Alta tecnologia e baixa qualidade de vida: conheça o distópico universo Cyberpunk

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Com a estreia de Blade Runner 2049 nos cinemas, muitos estão sendo apresentados ao universo cyberpunk só agora, afinal, Blade Runner de 1982 é, provavelmente, a obra precursora desde mundo futurístico que eu tanto amo! Mas você sabe exatamente o que é?

Cyberpunk é um sub-gênero da ficção científica, ou seja, é um sci-fi como vários que conhecemos por aí, porém com características únicas e que tanto fascina os fãs. Cyber vem de cibernético, atrelado à tecnologia e ao artificial. Punk é como o próprio estilo musical, algo marginalizado que quer ir contra o sistema estabelecido pela sociedade. Por isso, a primeira dessas características é a famosa “High tech, Low life”, que significa “alta tecnologia e pouca qualidade de vida”. No universo cyberpunk, o mundo futurístico é dominado por grande corporações, com uma tecnologia elevadíssima em contrapartida de uma sociedade pobre, com cidades cheias de luzes e sujeira. De forma geral, o cyberpunk é como se fosse uma previsão de um futuro distópico.

Para quem gosta deste universo, o livro Neuromancer, de William Gibson, se torna uma obrigação de consumo. Neuromancer é um livro de 1984 que praticamente introduziu o conceito de inteligência artificial. Pensa bem, o livro é de 84! É incrível pensar que a tanto tempo atrás alguém já teria ideia do que poderia ser uma possível rede de computadores, coisa impensável na época. Gibson trouxe o conceito de “pichador virtual” para o indivíduo cyberpunk. De acordo com ele, essas pessoas são potenciais revolucionárias que irão utilizar essa insatisfação com o sistema para protestar contra essas grandes corporações que destroem a sociedade cada vez mais. Ainda de acordo com ele, este indivíduo tem que literalmente vandalizar o que o sistema considera correto e trazer prejuízo a ele, mas sempre com o intuito de trazer a revolução e NUNCA ganhar dinheiro ou recompensas em cima disso. Já os personagens de protagonismo geralmente são considerados hackers ou heróis revolucionários anti-sistema. De alguma forma, os protagonistas vão de encontro com o governo e tudo o que ele representa para a sociedade. Em um mundo caótico, onde os meros mortais só podem aceitar a realidade, estas pessoas são luzes do fim do túnel.

Lawrence Person, escritor americano e grande responsável por disseminar o conceito de cyberpunk, diz que “Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros distópicos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano.” Este conceito é muito bem representado em Ghost in the Shell, onde a maioria das pessoas, incluindo a protagonista Major, possuem implantes cibernéticos como forma de minimizar os “danos” de serem humanos, como doenças, perdas de membros, etc. Portanto, o questionamento de até onde a tecnologia deve ser introduzida na vida das pessoas é constante.

O cyberpunk tem várias características únicas. A partir do momento que você vê uma foto qualquer no Google, você saberá na hora se ela é ou não uma foto deste universo. Blade Runner (1982) é o grande responsável por trazer algumas dessas características, como os já citados “mundo sujo, predominantemente a noite, extremamente tecnológico” e super lotado, com pessoas aparentemente pobres ou passando necessidades. Neuromancer também traz estes conceitos, continuados até hoje.

Esta estética visual é muito bem representada no filme Akira, de 1988. Esta é uma animação japonesa histórica, que trouxe o conceito cyberpunk junto a uma qualidade de animação que até hoje é impressionante. Para quem não sabe, Akira foi todo desenhado a mão e a 24 FPS (frames por segundo). Até hoje nós temos animações famosas com menos FPS. Com uma história incrível, Akira representa a cidade de Neo Tokyo (nova Tóquio, após ela ser destruída) exatamente como Blade Runner e Neuromancer descreveram. Mesmo com uma tecnologia de ponta, a sociedade está um verdadeiro caos, cheio de protestos, com políticos e empresários corruptos até os dentes querendo mais e mais dinheiro. Você também pode conferir o cyberpunk na já mencionada Ghost in the Shell, outra obra de arte, e Cowboy Bebop, todos animações japonesas sensacionais!

Akira (1988)

Ghost in the Shell, lançado em 1995, teve uma versão hollywoodiana em 2017 com Scarlett Johansson que, apesar das críticas à história em si, principalmente por não ter focado muito na filosofia por trás da versão original, trouxe o verdadeiro universo cyberpunk, com uma fotografia maravilhosa e um verdadeiro paraíso para os amantes dessa estética. O 95, como exemplo de sua grandiosidade, é considerado a maior influência para a trilogia Matrix. Muitas vezes assistimos filmes famosos e nem sabemos que ele faz parte de um universo único e que vale a pena ser explorado.

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)

Sabendo disso, segue uma pequena lista de obras famosas, que curto bastante, que você precisa assistir para se introduzir ao cyberpunk. Caso goste, pesquise e vá muito além! 

  • Blade Runner;
  • Blade Runner 2049;
  • Ghost in the Shell – O Fantasma do Futuro;
  • A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell;
  • O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final;
  • Akira;
  • Trilogia Matrix;
  • O Vingador do Futuro (as versões de 1980 e 2012 – sendo a de 2012 pior);
  • O Sobrevivente;
  • Dredd;
  • Minority Report
  • Robocop – O Policial do Futuro.

Ah, se possível, ouça essa música durante sua pesquisa. Eu adoro! 😉

 

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