Crítica | Kate – Mary Elizabeth Winstead quebra tudo em ação genérica

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Mary Elizabeth Winstead (Aves de Rapina, Rua Cloverfield 10) é uma daquelas atrizes que entrega. Tanto no drama quanto na ação, é uma verdadeira estrela e faz qualquer obra – por mais fraca que seja – ter uma boa dose de carisma. E é exatamente isso que rouba a cena em Kate, novo thriller de ação original da Netflix.

Enquanto a protagonista – inspirada em tantas outras personagens femininas badass – faz o trabalho dela, a trama se perde na linha tênue entre prestar uma homenagem e ser original. Ainda que tenha ótimas cenas de ação na estética neon, que é difícil não gostar, a sensação que fica é de que já vimos isso antes em tantos outros filmes muito mais entusiasmados e, convenhamos, enérgicos que esse.

A trama e o elenco

A trama começa com Kate conhecendo seu treinador, mentor e única família, Varrick (vivido pelo cômico Woody Harrelson). Ela é sua assassina despretensiosa. Ele faz os planos e ela faz a matança. A única regra é: eles não matam crianças. Então, quais são as chances – quando ela aparecer nas docas da cidade de Tóquio – de que seu alvo secreto seja uma adolescente rebelde (Miku Patricia Martineau)?

Claro que o dilema moral surge desse artefato de roteiro já tão batido nos filmes de ação, mas, com um adicional: ela tem apenas 24 horas de vida após ter sido envenenada. Ou seja, Kate não tem nada a perder em sua última e complexa aventura antes de morrer.

Parecido com o recente Gunpowder Milkshake, que também navega na mesma vibe, o longa extrai sua essência das cenas de ação extravagantes e da química afetiva entre a personagem de caráter duvidoso e a criança que precisa salvar das garras do mal.

A protagonista é praticamente uma amálgama de tropos femininos em filmes do gênero, desde o treinamento exaustivo para ser uma assassina sanguinária por sua figura paterna, até seus homólogos masculinos subestimando-a, até mesmo a proteção de uma criança com a qual ela não tem nenhuma relação.

A diferença é a velocidade vertiginosa das cenas de ação rivalizando com sucessos como John Wick. As sequências são brutais e implacáveis. E tudo feito de forma impressionantemente verossímil, ou seja, exigiu bastante esforço físico de Winstead e isso, por si só, já vale o tempo gasto assistindo.

A direção

A condução narrativa de Cedric Nicolas-Troyan (O Caçador e a Rainha do Gelo) é enérgica, acelerada e funciona dentro do estilo, mas pouco inspirada em inovar. Não há surpresas e a técnica replica apenas os mesmos clichês habituais.

A violência gráfica, por sua vez, ainda que moderada, pelo menos adiciona alguma empolgação ao roteiro sem brilho e familiar – diferente de obras recentes como o péssimo Jolt (Leia a crítica). O cineasta trabalha bem as cenas explosivas, mas deixa a história perder o interesse sempre que o drama assume o controle. Por vezes é o tédio que domina e, uma vez que o roteiro se afoga nesse oceano de trivialidades, é difícil sobreviver.

Conclusão

Apesar do enredo consideravelmente previsível e genérico, Mary Elizabeth Winstead é uma estrela de ação e tem uma presença realmente notória em Kate. Fora isso, o filme traz estilo visual suficiente, humor ácido e ação de tirar o fôlego para ser uma experiência satisfatória, mesmo quando entrega exatamente o que podemos esperar dele. De fato, é a mesma receita habitual, mas com novo nome, e que, pelo menos, é servida com boa dose de vingança que nos mantém entretidos. A típica obra que utiliza estilo, violência e sangue para disfarçar o enorme abismo da falta de originalidade.

Nota: 6/10

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