Em ‘Antracite’, da Netflix, uma pequena cidade se torna o epicentro de uma série de crimes que mudam completamente a vida de seus moradores. A cidade é assombrada pelas coisas ruins que aconteceram no passado e, como resultado, tem todo tipo de histórias ao vento, com cada pessoa vendo-a de uma perspectiva diferente. A história do Culto Ecrins e do suicídio em massa de seus seguidores é uma das épocas e se torna central para a identidade da cidade, mas há outra lenda que se torna central para a história: a lenda da Virgem Negra. O que é e como é relevante para a trama?
ALERTA DE SPOILERS!
Índice
A lenda ficcional da Virgem Negra é importante para a trama de Antracite
Ao criar a história fictícia de ‘Antracite’, seus criadores se voltaram para eventos e pessoas da vida real para dar um toque de realismo à história. A parte do culto e o suicídio em massa se assemelha muito a um caso real de uma seita na França. Porém, ao criar a história da Virgem Negra, os roteiristas foram motivados mais pelo que a trama precisava do que focar no folclore e nas lendas que já existem no país e em sua cultura.
Na série, a presença da Virgem Negra é considerada um mau presságio. Acredita-se que se você vir a Virgem Negra em seus sonhos, alguém próximo a você morrerá. Embora toda a cidade conheça a lenda, raramente alguém vê a figura mística em seus sonhos e depois perde alguém próximo. A única pessoa que fica aterrorizada com a presença da Virgem Negra é uma jovem chamada Juliette.
Em 1994, mesmo antes do infame caso do culto de Ecrins e do suicídio em massa, Juliette já tinha pesadelos com a Virgem Negra. Ela revelou que a figura vinha até ela todas as noites, e isso a aterrorizava tanto que ela era incapaz de se mover, embora estivesse consciente durante todo o processo. A princípio, é visto como um presságio de algo ruim, que é o que a leva ao culto de Ecrins, segundo outras pessoas. Só muito mais tarde é que a verdade sobre os pesadelos é revelada.
Acontece que a Virgem Negra a que Juliette se referiu não era outra senão seu irmão, Claude. Ele estava em uma banda e usava uma camiseta que tinha as palavras “sozinho” escritas na frente e nas costas. As costas da camiseta também traziam a imagem da Virgem Maria. Todas as noites, Claude estuprava a irmã e, com o espelho bem na frente da cama dela, ela via as costas da camiseta dele refletidas no espelho. Ela veria as palavras “Enola” e, com a cor escura da camiseta, a Virgem Maria se transformaria na Virgem Negra.
Seu instinto de sobrevivência reprimiu o trauma, e ela só se lembrava de “Enola” e da Virgem Negra, e em vez do estupro, se lembraria dos pesadelos. A única maneira de entender isso era conectando alguma história, algum presságio, e é aí que a lenda da Virgem Negra entra em cena.
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