‘Oppenheimer‘ de Christopher Nolan segue a vida de J. Robert Oppenheimer, forçando seu trabalho no Projeto Manhattan e no desenvolvimento da bomba atômica. O filme traça a vida do protagonista, familiarizando o público com sua vida pessoal e levando-nos a sua mente, que fica cada vez mais insegura em criar algo que possa causar destruição em tal nível.
Em uma das cenas do filme, Oppenheimer fala sobre a culpa que sente depois que a bomba que ele criou matou centenas e milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki. Ele é convidado a conhecer o presidente Truman, que deseja parabenizá-lo pelo trabalho bem feito. No entanto, Truman conhece um perturbado Oppenheimer que teme ter o sangue de inocentes em suas mãos. É quando Truman o chama de bebê chorão, o que pode parecer um pouco rude, para dizer o mínimo, dadas as circunstâncias. Essa interação entre Oppenheimer e Truman realmente aconteceu? O presidente o chamou de bebê chorão? Vamos descobrir.
O presidente Truman chamou Robert Oppenheimer de bebê chorão?
‘Oppenheimer’ de Nolan é baseado no livro vencedor do Prêmio Pulitzer, ‘American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer‘ de Kai Bird e Martin J. Sherwin. O livro menciona o encontro entre Truman e Oppenheimer e o uso da palavra “bebê chorão”. No entanto, a linha do tempo entre os eventos reais e o que é mostrado no filme foi condensada para criar um efeito dramático.
O sucesso do Projeto Manhattan foi uma grande coisa para Oppenheimer, que teria comemorado o primeiro bombardeio em Hiroshima e lamentado não ter “desenvolvido a bomba a tempo de usá-la contra os alemães”. No entanto, seus sentimentos mudaram drasticamente quando a bomba caiu em Nagasaki, que o cientista considerou totalmente desnecessária. Ele carregou essa perturbação para seu encontro com Truman em 25 de outubro de 1945.
A essa altura, Oppenheimer estava convencido de que as bombas atômicas não trariam nenhum bem ao mundo. Ele também sabia que os soviéticos, ou qualquer outra pessoa, logo desenvolveriam sua própria tecnologia, alimentando ainda mais a guerra nuclear. Quando conheceu Truman, pretendia persuadir o presidente a criar um diálogo sobre armas nucleares em nível internacional. No entanto, Truman queria o apoio de Oppenheimer para aprovar um projeto de lei para entregar o controle da energia atômica ao Exército dos Estados Unidos.
Durante a conversa, Oppenheimer acabou lamentando ter sangue nas mãos. Como exatamente Truman respondeu continua sendo um ponto de discórdia, especialmente porque, nos anos seguintes, o presidente apresentou diferentes versões da história. Em uma versão, Truman deu seu lenço a Oppenheimer, pedindo-lhe que limpasse o sangue das mãos. Diz-se que ele ficou frustrado com a observação de Oppenheimer e mais tarde comentou: “Sangue nas mãos, droga, ele não tem metade do sangue nas mãos que eu tenho. Você simplesmente não sai por aí reclamando disso. Foi também quando ele chamou o cientista de “bebê chorão”.
Em outro relato da história, Truman disse a Oppenheimer para deixá-lo se preocupar com isso porque o sangue estava em suas mãos, não nas do cientista. De acordo com o livro, Truman disse a seu subsecretário de Estado, Dean Acheson, que nunca mais queria ver Oppenheimer em seu escritório. Ele também disse ter usado a palavra “cientista chorão” em uma carta que escreveu meses após a reunião para Acheson. Ele disse que Oppenheimer “passava a maior parte do tempo torcendo as mãos e me dizendo que havia sangue nelas por causa da descoberta da energia atômica”. Alegadamente, o aborrecimento de Truman com a observação de Oppenheimer também é atribuído ao fato de que o presidente queria assumir a responsabilidade pelo atentado, mas as palavras do cientista tiraram isso dele.
Qualquer que seja sua opinião sobre Oppenheimer, Truman o homenageou com uma menção presidencial e uma Medalha de Mérito em 1946. Enquanto isso, Oppenheimer continuou a falar sobre a proibição de armas nucleares e renunciou ao cargo de diretor de Los Alamos no final da guerra. A cena entre ele e Truman deve representar em poucas palavras seus sentimentos sobre o assunto. Mesmo que tenha sido dramatizado para servir ao enredo do filme, todo o incidente ainda captura um evento real.
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