Crítica | Divórcio

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A comédia nacional anda cada vez mais em alta nos cinemas, nos últimos anos temos tido bons títulos como: Minha Mãe é Uma Peça, Até que a Sorte nos Separe, Mato sem Cachorro, esse último dirigido por Pedro Amorim que nos traz uma ótima surpresa, Divórcio, uma comédia caricata porém longe dos estereótipos convencionais que estamos acostumados.

O filme conta a história do casal formado por Júlio (Murilo Benício) e Noeli (Camila Morgado), que se casam na década de 90 e juntos constroem uma grande fábrica de molho de tomate cujo nome carrega o shipp do casal: Juno. Porém, o dinheiro, as atividades cotidianas da empresa, e a busca desenfreada pelo luxo, fazem com que o amor dos dois vá se esfriando, até que um estopim desencadeia na separação e consequente divorcia que dá nome ao filme.

Até aqui parece tudo normal, porém os elementos que compõem o filme é que o enriquece. Como background para trama não temos a cidade grande ou o nordeste tão explorado nos filmes nacionais. A história se passa em Ribeirão Preto, e retrata com sarcasmo a vida no abastado interior de São Paulo, o comportamento dos novos ricos, e como não poderia faltar, tudo isso embalado por muito sertanejo universitário.

Com sotaque arrastado e risadas caricatas, Murilo e Camila exageram, porém, entregam o humor necessário. Aqui não há piada forçada fora de hora, o timing é usado no tempo certo. O filme transita entre a comédia, o drama, o suspense e o romance e faz com que o espectador o acompanhe em todas essas etapas satisfatoriamente.

O elenco ainda conta com excelentes contribuições como os melhores amigos do casal Sofia (Luciana Paes) e Milton (Thelmo Fernandes), os advogados que são interpretados pelos experientes André Mattos e Angela Dip e a surpresa que é o ator Gustavo Vaz, intérprete do cantor sertanejo Cantaduva, uma alegoria aos “Sorocabas” da vida.

Vale enaltecer ainda a trilha sonora que traz uma vida a cada cena, com excelentes transições e contagia o público. E sem contar o cuidado que é perceptível com os efeitos especiais, prova que o cinema nacional tem evoluído e tem sim produto pronto para ser exportado.

Divórcio chega sem muito alarde, mas arranca boas risadas de quem optou por ele. Prova de que o cinema brasileiro está constantemente se reinventando.

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