Vermelho Monet | Começam as filmagens do novo filme de Halder Gomes

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O novo longa de Halder Gomes (“Cine Holliúdy”, “Os Parças”), VERMELHO MONET, estrelado por Chico Diaz, Maria Fernanda Cândido e Samantha Müller, começou a ser filmado em Lisboa, Portugal, onde equipe e elenco estarão por seis semanas. Uma coprodução da ATC e da Glaz Entretenimento, coprodução com Globo Filmes, em correalização com a Ukbar de Portugal, que conta com a participação de atores e parte da equipe portugueses. O filme tem apoio do Fundo Setorial do Audiovisual e distribuição no Brasil da Pandora Filmes.

Idealizado por Gomes, que assina o roteiro com colaboração de Michelline Helena, “o projeto passou anos latente até que a Mayra Lucas (produtora) leu o roteiro e viu nele uma história potente e autoral”, relembra o diretor. Mas, em seu inconsciente, o filme começa a ser estruturado muitos anos antes, quando ainda criança folheava enciclopédias e se encantava com as imagens das pinturas.

“Desde então a pintura nunca mais saiu do meu imaginário e cotidiano. Pirava nos livros de história e não me saía da cabeça que tudo que o ser humano conhece visualmente, da idade da pedra à popularização da fotografia, vem da retratação dos artistas. São milhares de anos representados por estas visões. É algo incrível de se pensar. E isso era o que mais me intrigava. Como desenho e pinto desde criança – e é o que mais gosto de fazer na vida -, o desejo de falar desse universo foi crescendo até o ponto de se tornar inevitável”, explica Gomes.

A pesquisa para o roteiro de VERMELHO MONET se confunde com a paixão do diretor pelas artes visuais, que sempre leu sobre pintores e suas obras. Em andanças por museus em viagens ao redor do mundo e em visitas aos lugares onde viveram grandes pintores, o roteiro foi se construindo no decorrer dos anos. “Ano passado passei o réveillon com a família em Auvers Sur Oise, diante da igreja que Van Gogh pintou em seus últimos dias. Estávamos absolutamente sós, não havia ninguém nas ruas. Já fui 3 vezes em Deflt, a cidade de Johannes Vermeer. Um dos últimos tratamentos do roteiro me dei ao luxo de escrever nos cafés parisienses – em Montmartre e Montparnasse -, nas mesmas mesas onde estiveram Picasso, Modigliani, Suzanne Valladon, Soutine, Monet, Peggy Guggenhein, Gertrude Stein etc. São quase 10 anos maturando a história e estudando profundamente o mundo e o sub-mundo do mercado das artes”.

Depois de se tornar reconhecido pelas comédias, o diretor se envereda num drama, numa grande virada narrativa e estética. “Mas é um universo de grande zona de confiança, pois sob o aspecto artístico o mundo da pintura é minha grande paixão”, comenta. “Quanto à narrativa, nossas vidas em si não são apenas comédia; todos nós lidamos com o riso e a tragédia no cotidiano. A experiência do ofício de realizador nos dá o conhecimento para poder transitar por gêneros e estilos. Algo como um pintor que muda de fase e paleta, mas as tintas são as mesmas”, completa.

Em VERMELHO MONET, Johannes (Diaz) é um pintor clássico que sempre teve seu talento à serviço dos interesses obscuros do mercado, até que decide recomeçar sua vida em Lisboa, ao lado de sua esposa Adele (Gracinda Nave), uma talentosa pintora com a carreira interrompida por um precoce e avassalador Alzheimer. Buscando inspiração para uma obra autoral, ele terá sua vida completamente transformada ao conhecer Florence (Müller), uma atriz internacional em crise criativa, e Antoinette (Cândido), uma marchand e connoisseur de arte.

Sobre a escolha do elenco, Gomes comenta que foi um processo desafiador: “eu procurava um ator que também fosse pintor; e o Chico Diaz, além de um grande ator que todos conhecemos, é um exímio artista plástico. Era preciso conhecer a sensação de pintar com o desejo que os grandes pintores faziam. O filme traz também uma atriz estreante, Samantha Müller. Foi uma grande pesquisa da produtora de elenco Alê Tosi, que encontrou a atriz com o perfil específico: ruiva natural, olhos verdes, sardas, pele cor de leite. É um ponto estético crucial no filme, portanto não poderia desistir ou tentar caracterizar. E nesse processo de casting, Maria Fernanda Cândido leu o roteiro e ficou encantada. Eu estava em Lisboa vendo locações e ela voou de Paris até lá para falarmos mais sobre o projeto”.

VERMELHO MONET “é uma história que transita pelo paradoxo da relação da finitude do artista e a permanência da sua obra”, finaliza o diretor.

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