Crítica | ‘Stargirl’ pode não ser perfeita, mas é melhor que suas “irmãs” da CW

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Das páginas de gibis desconhecidos do grande público para as telas de um serviço de streaming moribundo da DC, Stargirl tinha tudo para ser uma série medíocre no nível de suas “irmãs” do canal CW. Mas, com a liberdade de explorar o vasto mundo de heróis antigos e o histórico de legado da editora de quadrinhos, a produção se destaca pelo clima leve e fan service sem se tornar alienante para o público não-nerd. Mesmo com seus problemas, a série de heróis teen é uma das melhores estreias da temporada. 

Dez anos se passaram desde que a Sociedade da Justiça da América foi destruída pela sua contra parte maligna, a Sociedade da Injustiça da América. Pat Dungan, ajudante do herói Starman e um dos poucos sobreviventes do ataque, seguiu com sua vida e se muda para a pequena cidade de Blue Valley. Junto com sua esposa, Barbara, seu filho, Mike e sua enteada, Courtney Whitmore, ele espera poder aproveitar a vida no interior. Para a surpresa de Pat, o cajado do Starman escolhe a jovem Courtney, que acredita que o herói estrelado é o pai que ela jamais conheceu e que desapareceu exatamente na mesma noite em que a SJA foi destruída. Assumindo o manto de Sideral, a garota descobre que a Sociedade da Injustiça ainda planeja suas maldades, diretamente da própria Blue Valley. 

A estrutura simples da trama ajuda muito no desenvolvimento de Stargirl. Sem se preocupar demais com os pormenores de planos e conveniências de acontecimentos, a série se foca em explorar esse mundo heroico que já existe no mundo fictício em que é situada. Por conta justamente dessa simplicidade, cada episódio se foca mais em mostrar a relevância e desenvolvimento dos personagens. 

Por um lado isso se torna um ponto positivo, porque realmente cria uma ligação do espectador com cada membro do nova Sociedade da Justiça que vai se formando ao longo dos episódios, mas ao mesmo tempo se torna um problema por depender das atuações, que flutuam muito para cada membro do elenco. 

Um dos destaques positivos é Luke Wilson como Pat Dungan. Ao assumir o papel de uma figura paterna, Wilson não só se torna um pilar para a protagonista, mas para todos os jovens heróis, que, convenientemente, tem problemas em sua relação com os pais. Brec Bassinger também entrega uma Stargirl divertida, mais pautada no carisma no que na habilidade de atuação em si. Com suas caras e bocas dignas de um desenho animado, Bassinger faz o espectador torcer para seus planos, por mais bobos que pareçam, deem certo. Meg DeLacy, que faz Cindy Burman, a antagonista de Courtney e Mark Asworth, o cavaleiro andante, também merecem uma nota. Personagens interessantes que com mais tempo de tela certamente roubariam a cena. 

Mas o restante do elenco adolescente realmente deixa a peteca cair no termo atuação e carisma. O trio restante da Sociedade da Justiça, formado por Homem-Hora, a Doutora Meia-Noite e a Pantera, são facilmente os integrantes mais fracos e dificultam muito na hora de torcer pela equipe. 

Justamente por ser uma primeira temporada, a série muda muito de qualidade a partir de sua metade final, que é quando as apresentações já deixam de ser o foco e a trama passa a ser mais importante para cada episódio. 

Os visuais também são um destaque de Stargirl que consegue fazer uniformes e poderes bem fiéis aos quadrinhos ao mesmo tempo em que moderniza algumas coisas até mesmo pegando emprestado da concorrente, Marvel. Apesar disso, os efeitos especiais deixam muito a desejar, principalmente nas lutas. 

Ao fim da temporada você percebe que a série teve mais qualidades do que defeitos e, por se basear justamente no carisma de seus protagonistas, sentimos que fazemos parte da jornada inicial desse mundo. Pode não ser perfeita, mas certamente vai te deixar ansioso por uma segunda temporada. 

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