Baseado no livro de 2014 de Anthony Doerr, ‘Toda Luz Que Não Podemos Ver’ é uma minissérie da Netflix criada por Steven Knight e Shawn Levy. O drama de época segue as histórias de uma garota francesa cega que trabalha para a Resistência e de um garoto alemão que ajuda os nazistas, que estão presos em Saint-Malo, devastada pela guerra. Enquanto Marie-Laure quer acabar com a guerra e trazer a paz à França, Werner está apenas tentando sobreviver aos chefes implacáveis que prosperam durante este período.
Estrelado por Aria Mia Loberti e Louis Hofmann como protagonistas, o programa leva os espectadores a uma jornada emocionante para trazer à tona o lado humano da guerra. Explora a vida de inúmeras pessoas presas em situações difíceis que precisam encontrar uma saída para a confusão. É difícil pensar em alguma luz no meio de uma guerra, mas essa é exatamente a mensagem que o programa e o título estão tentando transmitir. Explora o tema da luz, especialmente aquela que não podemos ver, de várias maneiras à medida que a história avança.
ALERTA DE SPOILERS!
O que “Toda Luz que Não Podemos Ver” significa?
Na série, Marie e Werner crescem ouvindo alguém chamado professor no rádio, que fala sobre a luz que não podemos ver. Para uma menina cega como Marie, seus ensinamentos trazem muita esperança, pois o conceito de que existe algo verdadeiro e puro que pode ser mais sentido do que visto, como uma luz, é o que a move. Para Werner, ouvir o professor no rádio por si só é um crime punível com a morte como alemão. Mas ele não se importa porque os ensinamentos do professor lhe dão esperança e o fazem sentir que há alguma luz além de toda a escuridão de sua triste vida de órfão.
Segundo Doerr, o título é em parte uma simples referência ao tipo de luz que não é visível a olho nu, como as ondas de rádio, que constituem uma parte crucial da história. No caso de Marie, ela não vê sua condição como uma maldição, mas provavelmente como um obstáculo que ela aprendeu a encontrar uma maneira de contornar. No programa, seu pai, Daniel, continua treinando-a desde tenra idade para usar seus outros sentidos do tato e da audição para ajudá-la a ver as coisas com mais clareza do que as pessoas com visão. Ela fica tão boa nisso que aprende a ser autossuficiente e, na maioria das vezes, muito prestativa com as pessoas. Por exemplo, quando Daniel precisou encontrar a chave certa em um monte enorme, Marie conseguiu identificá-la muito mais rapidamente do que qualquer outra pessoa, porque usou melhor seus outros sentidos.
Para Doerr, esta luz também tem um significado metafórico em termos das histórias escondidas dentro da guerra, que foi o seu propósito ao escrever o romance. Ele optou por explorar detalhadamente as histórias de Marie e Werner para ajudar as pessoas a ver o lado mais humano de uma guerra e não apenas os fatos e relatos do número de pessoas que morreram por causa dela. Essa luz oculta também é uma referência ao tipo de possibilidades que se abrem para uma pessoa se ela apenas tentar ver as coisas além do óbvio. Isso se aplica muito à situação de Marie, que procura trazer luz à vida de todos. Com sua presença, ela dá a Daniel um motivo para continuar, deixa Madame Manec feliz e ainda ajuda seu tio-avô Etienne, o professor, a superar o medo de sair de casa. Também pode ser por isso que sua última mensagem para ela foi: “Um tigre é mais feliz morto do que em uma gaiola”, já que ele se sente grato por finalmente estar livre e superado seu medo do ar livre antes de morrer, tudo graças a Marie.
Marie também é a luz que Werner não consegue ver, pois nunca a conheceu, mas a voz dela o ajuda nos momentos mais difíceis, assim como o professor fez. Etienne também traz luz para a vida de Marie e Werner, contando-lhes fatos e ensinando-lhes, por meio da analogia de um pedaço de carvão, que a luz pode durar para sempre dentro dele, mas a escuridão desaparece assim que você acende a luz. Para Etienne, esta foi a sua forma de pregar a paz para ajudá-lo a esquecer as atrocidades e as trevas que testemunhou durante a guerra. Ele ensina sobre essa luz invisível como professor porque deseja que outros que sofrem como ele tenham esperança para que possam se abrir para melhores possibilidades.
De certa forma, tal como o autor pretendia, o rádio também funciona como uma espécie de guia para todos os personagens principais. Mesmo quando crianças, Marie e Werner não se conhecem nem quem é o professor, mas ainda o veem como alguém que traz luz às suas vidas, proporcionando-lhes palavras e músicas suaves. O rádio torna-se então a paixão de Werner, sem a qual sua vida não faz sentido. É também uma espécie de arma para Marie, que pode usar a voz e a audição para se comunicar pelo rádio.
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