Crítica | Ferrari tenta ser um filme artístico sem causar desinteresse

A palavra Ferrari já deixou de ser apenas um sobrenome italiano desde a metade do século XX, graças ao homem responsável por fundar a fábrica de carros de luxo mais conhecida do mundo: Enzo Ferrari. No filme biográfico sobre um dos desbravadores do mundo automobilístico, o diretor Michael Mann busca fazer algo muito grandioso, o que acaba não transparecendo na tela. Mas, para a alegria do público, o resultado final acaba sendo um produto divertido para assistir nos cinemas.

A trama de Ferrari

Em 1957, Enzo Ferrari vive um momento delicado de finanças na sua fábrica de automóveis. Enquanto encara turbulência na empresa, seu casamento também não vai muito melhor. O ex-piloto vê na corrida Mille Miglia a chance de dar a volta por cima e salvar seus negócios. Agora, o futuro da fábrica e da família Ferrari está nas mãos dos corredores.

Logo de cara, é possível perceber que Ferrari foi feito com o intuito de ser uma daquelas biografias que querem concorrer aos grandes prêmios, como já aconteceu com Bohemian Rhapsody e Rocketman. Isso começa com a escolha de um elenco estelar e passa pelo modo como o diretor conta a história. Isso é bom e ruim em diferentes pontos da produção.

O elenco do filme

O elenco é um dos pontos altos do filme. Adam Driver não se apoia apenas na caracterização bem feita da maquiagem. O Enzo interpretado por Driver é um personagem tridimensional e que não precisa de muitos diálogos para que o espectador entenda o que se passa na mente do ex-piloto. Penélope Cruz também está irretocável como Laura Ferrari, a mulher atormentada por um casamento falido e a perda recente de um filho. Sem entrar no lugar comum de colocar a mulher como louca, o longa mostra Laura como uma pessoa irredutível diante das tragédias da vida.

A atuação cai alguns pontos pela escolha do filme em não se decidir na língua que os personagens falam. Apenas com termos mais conhecidos sendo utilizados em italiano, os personagens falam com um sotaque que deixaria as novelas da Globo chorando de vergonha. Já é 2024, ou você decide ou usar a língua original, ou deixa o inglês sem sotaque. Uma decisão extremamente equivocada.

A direção

Michael Mann, o diretor, afirma que esse é o projeto de sua vida e isso é perceptível pelo modo como ele conta a história. Com diversas tomadas lentas e cenas sem diálogo para dar mais profundidade aos sentimentos que os personagens querem passar, Mann tenta fazer um filme mais artístico. Infelizmente, para ele, o objetivo não é alcançado e essas cenas até ficam sobrando diante de uma trama simples em um homem apostando tudo em uma corrida de carros.

Veredito

Essa escolha não deve refletir no público. Com pouco mais de 2 horas de duração, Ferrari diverte e os erros dele não são gritantes ao ponto de causar desinteresse no longa. Para quem quiser ver uma história de bastidor da vida do criador da Scuderia ou apenas um filme para passar o tempo, tem um prato cheio.

Nota: 7/10

Leia também: Ferrari | Conheça a verdadeira história que inspirou o filme


Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e também no Google News

Quer receber notícias direto no seu celular? Entre para o nosso canal no WhatsApp ou no Telegram.

Última Notícia

Mais recentes

Publicidade

Você também pode gostar: