Chefão da HBO obrigava funcionários a criar contas falsas nas redes para responder críticos

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Mas gente? Casey Bloys, o atual CEO da HBO, pediu diretamente aos funcionários que criassem perfis falsos nas redes sociais para rebater críticas negativas sobre as produções originais da emissora.

A revelação vem de um artigo da Rolling Stone, baseado nos documentos de um processo movido por Sully Temori, um ex-funcionário que trabalhou na HBO até 2021, quando foi demitido logo após contribuir na produção de The Idol. Temori alega demissão injusta, alegando assédio moral e ameaças após compartilhar com um superior sua luta contra problemas de saúde mental.

Como parte de seu processo, Temori acusa seus ex-chefes de atribuírem tarefas que não estavam em sua descrição oficial, incluindo a criação de contas falsas no Twitter para responder às críticas das produções da HBO sempre que o então chefe de programação, Bloys, ordenasse.

O ex-funcionário apresentou à Rolling Stone mensagens e e-mails que demonstram como esse procedimento funcionava. Primeiro, Bloys apontava a atenção de Kathleen McCaffrey, vice-presidente de drama da HBO, para tweets ou comentários negativos específicos sobre as produções da HBO. McCaffrey, por sua vez, encarregava Temori de postar respostas de acordo com a vontade de Bloys, usando uma conta falsa. Uma dessas contas, que ainda está ativa, foi criada sob o nome fictício de Kelly Shepherd (@KellySh33889356) e tinha uma foto genérica de banco de imagens corporativo.

Em duas ocasiões, “Kelly” interagiu com o crítico da Rolling Stone, Alan Sepinwall. Primeiro, ela afirmou que a crítica negativa da série de fantasia The Nevers, criada por Joss Whedon, refletia as “opiniões seguras e assustadas” que ele geralmente expressava. Poucas semanas depois, quando Sepinwall fez uma crítica morna de Mare of Easttown, “Kelly” respondeu: “Alan estava errado sobre Succession, e está errado aqui novamente. Ele sempre erra porque está ocupado sinalizando sua virtude.”

Bloys também orientou os funcionários a responder a comentários negativos sobre sua gestão da HBO em sites da indústria do entretenimento, como o Deadline Hollywood. Em duas ocasiões, contas anônimas criadas a seu pedido zombaram de comentaristas do site, alegando que “a HBO está indo muito bem, obrigado” e proclamando que “Bloys é o futuro do entretenimento”.

Sully Temori e seus advogados argumentam que esses casos evidenciam uma cultura de bullying na HBO que o levou a desenvolver problemas psicológicos. A emissora negou as acusações de assédio à Rolling Stone, mas não se pronunciou sobre os comentários feitos nas redes sociais.

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