoção autêntica e sequências de ação meticulosamente animadas com humor leve e uma animação estilizada, resultando em uma série de filmes infantis que continua, impressionantemente, a evoluir a cada novo lançamento.

Infelizmente, os Cinco Furiosos ficam de fora desta vez, mas a essência da jornada de Po permanece inconfundível: ele trilha seu caminho para enfrentar uma das mais formidáveis vilãs já conhecidas, salvar o mundo e ainda descobrir que aquilo que tanto busca pode estar mais próximo do que imagina.

Ao lado da astuta e rebelde raposa Zhen, dublada pela sempre hilária Awkwafina, a dupla forma uma parceria que transcende, construindo uma amizade marcada pela força e pela compaixão. Embora o enredo não fuja do previsível e não busque reinventar a dinâmica clássica da saga, ele se diverte explorando novas possibilidades e cenários deslumbrantes. Apesar da falta das antigas relações entre Po e os Cinco Furiosos, uma nova equipe é formada, repleta de potencial e promessas.

Assim como nos filmes anteriores, a comédia física brilha com maestria, especialmente nos visuais extravagantes dos animais e nas expressões exageradas dos personagens. A dinâmica entre os dois pais de Po, o entusiasmado pato Ping e o idoso panda Li Shan, interpretados de forma hilária por James Hong e Bryan Cranston, respectivamente, é um ponto alto, representando dois extremos físicos (um urso grande e pesado e um pássaro ágil e esvoaçante). Sua presença adiciona um toque de doçura e humor a história.

Embora as cenas de luta sejam excelentes, nenhuma se destaca como algumas das sequências de ação épicas da franquia; no entanto, uma briga dentro de um restaurante, onde o chão oscila para frente e para trás, chega bem perto. O filme parece optar por uma abordagem mais suave em relação à violência gráfica em comparação com os anteriores, o que diminui um pouco a sensação de tensão crescente em face da ascensão da vilã.

O diretor Mike Mitchell (Shrek para Sempre) possui um excelente histórico em filmes animados e mostra mais uma vez sua habilidade de pegar filmes soltos no meio de franquias. Ele conduz o ritmo deste capítulo 4 com maestria, mantendo o filme acelerado do início ao fim, sem freios. Além disso, há momentos emocionantes e discursos sábios que são marca registrada da aventura, adicionando uma dose extra de coragem à narrativa. Mitchell não decepciona e entrega uma experiência que cativa até o público que nunca assistiu os filmes anteriores.

Veredito

O mais novo capítulo da jornada cativante do ursinho panda mais famoso do cinema é também mais um “skadoosh” glorioso para a franquia. Kung Fu Panda 4 pode não ser o episódio mais elevado, mas é sem dúvida uma história que mostra a constante qualidade que a DreamWorks coloca em seus filmes. Uma continuação divertida, enérgica e que abraça o coração pulsante dessa história cativante que tanto amamos.

Entretanto, é verdade que alguns elementos anteriores se perdem, e nem tudo se desenvolve e se justifica de forma fluida. Embora Kung Fu Panda 4 ofereça uma experiência animada excepcional e acima da média, é também o elo mais fraco da série, mesmo que essa diferença seja mínima. Com um tom de despedida e a sensação de que talvez a história criativa tenha atingido seu ápice, é possível que seja hora de permitir que Po desfrute de seus bolinhos e descanse após uma longa e memorável jornada no mundo do cinema animado.

NOTA: 8/10

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