Crítica | Ruim Pra Cachorro – Um osso difícil de roer

Em uma era repleta de reboots e sequências, eis que surge Ruim Pra Cachorro (Strays) da Universal Pictures, tentando redefinir o gênero “filmes de cachorros falantes”. Mas, ao que parece, nem toda reinvenção tem pedigree. O que se apresenta é uma tentativa audaciosa de parodiar o subgênero, distorcendo os moldes dos clássicos com animais comunicativos. Contudo, com tanto palavrão e trama desajeitada, o filme por vezes soa como uma anedota contada por um pré-adolescente rebelde, apesar de suas ambições adultas.

A trama e o elenco de Ruim pra Cachorro

O cerne da narrativa gira em torno de Reggie, um Border Terrier de olhos inocentes, que nos oferece um monólogo interno sobre seu dono, Doug (Will Forte). Apesar do tratamento negligente e até abusivo de Doug, Reggie, dotado da voz cômica de Will Ferrell, permanece alegre e leal, quase como um contraponto irônico à sua realidade.

A aventura realmente começa quando Doug decide abandonar Reggie. Longe de casa, nosso protagonista canino se encontra com outros cães, como o esperto Bug (Jamie Foxx) e a sensível Maggie (Isla Fisher). Juntos, embarcam em uma missão que vai além de simplesmente encontrar um lar.

Sob o olhar irreverente do roteirista Dan Perrault e a direção travessa de Josh Greenbaum, o filme nos conduz por um labirinto de humor, às vezes grosseiro, outras vezes genuinamente engraçado. Com pitadas de metalinguagem, como a aparição de Dennis Quaid, o filme não tem medo de abraçar sua identidade satírica e constrói uma aventura que nos envolve.

A tentativa de ser uma paródia madura e escrachada do gênero, por vezes, mergulha na baixaria, mas sempre com uma piscadela cúmplice ao espectador. E, no final do dia, por trás de todo o verniz de humor ardido, há uma tentativa sincera de examinar o amor incondicional que os animais têm por nós, humanos falhos.

Veredito

Ruim Pra Cachorro, com seu charme desajeitado e humor atrevido, se posiciona como uma sátira ousada no universo de filmes sobre animais falantes. É um osso diferente, um tanto difícil de roer, e certamente não é o aperitivo para todos. Porém, para aqueles com um paladar para o humor mais ácido, pode ser uma deliciosa refeição.

O filme, de certa maneira, é uma tentativa de destilar o amor humano-animal em sua forma mais crua, e embora falhe em alguns aspectos, não pode ser totalmente descartado. E no fim das contas, o espectador é lembrado da inegável verdade: por pior que você seja, seu cão sempre o amará. Afinal, toda mordida tem seu lado carinhoso.

Obs: a dublagem brasileira está fenomenal, recomendo!

NOTA: 6/10

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