Crítica | Bloodshot é esquecível e sem personalidade

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Com o crescimento gigantesco dos filmes de super-heróis na última década é de se espantar que editoras menores que Marvel e DC não tenham corrido para os estúdios de cinema tentando fazer seu próprio universo render uma graninha. Com Bloodshot, a Valiant parece disposta a começar essa trilha de ter seus personagens na tela grande. Mas, ao contrário da origem da editora nos anos 90, quando utilizava os clichês do gênero para fazer paródia ou homenagens divertidas, o filme estrelado por Vin Diesel é esquecível e sem personalidade. 

Na trama acompanhamos Ray Garrison, soldado americano que é sequestrado por terroristas após uma missão de resgate de reféns. Ele vê a esposa ser assassinada diante de seus olhos e logo em seguida é morto, apenas para acordar sem memória do passado em um laboratório que aprimora soldados feridos em combate. 

O filme claramente se divide em dois momentos de análise: antes e depois de seu plot twist. Não se preocupe pois não daremos spoilers, mas é importante entender que essa virada torna o filme mais aceitável e até mesmo mais divertido. 

Jimmy Dalton (Sam Heughan) and Bloodshot (Vin Diesel) in Columbia Pictures’ BLOODSHOT.

Até metade do longa os diálogos são extremamente cafonas e a trama é muito furada, até mesmo para um filme de ação do Vin Diesel. Com a surpresa trazida ao público, algumas incoerências ficam claras e dão margem para a interpretação do que soa cafona ser proposital. 

O problema aí está na completa falta de habilidade de Vin Diesel em agir como um ser humano. Todo o arco dramático de Bloodshot é nulo por conta da falta de expressões e emoção do astro de Velozes e Furiosos. Mesmo com o plot twist, os diálogos seguem ruins e só são aceitáveis quando ditos por Guy Pearce, que já tem um doutorado em ser canastrão, e em Lamorne Morris, que rouba a cena com o personagem Wilfred Wigans. 

Apesar das boas cenas de ação, o filme ainda recorre ao batido sistema de câmera tremida em algumas lutas e os efeitos oscilam entre o muito bom e o total fracasso. É difícil entender como um simples efeito de tiro é mal feito, mas a cena de luta final inteira é digna de elogios. 

BLOODSHOT (Vin Diesel) in Columbia Pictures’ BLOODSHOT.

Quando se coloca alguém como Vin Diesel no papel principal, já é de se esperar que o personagem fosse completamente apagado para dar lugar ao ator. Bloodshot não é diferente e poderia facilmente se chamar “Triplo X agora é um robô assassino” ou “Velozes e Furiosos: Toreto agora é um carro”. 

A Valiant começa seu universo cinematográfico com o pé esquerdo, mas deve lucrar bastante com a quantidade de pessoas que ainda se dispõem a pagar ingressos de cinema pra ver o Vin Diesel fazer aquela cara de quem comeu e não gostou. 

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