Crítica | Slender Man: Pesadelo Sem Rosto – Um dos PIORES filmes da década

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Convenhamos que encontrar histórias sinistras que possam render bons roteiros para filmes de terror não é lá uma tarefa tão complexa de ser feita hoje em dia, ainda mais com a Era da internet e os muitos segredos escondidos dentro da rede. E é exatamente desse mundo apavorante que surge a história de Slender Man, uma lenda urbana famosa em sites sobre contos de terror, que já rendeu jogos, livros e agora, finalmente, chegou à Netflix. Ou talvez tivesse sido melhor nunca ter chegado.

A trama e o elenco

Slender Man: Pesadelo Sem Rosto quase não chegou aos cinemas, após uma decisão de sua produtora, Sony Pictures, de cancelar o lançamento nas telonas temendo a bomba que poderia ser o terror nas bilheterias, no entanto, a decisão foi revogada e aqui estamos.

Realmente, em ano de obras como ‘Um Lugar Silencioso’ e ‘Hereditário’, fica complicado lançar algo tão fraco e sem vida dessa forma. Fora isso, o longa passou por diversos cortes até, de fato, agradar o público-teste nos Estados Unidos, algo que visivelmente modificou toda a trama, e não de uma forma boa.

A premissa é aquela velha história batida à la O Chamado: jovens libertam uma maldição macabra e precisam descobrir uma forma de fazer o vilão parar de persegui-las. Nesse caso, são quatro meninas protagonistas, que estão cansadas da vidinha meia boca na cidade pequena que vivem e buscam novas emoções, como por exemplo, assistir um vídeo online que diz conter a maldição do misterioso Slender Man, uma criatura que captura crianças e vive sempre à espreita nas florestas. Teria como dar certo? Não mesmo.

A direção

A direção de Sylvain White (Os Perdedores) até consegue bons ângulos de câmera e planos fechados claustrofóbicos, mostrando que o diretor sabia perfeitamente o que estava fazendo, também há uma boa construção de clima no primeiro ato do filme, toda a atmosfera sombria, somada a fotografia fria e escura, com o som de árvores e galhos se partindo, evidencia um ambiente tenebroso, muito bem-vindo ao gênero. Porém, quando a criatura finalmente é revelada, o clima subitamente se transforma em uma tempestade de clichês mal desenvolvidos e as personagens, tão carismáticas, perdem a nossa atenção.

Outro ponto positivo fica por conto do elenco feminino. Ótimas atrizes conhecedoras do gênero como Annalise Basso (‘O Espelho’) e Joey King (‘Invocação do Mal’), até entregam boas caras de pânico e tensão, assim como Jaz Sinclair (Cidades de Papel), que começa bem e logo é deixada de lado pela trama. No entanto, a novata Julia Goldani Telles (The Affair) é mesmo quem consegue segurar a história nas costas, mesmo não sendo lá uma típica final girl, ela consegue transmitir verdade no que está vivenciando. Mas claro, apesar dessa reunião de talentos e a boa química que as meninas possuem entre si, não existe espaço para crescer muito mais do que o necessário.

Visivelmente, o roteiro escolheu evidenciar a atualidade e as relações dos jovens com a tecnologia, algo que funciona perfeitamente dentro desse universo de lendas urbanas online. Há muitas cenas de buscas no Google, pesquisas no Twitter e outros momentos em que a internet é o plano de fundo dos acontecimentos e mistérios, contudo, essa subtrama se perde dentro dos jump scares baratos feitos apenas com o intuito de fazer o público acreditar que o medo é real, já que o próprio Slender Man pouco aparece nítido, até que tem sua real aparência revelada no final, com um efeito especial tosco e mal feito, aliás, a escolha de envolver a criatura sem rosto, interpretada pelo talentosíssimo Javier Botet (que já deu vida a vilões icônicos de filmes como ‘Mama’, ‘Invocação do Mal 2’, ‘REC’ e ‘It: A Coisa’), em efeitos digitais, definitivamente afastou nossa crença da realidade, beirando ao ridículo e tornando o vilão menos assustador do que poderia ser.

Conclusão

No fim das contas, Slender Man: Pesadelo Sem Rosto desperdiça uma das lendas urbanas mais interessantes da internet em um filme tão fraco quanto a força de vontade da equipe de fazer um terror digno de sua lenda. De longe, um dos piores filmes dessa década.

Nota: 1/10

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