Como a greve de atores de Hollywood afetará indústria mundial?

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Hollywood parou pela primeira vez em 60 anos! A greve dos atores em Hollywood terá efeitos a curto, médio e longo prazos na indústria audiovisual do mundo, segundo Marcio Rodrigo Ribeiro, professor do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM.

O comitê de negociações do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) anunciou a greve, que passa a valer a partir da meia noite desta sexta-feira, 14, após mais de um mês tentando acordos com produtoras e canais de streaming. O comitê reivindica reajuste de salário e regulamentação do uso de inteligência artificial na escrita de roteiros. 

“Artistas que estão com produções em lançamento, como é o caso de ‘Barbie’ e ‘Oppenheimer’, não poderão promover seus filmes, e isso afeta diretamente a distribuição e consequentemente a bilheteria. Além disso, haverá mais atraso no cronograma de produções, que já estavam sem roteiros e agora talvez sem atores e atrizes para interpretar as histórias”, diz Ribeiro.

“A Marvel studios já havia anunciado atraso na agenda de lançamentos, inclusive para o novo Vingadores. O gap será ainda maior, afetando, portanto, faturamento e receita nos cofres das majors.” 

O uso da Inteligência Artificial em obras audiovisuais esconde outra questão que é a do direito de imagem. Recentemente, cresceu o debate a partir do comercial da Volkswagen com Elis Regina. Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito, aponta que não é proibido pela lei reviver uma pessoa a partir da Inteligência Artificial.

“O que se deve observar é que o direito da imagem é sempre da própria pessoa e quando ela falece esse direito é transmitido aos seus herdeiros, que poderão negociar um contrato de cessão com empresas que tenham interesse em fazer uso da imagem de pessoas já falecidas”, diz.

O especialista observa que provavelmente será usado um disclaimer, ou isenção de responsabilidade, em quaisquer obras audiovisuais todas as vezes em que houver a utilização de tecnologia para reviver pessoas falecidas.

Fonte: Márcio Rodrigo, professor do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM e Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM

Sobre a greve

A última rodada de negociações entre o sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA) e os representantes dos grandes estúdios (AMPTP) terminou sem um acordo, segundo a Variety, e o contrato entre as duas associações expirou oficialmente na madrugada de hoje (13).

Isso significa que a greve dos atores já é uma realidade – em um comunicado oficial, o SAG-AFTRA revelou que o comitê de negociações aprovou unanimemente a recomendação de greve. Ainda pela manhã de hoje, a diretoria do sindicato deve se reunir para oficializar a paralisação.

Representantes do SAG e da AMPTP deram declarações antagônicas à imprensa após a falha nas negociações. Fran Drescher, presidente do sindicato dos atores, disse que os estúdios responderam de forma “insultante e desrespeitosa” aos pedidos dos intérpretes.

“O SAG-AFTRA negociou de boa fé. Estávamos ansiosos para chegar a um acordo que atendesse suficientemente as necessidades dos atores, mas as respostas da AMPTP às propostas mais importantes que trouxemos à mesa foram insultantes e desrespeitosas à nossa contribuição massiva para esta indústria. Os estúdios se recusaram a abordar significativamente alguns tópicos, e em outros apenas bloquearam nossas propostas. Até que eles estejam prontos para negociar de boa fé, não podemos nem começar a pensar em um acordo“, comentou ela.

Enquanto isso, a AMPTP liberou uma declaração oficial delineando propostas que supostamente foram oferecidas ao SAG-AFTRA durante as negociações. A organização se disse “profundamente desapontada pela decisão do sindicato de abandonar as discussões“.

“Esta é uma escolha do SAG, e não nossa. Fazendo isso, o sindicato rejeitou as propostas históricas que trouxemos para a mesa, incluindo aumentos de pagamento, de residuais e de aposentadorias, ampliação dos planos de saúde oferecidos pelos estúdios, proteções para atores no processo de escalação, diminuição dos períodos de contrato para séries de TV, além de um regulamento ousado sobre o uso da inteligência artificial para reproduzir a aparência dos intérpretes. Ao invés de continuar as negociações a partir desse ponto, o SAG-AFTRA nos colocou em um caminho que só vai aumentar as dificuldades financeiras de milhares de pessoas que necessitam da nossa indústria para colocar comida na mesa“, disseram.

A paralisação não só deve barrar as filmagens de muitos projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como também impedir a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos e a caminho dos cinemas.

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