A rivalidade esportiva é comumente associada com questões amorosas. Seja pelo lado da competição e de envolver uma paixão dos atletas ou pelo lado sexual da atividade física, explosão muscular e suor. Se aproveitando dessa analogia, Rivais chega aos cinemas mostrando um complicado triângulo amoroso com Zendaya como o pilar principal. Entre saques e raquetadas, o filme acaba em um morno meio termo que não empolga.
Índice
Os acertos e erros de Rivais
Tashi é esposa e treinadora de Art, um atleta profissional de tênis em um momento de baixa na carreira. Como uma ex-atleta que deixou as quadras por conta de uma lesão, ela busca o melhor para o marido voltar aos grandes torneios do esporte. Para isso, ela o inscreve em um campeonato pequeno, onde ambos encontram Patrick, um antigo amigo que acabou se tornando desafeto dos dois. Entre flashbacks e revelações, aprendemos que existe muito mais por baixo dessas relações do que parece.
Rivais teria mais potencial se abraçasse mais um dos dois lados no qual ele fica se equilibrando o tempo todo. Com tomadas longas e ritmo mais lento, ele tenta vender a ideia de um filme mais denso do que realmente é, apenas deixando o longa cansativo em diversos momentos. E isso o afasta de uma trama de romance mais leve que também poderia ser a saída. Em várias cenas está óbvio o que o filme vai fazer, mas ele segue o caminho da câmera lenta e foco no rosto dos personagens, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.
A trilha de Rivais também é um destaque negativo, além da música eletrônica alta que serve quase como uma placa de “aplausos” para as cenas de tensão sexual, todo flashback vem com um hit da época em que se passa. E tudo soa artificial, como se alguém buscasse músicas que fizeram sucesso no ano “X” no Google e colocasse de acordo com o ano em que cada flashback se passa.
E, para um filme em que a trama roda ao redor do tênis, a direção falha bastante na partida final. Durante todo o filme vemos diversas partidas interessantes e que direcionam a trama e os sentimentos do espectador para o lado que o filme quer. Mas, o momento final do longa faz escolhas ruins para tentar criar uma dinâmicas que não funciona, tirando todo o peso do jogo que, em teoria, é o resumo do que o filme foi até ali.
O ponto mais positivo de Rivais fica por conta da atuação. O triângulo amoroso dos protagonistas é intensificado pela qualidade de Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor. Ainda que cada um represente um clichê desse tipo de relacionamento (a pessoa dividida, o parceiro mais certinho e o cafajeste), a dinâmica entre os atores cria uma química que, mesmo entre os inúmeros erros do filme, convence o espectador.
Veredito
Rivais não é um filme ruim, mas também está longe de ser bom. Se ele se assumisse como algumas das narrativas que ele tanto flerta ao longo de suas duas horas, talvez ele fosse mais memorável. No fim das contas, é uma versão água com açúcar que se vende como uma cachaça forte.
Nota: 6/10
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