Crítica | ‘Furiosa: Uma Saga Mad Max’ é excelente à sua maneira

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Reconhecer um bom filme não é uma tarefa que demanda muito esforço. Os créditos sobem e você simplesmente sabe que gostou do que viu, seja por conta da história bem contada, dos personagens cativantes ou até mesmo da técnica refinada. Identificar o brilhantismo, porém, pode ser um processo mais complicado.

Explico. Quando assisti a Mad Max: Estrada da Fúria pela primeira vez, não entendi logo de cara a genialidade do trabalho de George Miller. Minha experiência com o filme foi intensa, e era certo que estava satisfeito com o que havia sido apresentado. Entretanto, só fui entender que estava apaixonado por ele após muitos dias sem conseguir tirá-lo da cabeça. Hoje, quase 10 anos após seu lançamento, posso dizer com segurança que ainda não existe um filme como Estrada da Fúria. 

O que temos é Furiosa: Uma Saga Mad Max, o novo trabalho de Miller que serve como prelúdio para o filme de 2015, com foco na origem da personagem título. Vivida em Estrada da Fúria por Charlize Theron, Furiosa foi uma coadjuvante que roubou a cena e se tornou uma das personagens mais emblemáticas do cinema na última década. Agora, chegou a hora de ouvirmos sua história. Quem encarna a versão jovem da personagem é Anya Taylor-Joy.

Os acertos e erros de Furiosa: Uma Saga Mad Max

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Na trama, Furiosa é afastada de sua família por um grupo de motoqueiros lunáticos liderados pelo terrível Dementus (Chris Hemsworth). Assim, acompanhamos sua jornada brutal em busca de vingança em um mundo desolado e completamente dominado pelo desespero. 

Nas primeiras horas de filme já é possível entender que as propostas de Estrada da Fúria e Furiosa são bem diferentes. Enquanto o primeiro é uma experiência majoritariamente sensorial contada em alta velocidade, o segundo se dá ao luxo de desacelerar um pouco e trabalhar a construção de seu universo e desenvolvimento de personagens. 

A ação frenética ainda existe, assim como os carros de guerra e os personagens insanos. Porém — usando uma metáfora de estrada— enquanto o filme de 2015 caminha em linha reta, Furiosa faz vários desvios durante o percurso. Ambos chegam ao destino, mas as viagens são totalmente diferentes. 

Por mais que Furiosa seja parte de uma franquia, é nítido o desapego de George Miller com fórmulas prontas. O diretor (que também assina o roteiro ao lado de Nick Lathouris) consegue entregar um projeto que se destaca como original dentro de um universo preexistente. Sua preocupação está unicamente em reinventar um mundo familiar, e isso é bastante louvável. 

Somada a isso temos a performance bestial de Anya Taylor-Joy, que se distancia o suficiente de Charlize Theron para não copiá-la, mas não exageradamente a ponto de perder a essência da personagem. Chris Hemsworth está na outra ponta, encarnando um vilão que não poderia ter combinado mais com o universo de Mad Max. As atuações são bastante complementares, tornando a experiência ainda mais hipnótica e satisfatória. 

Veredito

Furiosa: Uma Saga Mad Max não é como Estrada da Fúria. Ele é algo completamente novo, sendo excelente à sua própria maneira. A estética e os personagens podem até ser familiares, mas a forma como Miller conduz a nova história de Furiosa dá uma roupagem especial para o longa. Quando os créditos sobem, você pode até não entender de primeira o que acabou de acontecer, mas depois disso será difícil tirar o filme da cabeça por um bom tempo. 

Nota: 10/10

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