Crítica | Treze Vidas: O Resgate – Um mergulho angustiante e selvagem

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É muito difícil evitar comparações entre Treze Vidas: O Resgate (Thirteen Lives) – nova produção original do Prime Video – e Apollo 13, outra história da vida real de um resgate heroico contra todas as probabilidades possíveis. Além do título numérico (claro), ambos os filmes dependem da sensibilidade e empatia do público, algo que o diretor Ron Howard parece ter vocação para extrair.

Histórias inteligentes e realistas conquistam e emocionam sem precisar de muito, especialmente quando a engrenagem que move tudo para frente é uma disputa entre a força do espírito humano e o poder avassalador da natureza. E dessa vez, o novo filme de Howard faz a releitura de uma tragédia que causou comoção global e, como podemos imaginar, mergulha profundamente no íntimo da catástrofe e nos aspectos visuais da ação. Ainda que demasiadamente lento, a imersão é estarrecedora.

A trama e o elenco

Antes de qualquer coisa, é importante recordar que em 23 de junho de 2018, 12 meninos (e um técnico de 25 anos) da província tailandesa de Chiang Rai faziam um passeio de bicicleta e entraram na caverna Tham Luang, no norte do país, para se proteger do mau tempo. A chuva ficou intensa e a água subiu muito rápido, deixando o grupo preso no local. As fortes chuvas inundaram parcialmente a caverna e os garotos foram dados como desaparecidos. As operações de busca começaram imediatamente, mas o nível da água dificultava o acesso das equipes de resgate. E o filme do Prime Video centraliza sua trama na vertente do resgate, realizado por mergulhadores ingleses.

Mesmo se já estiver ciente do resultado dessa busca – tendo em vista a cobertura global que essa tragédia gerou – isso não diminui em nada a tensão alcançada pela narrativa. O “final feliz”, ainda que importante, não faz diferença, uma vez que o enredo entretém e intriga através de sua jornada até ele. E muito disso se deve às performances brilhantes do elenco, em especial Colin Farrell (Animais Fantásticos) e Viggo Mortensen (Capitão Fantástico), que saem do tradicional e entregam personagens ricos em camadas – que são bem exploradas pela direção.

Ainda assim, há deslizes perceptíveis, principalmente quando Treze Vidas: O Resgate se torna muito mais técnico e utiliza as artimanhas do cinema (como trilha constante e sustos) para provocar relações diversas no espectador do que, de fato, contar uma história sensível, sem pesar a mão na terrível glamorização de Hollywood. O diretor se atém a fidelidade, mas evidentemente transforma a tragédia em um produto do cinema dramático de ação. Mas, de qualquer forma, trata-se de um filme, não é mesmo? Um relato audiovisual que necessita de certa espetacularização para funcionar. E pode ter certeza que as sequências nas cavernas e as filmagens subterrâneas são espetaculares por si só.

A direção

Apesar de ser uma história conhecida, Ron Howard (No Coração do Mar) ainda encontra brechas para surpreender com reviravoltas bem encaixadas no roteiro. A versatilidade do diretor de longa data em Hollywood mostra toda a sua habilidade em contornar o óbvio e se aproveitar do que realmente funciona dentro de um filme. Este é um cineasta no auge de seus poderes de decisão e parece estar confortável em contar uma história levemente fora das ficções que costuma fazer, ainda que, como já dito, não perde a oportunidade de exibir seus dons para o cinema de ação. Vai do público aceitar isso ou se incomodar com o fato de que o ponto de vista dos meninos não tem voz ativa. É um drama de sobrevivência sobre eles, mas que os coloca como meros dispositivos de roteiro.

Conclusão

No auge do cinema de super-heróis, por vezes ver um filme sobre pessoas comuns realizar atos notáveis é uma preciosidade que não podemos dispensar. E Treze Vidas: O Resgate é extremamente bem-sucedido em nos lembrar que o heroísmo vem do ser humano normal e não de deuses nórdicos ou super soldados. Esta montanha-russa emocional envolve, sufoca e recria – com muita precisão – a tragédia real que serve de palco para o diretor Ron Howard brincar.

Ainda que levemente espetacularizado por Hollywood, a produção do Prime Video se atenta aos detalhes e se esforça para desenvolver seus personagens, mesmo que de forma lenta. O mergulho, no fim das contas, encontra seu final feliz, mas, até lá, tortura o espectador pela jornada claustrofóbica.

NOTA: 7/10

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