Crítica | Ascensão do Cisne Negro – Exército de clichês em ação preguiçosa

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Para alguns filmes, se manter na zona de conforto pode ser algo seguro, mas para outros ambiciosos – como Ascensão do Cisne Negro (SAS: Red Notice) – nova produção britânica da Netflix, é o mais puro desperdício de tempo condensado em uma obra que nunca alcança o patamar que acredita se encaixar.

Na busca por fisgar fãs de franquias consagradas como Duro de Matar e James Bond, o thriller de ação replica na cara dura a fórmula sem que tenha um roteiro consistente para manter o nível até o final, restando apenas um vasto desperdício de bom enredo com um exército de clichês e previsibilidades de fazer qualquer olho revirar.

A trama e o elenco

Na trama rasa, já vista em inúmeras outras obras e adaptada do livro de mesmo nome do autor Andy McNab, acompanhamos um agente da lei Tom Buckingham (vivido por Sam Heughan, de Outlander) que tenta frustrar os planos de uma perigosa terrorista (Ruby Rose) em um trem parado no meio do túnel subaquático que liga o Reino Unido com a França, denominado Eurotúnel.

Nesse contexto, ele coleciona machucados pelo caminho e se livra de enrascadas inimagináveis com pouco mais do que a própria engenhosidade como arma. Ou seja, um convencional e estereotipado herói de filmes de ação sem muito à agregar além da própria busca incansável por se provar digno. Dentro do cenário claustrofóbico, o enredo e a direção abandonam qualquer construção favorável de atmosfera para se entregar à cenas de ação que mais parecem cutscenes de jogos de videogame.

O elenco, por sua vez, entrega o básico dentro do esperado. Ruby Rose (Batwoman) vive uma vilã genérica e encarna o lado punk de Lisbeth Salander, de The Girl With The Dragon Tattoo, para mostrar que ação física é com ela mesma, já que, no drama, seu alcance é limitado. Sam Heughan também não está péssimo como se poderia esperar, mas o roteiro dá à seu personagem uma roupagem John McClane que o astro não consegue manter. Sobra então para Andy Serkis (Pantera Negra) roubar a cena com seu carisma maléfico.

Apesar dos desequilíbrios razoáveis, o problema maior nasce de um roteiro completamente cafona e incapaz de adicionar qualquer senso de autenticidade, humor, emoção ou drama a um filme de ação cuja premissa é bem simples.

A direção

São longas e monótonas 2 horas de duração para uma trama vazia, recortada por poucos momentos em que a direção do norueguês Magnus Martens (The Walking Dead) não está tão bagunçada e caótica. Sua condução é trivial, assim como a escura direção de fotografia – que deixa as cenas agitadas ainda mais confusas.

Enquanto a edição segue em ritmo desenfreado, nada a acompanha. Falta a presença de uma trilha constante para imergir o espectador no suspense, falta criar laços emocionais com os personagens unidimensionais e falta, acima de tudo, engenhosidade do cineasta em subverter alguns caminhos óbvios.

Conclusão

Com isso, o roteiro de Ascensão do Cisne Negro é tão absurdamente ruim e caótico, que deve deixar até mesmo os fãs de ação decepcionados com seu exército de clichês e decisões falhas de personagens vazios, mesmo que trilhe um caminho familiar para o gênero. A direção sem alma e mal executada apenas coroa esta como mais uma das piores obras recentes disponíveis na Netflix, que realmente ascende (como diz o título), mas para o topo da pilha de filmes entulhados no aterro sanitário do streaming.

Nota: 3/10

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