Crítica | Exército de Ladrões: Invasão da Europa – Menos ambicioso e frenético que Army of the Dead

Antes de prosseguir com a franquia para frente, Army of the Dead: Invasão em Las Vegas retorna ao passado para fazer um prequel que se passa seis anos antes do filme original e que centraliza sua trama no alemão Ludwig Dieter, cuja habilidade está em conseguir abrir qualquer cofre do planeta em questão de poucos minutos. Sem Zack Snyder (Liga da Justiça) no comando, os holofotes são direcionados à Matthias Schweighöfer – que reprisa o papel, produz e dirige Exército de Ladrões: Invasão da Europa (Army of Thieves) – longa bem menos ambicioso e frenético que o anterior, e que deve desagradar quem busca filme de zumbis no estilo do que estava sendo construído, uma vez que essa trama funciona de forma contida e entrega um divertido filme de assalto convencional, com o apocalipse apenas como pano de fundo.

A trama e o elenco

De fato, é um prelúdio bastante fora do eixo central e que, ao invés de trazer alguma novidade para o futuro da franquia, se parece bem mais com um filme bônus – gravado simultaneamente – e que apenas serve para aprofundar a ambientação desse mundo caótico criado por Snyder.

Quando essa sensação de estar vendo algo sem propósito maior que apenas utilizar o senso de humor do talentoso Schweighöfer se dissipa, a ação é bastante animada e os personagens, por sua vez, até melhor construídos que os do apressado filme original. Dessa vez, há fôlego para fazer uma narrativa menos desordenada e que ganha pontos por apresentar um protagonista desajeitado, cômico e carismático, dentro de uma história feijão com arroz previsível.

Nessa trama de origem, Dieter é um YouTuber famoso que mostra na internet sua habilidade singular de arrombar cofres, porém, não demora muito para ser caçado e convidado à entrar em um grupo selecionado de criminosos cujo plano é invadir alguns dos cofres mais seguros do mundo – tudo isso antes do apocalipse que vemos em Army Of the Dead, uma vez que esse fim dos tempos está apenas no começo nos Estados Unidos quando a jornada do protagonista se inicia.

Liderado por Gwendoline (vivida pela fantástica Nathalie Emmanuel), a gangue enfrenta conflitos para provar seu valor e Dieter dá seus primeiros passos para se tornar um dos bandidos mais habilidosos do planeta. O elenco cumpre com o compromisso e Matthias Schweighöfer se mostra habilidoso na frente e por trás das câmeras.

A direção

Com forte presença na comédia, o diretor realmente tem um talento especial na forma como conduzir uma narrativa sem ser apressada demais ou empolgante de menos. A escolha dos planos elaborados dá ao filme bastante estilo e identidade própria. Sua visão amplificada de como fazer um thriller de ação dentro da linha – mas ainda assim criativo – possibilita o roteiro (extremamente confiante de onde deseja chegar) expandir a história para um viés mais pé no chão e, consequentemente, perspicaz que apenas colocar uma horda de zumbis sanguinários – feitos com toneladas de efeitos especiais – a cada dois minutos de projeção.

É um projeto menor e, como tal, há menos investimento e o foco fica por conta dos personagens e suas relações pessoais, destaque para a afetuosa química entre Schweighöfer e Emmanuel.

No entanto, as cenas de assalto são fracas e a direção falha no que deveria ser prioridade nesse tipo de filme: criar tensão. O senso de humor do protagonista e sua aptidão zero para lidar com o perigo acabam por compor um personagem unidimensional, que parece perdido dentro de sua própria história e desconfiado de que possa vencer no final.

Fora isso, previsibilidades, alguns furos de roteiro e tropos convencionais são aparentes aqui e ali durante toda a trama de longuíssima duas de duração para algo tão… minúsculo.

Conclusão

Assim sendo, Exército de Ladrões: Invasão da Europa é um thriller de assalto decente. Bem menos ambicioso e frenético do que Army of the Dead, mas que se sustenta por um protagonista divertido, uma direção coerente e bem mais estilosa do que a caótica narrativa de Zack Synder. Mesmo assim, não leva a franquia para lugar algum e, para os amantes de zumbis, sinto decepcionar, uma vez que este aqui apenas contextualiza o universo apocalíptico do original, reduz os monstros e foca mesmo em entregar algo mais contido e menos sangrento. É bom? Sim! Mas ainda falta substância.

Nota: 7/10


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