Das sombras ao estrelato: A ascensão da A24 no Oscar

Publicidade

Desde que foi fundada em 2012, a queridinha dos cinéfilos A24 significa hoje um respiro para o chamado “cinema de arte” num mundo dominado por blockbuster de super-heróis. Mas nem sempre o caminho pela floresta sombria da bruxa foi fácil. O crescimento da empresa começou de forma sutil e demorou para encontrar seu público, que na época estava vidrado em filmes como Vingadores.

Após distribuir algumas obras menores e marcar presença aqui e ali em festivais pequenos, foi só com a chegada de A Bruxa internacionalmente que a A24 fez o gênero dar um giro de 360º e, por consequência, chamar a atenção de quem buscava algo menos explosivo do que os filmes da Marvel e DC.

Com a atenção capturada pelo público, logo o estúdio conquistou mais projetos e mais visibilidade em eventos do ramo. Em apenas 4 anos de existência nesse planetinha competitivo do cinema, em 2016, a juvenil A24 marcou sua primeira entrada no prêmio máximo da indústria do cinema, o Oscar, quando Brie Larson (que ironicamente iria vir a fazer parte da Marvel em breve) ganhou o troféu de Melhor Atriz pelo emotivo O Quarto de Jack e Amy, documentário sobre a cantora Amy Winehouse, levou o de Melhor Documentário. Ex_Machina: Instinto Artificial, também distribuído pela produtora, levou de Melhor Efeitos Visuais.

Em 2017 o jogo virou rapidamente e, da infância, a A24 amadureceu e provou seu valor quando Moonlight não apenas foi indicado a Melhor Filme, como também venceu na categoria e mais outras duas, consagrando o estúdio como o maior daquele ano. Com tamanho sucesso, cresceu também a demanda e a distribuidora pequena de Nova York ganhou fãs pelo mundo todo, incluindo, claro, o Brasil, apesar disso, até hoje não possui distribuição massiva por aqui, uma mágoa terrível para os amantes brasileiros.

Agora, dona de um Oscar importantíssimo e um currículo invejável de filmes alternativos, o fenômeno A24 estava apenas começando, uma vez que nascia também grandes nomes da indústria, como Ari Aster (Hereditário e Midsommar) e Robert Eggers (O Farol), cineastas esses responsáveis por colocar o cinema de horror de volta aos trilhos e no caminho das maiores premiações.

Eis que chegamos em 2023 e agora a A24 se torna não apenas a favorita da 95ª cerimônia do Oscar, como também recebeu um número recorde de indicações: 24 nomeações ao todo, para combinar com seu nome. Sendo que o surreal e icônico Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo é o grande responsável por todo esse sucesso estrondoso.

O filme da dupla Daniel Kwan e Daniel Scheinert – que aliás também são os responsáveis por Um Cadáver Para Sobreviver, que, segundo o infográfico especial do portal ExpressVPN, é um dos filmes fundamentais para assistir caso você tenha se apaixonado pelo novo hit da A24 – conquistou nada menos do que 11 indicações, incluindo de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Atriz. E se depender da varrida absurda que está fazendo em todas as premiações desde seu lançamento, o filme deve mesmo levar a estatueta máxima da noite e transformar a A24 na maior concorrente dos grandes estúdios, como a Netflix, a Disney e a Warner Bros. Isso é uma jornada e tanto do herói.

Outros filmes do A24 que também receberam indicações em 2023 foram A Baleia, concorrendo nas categorias de Melhor Ator para Brendan Fraser (o favorito da noite), Melhor Atriz Coadjuvante para Hong Chau e Melhor Maquiagem e Penteado; Aftersun, indicado ao prêmio de Melhor Ator para queridinho Paul Mescal; Passagem, que garantiu a Brian Tyree Henry uma nomeação a Melhor Ator Coadjuvante; o drama Close, indicado a Melhor Filme Internacional e até mesmo na categoria de Animação há um concorrente forte, o fofíssimo Marcel the Shell With Shoes On.

Com isso, o caminho rumo a ascensão da A24 foi meteórico e hoje o estúdio permeia diversas conversas sobre o futuro do cinema – sendo parte importante dessa transformação de perspectiva. Há quem diga que agora, após ganhar fama mundial, a queridinha dos cinéfilos se transformou em uma enorme máquina de fazer dinheiro, sendo comparada à Marvel Studios, mas também há quem defenda que os filmes menores e mais tocantes da A24 são feitos para preservar o lado autoral dos realizadores e essa vertente cult e célebre do cinema.

Mas arte é arte, seja em Capitão América ou em Minari, o mais importante nessa discussão é manter a tradição do cinema vivo, assim como a liberdade do público de escolher e amar o que está afim de assistir e se entregar. De fato, uma coisa é certa: E que venha mais Oscars para a A24 e que esse incentivo sirva para criar mais projetos singulares para que possamos nos apaixonar ainda mais por esse mundinho cinematográfico.

Os vencedores do Oscar 2023 serão revelados em cerimônia que acontece em 12 de março.

Leia também:


Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e também no Google News.

Quer receber notícias direto no seu celular? Entre para o nosso grupo no WhatsApp ou no canal do Telegram.

Última Notícia

Mais recentes

Publicidade

Você também pode gostar: