Crítica | Lino – uma aventura de sete vidas

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Talvez um dos maiores divisores de águas dos últimos tempos no cinema brasileiro, não é fácil escrever uma resenha sobre Lino. Dono de um visual realmente impressionante para uma animação brasileira, o filme encontro no roteiro e desenvolvimento suas principais limitações.

O longa conta a história de Lino, um animador de festas azarado que vê sua vida fracassando cada vez mais dia após dia. Cansado de esperar que sua sorte mude, Lino resolve consultar Don Leon, um mago que promete mudar completamente sua vida. Após participar de um ritual de magia mal sucedido, o protagonista se transforma em seu pior pesadelo: o gato que usava como fantasia. Agora Lino e Don Leon partem em busca de reverter os efeitos da transformação e devolver à Lino sua vida fracassada.

Com grande potencial gráfico e com uma equipe espetacular de dubladores (incluindo Selton Melo e Luiz Carlos de Moraes), o filme até cativa pelos traços caricatos dos personagens e a personalidade cativante do herói, mas perde o público mais velho ainda nos primeiros minutos. Diferente do que temos acompanhado nos últimos tempos, a animação não possui grandes sacadas nem diálogos bem construídos, fatores determinantes para ampliar a audiência e captar dos pais aos filhos. Claramente voltado para o público infantil (até sete anos), o roteiro de Rafael Ribas é simplista e sua história pouco anda, fazendo com que seus 90 minutos se arrastem na sala de cinema.

Apesar das falhas, é muito importante destacar que o filme é um marco brasileiro para o gênero. Quem acompanha o mundo das telonas sabe que há uma hegemonia americana histórica com relação à producoes de animação. Estúdios como Disney/ Pixar dominam o universo e deixam pouco espaço para que se insurjam produções concorrentes. Deste ponto de vista Lino é uma grande vitória. O longa consegue entregar uma experiência visual de encher os olhos, fazendo com que você realmente esqueça que está vendo um filme produzido nas terras tupiniquins.

Em meio às críticas, vale ainda um destaque: ao público a que se destina, o filme parece ser um sucesso. Ao menos nas sessões em que eu e alguns amigos fomos, a criançada adorou as trabalhadas do gato e seus companheiros. Sendo assim, talvez Lino represente algo muito importante para o cinema nacional: um passo modesto na direção certa.

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