Crítica | Stranger Things: 4ª temporada (Parte 2) – O monumental e sublime clímax de 4 horas

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Conhecida pelo modelo tradicional de maratona, pode ter parecido inicialmente frustrante a Netflix decidir dividir a 4ª (e demorada!) temporada de Stranger Things em duas partes – e para piorar, deixar apenas dois episódios sobrando para o “final”. Porém, nada nessa série cai na monotonia e os criadores não dão ponto sem nó. Com mais 4 horas adicionais ao Ano 4 – que funciona como um colossal clímax – o tédio e a falta de ritmo da Parte 1 dá espaço à um desfecho digno do fenômeno global que a série se tornou.

A narrativa volta aos trilhos

Sem entrar em spoilers profundos, é bom finalmente ver o estilo de narrativa ramificada – que foi estabelecido na primeira parte – finalmente convergir de uma maneira que parece incrivelmente satisfatória ao espectador. Os primeiros sete episódios pulavam constantemente da Califórnia para Hawkins para a Rússia, e embora ainda haja uma boa quantidade disso na Parte 2, na maior parte, consegue reunir os inúmeros personagens de uma maneira que compensa a paciência que foi necessária no começo. O trem nunca saiu dos trilhos, mas agora encontra seu rumo sem depender de conveniências e facilidades bobas de roteiro.

Se na Parte 1 algumas subtramas parecem sem sintonia, menos necessárias para a história como um todo, agora a Parte 2 remedia o tempo arrastado e corre para concluir todas as pontas soltas deixadas. Por exemplo, agora Eddie (Joseph Quinn) funciona para a trama e deixa de ser apenas um alívio cômico preguiçoso, assim como Argyle (Eduardo Franco).

Will (Noah Schnapp) – deixado de lado antes – agora entrega algumas das cenas mais emocionantes da série (como um todo) ao sofrer por seu amor reprimido pelo distraído Mike (Finn Wolfhard). Na realidade, alguns outros membros do elenco entregam suas melhores performances até aqui, destaque para Sadie Sink, Millie Bobby Brown e David Harbour. Há uma tonelada de ação desenfreada e chuva de efeitos especiais bem realizados, que impulsionam de forma emocionante a trama, mas uma das coisas mais impressionantes sobre esses dois episódios finais está, acima de tudo, no equilíbrio com momentos de ternura e no carisma do elenco fortíssimo.

O ritmo melhora

É fato que a duração da 4ª temporada como um todo é gigante para uma série tradicional. E mais fato ainda que isso cansa o público com pouco tempo de sobra para maratonar. Mas a história realmente se estica para explorar todas as subtramas e, por vezes, se arrasta demais onde poderia acelerar. São muitas perguntas, muitos mistérios e muitos grupos em tela. A ação divide espaço com diálogos afetuosos e tudo isso acontece ao mesmo tempo. E, como o programa acumulou um elenco bastante extenso ao longo dos anos, parece importante honrar todos nessa reta final do “começo do fim”. Agora com toda a trama já estabelecida, o desfecho não para pra respirar.

Para deixar o ritmo ainda mais frenético, a direção e a montagem trabalham magnificamente a tensão. Pela primeira vez em muito tempo, realmente parece que podemos perder alguns desses personagens queridos (só parece!), e isso contribui para o excelente suspense apresentado. Ainda assim, se o episódio 9 fosse dividido em dois episódios, toda a resolução teria sido ainda mais imersiva e envolvente.

Dinheiro foi gasto

Considerando a 4ª temporada como um todo, é surpreendente o quanto os criadores Matt e Ross Duffer foram capazes de realizar para um streaming. Ambos os episódios 8 e 9 (o 9 em particular) parecem imensos filmes blockbusters em todos os sentidos, especialmente nos efeitos, acrobacias e design de produção. Dos desertos da Califórnia ao sombrio e tenebroso Mundo Invertido, tudo é simplesmente incrível e mais elegante do que Stranger Things jamais foi. A ambição que marca essa penúltima temporada se estende a cada parte desses episódios, especialmente o enredo.

Vecna é o vilão dos vilões

Outra genialidade dos criadores está em resgatar pontas soltas do passado e finalmente unir todas as histórias. Ou seja, nos dar respostas satisfatórias sobre os mistérios nunca explicados, como a própria criação do Devorador de Mentes e a origem do Vecna (Jamie Campbell Bower), assim como sua jornada pela dimensão obscura após ter sido enviado para ela pela Eleven. E por falar em antagonistas, Vecna ​​continua sendo formidável, tão assustador e ameaçador como sempre. E ah, sua quase “morte” no final lembra e muito mais uma de suas inspirações, o Freddy Krueger.

Um final épico está por vir

Os dois episódios finais da 4ª temporada de Stranger Things são o clímax sublime que o fenômeno mundial tanto prometeu entregar. Uma jornada emocional, repleta de ação, ternura e que eleva a tensão ao nível máximo. Em termos cinematográficos, o Vingadores: Ultimato da série.

Tanta energia acumulada e emoções contidas explodem no desfecho monumental, um triunfo para a história construída com amor e carinho desde 2016 e que estabelece o cenário apocalíptico e provocante para a 5ª e última temporada que está por vir. De modo geral, essas quatro horas ambiciosas da Parte 2 contêm tudo que um fã de Stranger Things poderia pedir. E de surpresa, veio muito mais.

NOTA: 9/10

Leia a crítica da Parte 1 da 4ª temporada de Stranger Things!


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