Crítica | Venom: Tempo de Carnificina é ridículo do começo ao fim

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Venom: Tempo de Carnificina é o grande lançamento de 2021 para os fãs de comédias românticas. Ao melhor estilo Recém-Casados, com Ashton Kutcher, ou qualquer uma das comédias de Adam Sandler dos anos 2010, Eddie Brock e Venom começam a nova aventura praticamente como um casal que não para de brigar. A definição não é nem minha, mas do próprio diretor, Andy Serkis, que descreveu o filme assim, evidenciando que os personagens estão passando por uma crise no relacionamento, o fim da lua de mel – cheia de simbionte, no caso.

Seja para o bem ou para o mal, toda a paspalhice do roteiro serve para o intuito do estúdio, tirando da figura do Venom o vilão que conhecemos nos quadrinhos e transformando-o em algo muito próximo de um anti-herói risível. Um equilíbrio até mesmo interessante de um personagem que é inteiramente estúpido, mas também é completamente perigoso. Toda a comicidade que segue Eddie Brock e seu parceiro ajuda até mesmo a relativizar as atitudes da criatura, fazendo com que tudo não passe de uma grande volta no parquinho.

Venom: Tempo de Carnificina não perde muito tempo em criar um contexto para que a história se desenvolva. Em poucos minutos, já fica claro tudo o que move a trama: Eddie e Venom estão brigando constantemente, e Cletus Kasady está na pena de morte. Não demora muito para que Carnificina entre na jogada – o que é bom, considerando que a uma hora e meia de filme, em alguns momentos, parece ser algo mais próximo de quatro horas.

O roteiro não é nem um pouco elaborado e, como um bom filme paspalhão, a intenção parece ser justamente essa. Os motivos para Cletus querer matar Eddie Brock nunca ficam muito claros, mas, de novo, ninguém da produção parece muito preocupado em criar uma mitologia significativa ou em dar qualquer peso para a história.

A presença de Andy Serkis na direção é mais uma das coisas que não funciona muito bem. As cenas de ação se resumem a um amontoado confuso de preto e vermelho, e é tudo muito, muito, muito escuro. Fazer cenas de ação à noite é um truque comum para facilitar a utilização de CGI, mas, sendo bem honesto, acho que Venom: Tempo de Carnificina não tem sequer uma cena que se passa de manhã. E nem mesmo isso salva o filme de uma ação bagunçada e caótica.

A química entre Eddie e Venom, se é que podemos chamar assim, é a base dessa mitologia que está sendo criada e, por incrível que pareça, é realmente boa. Os diálogos são relativamente interessantes e Tom Hardy sabe se virar dentro dessa comédia romântica, abraçando de vez que Venom não é nenhum vilão, mas algo mais parecido com uma criatura que balanceia humor com violência. Chega a ser bizarro ver um dos maiores vilões do Homem-Aranha em uma rave, fazendo um discurso sobre aceitação e liberdade de expressão, enquanto é ovacionado por jovens chapados. Sim, isso acontece.

Claramente, a Sony ainda tem grandes planos para o futuro da simbionte e, mais cedo ou mais tarde, eles terão o amigão da vizinhança presente nesta grande comédia romântica. De algum jeito maluco, é engraçado perceber como o personagem de Tom Holland, o mais pastelão das três interpretações do aranha, pode se encaixar dentro desse relacionamento de Eddie e Venom, formando um ménage maluco.

No fim das contas, o Venom do cinema se resume a isso: comédia pastelão, crises de relacionamento, cenas de ação confusas e motivações que ninguém se importa. E é mais curioso ainda reparar em como o título do filme faz muito jus ao que estamos vendo. Venom: Tempo de Carnificina é, do primeiro ao último minuto, uma carnificina total com o que o personagem um dia foi nos quadrinhos. Ridículo do início ao fim.

Nota: 2/10


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