Crítica | Atypical: 4ª temporada é incrivelmente atípica

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É triste, mas é a realidade: após quatro anos, é hora de dizer adeus a Atypical.

Atenção este texto contém spoilers sobre a nova temporada da série! Se você não terminou de assistir tudo, aconselho que retorne depois.

Criada e escrita por Robia Rashid (How I Met Your Mother), a queridíssima série norte-americana original Netflix acompanha Sam Gardner (Keir Gilchrist), um jovem com traços de autismo que precisa encarar os desafios da adolescência, ao mesmo tempo em que conquista a própria independência.

Com leveza ao abordar assuntos sérios, e, muitas vezes, pesados, Atypical consolida sua principal essência. A combinação entre o tom dramático e o humorístico caiu tão bem na temporada atual quanto nas anteriores — pode-se dizer que em uma porção ainda maior.

Desde os momentos iniciais, a temporada preocupa-se em fechar as pontas soltas, não só do terceiro ano, mas também do passado, e já começa a despertar uma nostalgia no telespectador. A construção de cada cena é cuidadosamente delicada, a datar os cenários, enquadramentos e o roteiro. Outro ressalto é a sonora, que segue fielmente o ritmo da narração.

Fonte: Reprodução/Netflix

Uma temática de bastante destaque é o relacionamento entre os integrantes da família Gardner. Mais do que nunca, vemos laços fortalecidos de amizade, de companheirismo e de empatia – ainda que com alguns pequenos atritos vez ou outra.

Outro ponto é o amadurecimento de Casey (Brigette Lundy-Paine). Apesar de sua vida amorosa e acadêmica conturbada, a jovem desponta com atitudes e pensamentos mais equilibrados. Sua relação com o irmão, Sam, se torna ainda mais bonita e divertida, enquanto que a com Izzie (Fivel Stewart) e a com Evan Chapin (Graham Rogers) ganham um desfecho.

Depois de várias turbulências, que perdura desde a primeira temporada, a parceria entre Elsa (Jennifer Jason Leigh) e Doug (Michael Rapaport) enfim encontra uma constância. Nesse entrecho, o tempo foi um elemento fundamental.

Fonte: Reprodução/Netflix

A série acaba pecando um pouco em não colocar tanto em enfoque certos enredos, como o de Paige (Jenna Boyd) e Zahid (Nik Dodani), em especial, deste último. Por exemplo, a ligação entre o personagem e a aptidão para a enfermagem somente é retratada nos meados da temporada. Ademais, não fez muito sentido apresentar o segmento da mãe de Elsa, já que não houve tempo para desenvolve-lo.

Atypical é uma série fantástica em diversos aspectos. Além das características já descritas acima, o que a torna tão especial é o seu fator de representatividade. Infelizmente, encontramos hoje poucas produções que abrem espaços para personagens protagonistas com alguma deficiência. No entanto, essa, e outras produções como Demolidor (2015), Speechless (2016) e Special (2019), mostram que essa realidade está mudando.

A principal moral desta temporada repousa na ideia de acreditar em seus sonhos, e se empenhar ao máximo para torná-los reais, mesmo que as coisas não saiam tão bem como o planejado.

Fonte: Reprodução/Netflix

Em 10 episódios com cerca de 30 minutos cada, a quarta temporada de Atypical é incrivelmente atípica, deixando o telespectador com o coração quentinho, e até lhe arrancando algumas lágrimas. A tristeza pelo final é compensada pelo encerramento efetivo, porém é inevitável ignorar o gostinho de ‘quero mais’. Quem sabe a produção futuramente não ganha um spin-off? (Alô, Netflix).

Nota: 9.5/10

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