Crítica | Dois é Demais em Orlando – Comédia da Globo aos moldes Sessão da Tarde

No Brasil não é nada raro ouvir que o cinema nacional se resume à comédias da Globo ou filmes de crime. Apesar de errada e provavelmente saída da boca de pessoas que não assistem filmes brasileiros com frequência, essa ideia mostra a visão do público geral sobre as produções nacionais. Em Dois é Demais em Orlando, existe um pouco da comédia da Globo no meio, afinal estamos falando de uma produção Globo Filmes, mas a parte da produção vinda de fora do país ajuda a tentar fazer uma comédia ao estilo dos filmes americanos da década de 1980. O resultado é um filme que flutua bastante, mas que pode pavimentar um caminho para sequências melhores.

Os erros e acertos de Dois é Demais em Orlando

João está prestes a sair de férias e realizar seu sonho de infância: conhecer os parques de diversão em Orlando, Flórida. O que ele não esperava é que sua chefe lhe pedisse para ser babá do filho dela, Carlos Alberto. O que era pra ser uma companhia de só algumas horas, acaba sendo uma verdadeira parceria de viagem e os dois tem que acabar se aturando e estragando as férias um do outro.

Com uma história bem rasa, Dois É Demais em Orlando se apoia em sua figura central: Eduardo Sterblitch. Com o carisma e a habilidade em comédia, o ator consegue conduzir o filme de uma maneira que não fique enfadonha para o espectador. Sterblitch também consegue fazer dos seus trejeitos algo natural e que não fique apenas com cara de um filme que apenas pegue o ator e o coloque em diferentes cenários.

Mas a força do protagonista não é a mesma para o elenco de apoio ao redor de Eduardo. Carlos Alberto, interpretado por Pedro Burgarelli, é um personagem que precisaria de alguém talvez mais carismático, mas é difícil exigir isso de um ator mirim. Infelizmente o mesmo se estende para seus pais, Clara e Ricardo, interpretados por Luana Martau e Anderson Di Rizzi. Os pais de Carlos Alberto são de longe a parte mais fraca e até mesmo vergonhosa do filme, indo do sem graça à vergonha alheia em certos momentos.

O que fica ainda mais evidente com os coadjuvantes menos utilizados no filme. Polly Marinho e Estevam Nabote estão muito bem nos papeis de Maristela e Nelsinho. Ao final do filme, fica até uma vontade de ver mais dos dois personagens e imaginar que poderiam ter mais tempo de tela.

Claro que o filme em si é só uma grande propaganda de parques da Universal, que também produziu o projeto. O que dá visuais bonitos e fora do habitual para o brasileiro, mas também fica com uma cara de comercial no mesmo estilo que Renato Aragão já fez com o Beach Park em O Noviço Rebelde, lá de 1997.

Veredito

Dois é Demais em Orlando pode não ser nenhuma obra prima, mas mira bem seu alvo: a molecada. Uma opção boa para os pais que quiserem levar os filhos ao cinema e depois ter que aturarem diversos pedidos para irem a Orlando.

Nota: 6/10

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