Crítica | Justiça em Família – Roteiro genérico em trama que piora a cada minuto

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Apesar de totalmente perda de tempo como uma história coerente e distrativa, há algo de interessante no roteiro genérico de Justiça em Família (Sweet Girl) – novo filme original Netflix – que serve como estudo para futuros roteiristas iniciantes: como a necessidade de haver um plot twist mal desenvolvido pode colocar todo o trem fora dos trilhos e culminar em uma colisão desenfreada com o precipício do ridículo.

Ao invés de surpreender o espectador – a função da reviravolta, não é mesmo? – a sensação é de que a trama mergulha tão drasticamente em uma alternativa rasa, que não faz jus ao que estava sendo construído até então. Tudo isso pelo simples intuito de chocar gratuitamente. Nada apresentado convence. Enquanto acredita estar sendo inteligente, o longa apenas se perde cada vez mais fundo dentro de suas ambições inalcançáveis para uma premissa tão leviana.

A trama e o elenco

E põe leviana nisso, já que a trama acompanha um pai de família (vivido pelo carismático Jason Momoa) que busca justiça contra uma poderosa empresa farmacêutica que decide retirar o medicamento que poderia ter salvado sua esposa. Nessa jornada desenfreada, ele também precisa proteger sua filha Rachel (Isabela Merced) das garras de vilões impiedosos.

Poderia ser apenas mais um filme do Liam Neeson salvando sua família? Poderia! Mas aqui a presepada assume um novo patamar de previsibilidade quando o enredo se leva à sério demais e entrega muito pouco de sabor. Tudo começa com uma cena de abertura que é revisitada mais tarde no filme, após alguns saltos no tempo. Há muito pouco contexto fornecido e a sensação é de que as respostas não serão importantes.

Por optar por um início repleto de clichês do gênero ao invés de fazer uma cena de abertura instigante, não demora muito para a trama não prender a atenção e só se torna gradativamente menos interessante e envolvente. Enquanto tenta desesperadamente promover críticas ao sistema de saúde americano, o roteiro falha no tom e acaba permitindo que suas reflexões sejam dissipadas no meio de cenas de ação mal feitas e diálogos ruins entre os personagens.

Fora o bom trabalho das lutas coreografadas e do combate corpo a corpo, toda a ação segue com altos e baixos, e olha que Jason Momoa (Aquaman) se esforça para entregar um protagonista durão com sentimentos. O astro tem carisma e sua atuação engessada é o menor dos problemas aqui, uma vez que a química entre ele e Isabela Merced (Dora e a Cidade Perdida) é ainda pior. A personagem é insuportável de enjoada.

A direção

Quando os problemas já começam na base, é difícil que o diretor Brian Andrew Mendoza possa salvar essa embarcação do naufrágio. E ele passa longe de salvar, na realidade, sua condução sem ritmo e a falta de conexão com o elenco só torna o iceberg ainda maior. É claro que todos nós podemos lidar com a suspensão da descrença em um grau razoável, mas essa história é totalmente implausível – e brutalmente lenta para um filme de ação.

Fruto da falta de maestria do cineasta com todos os elementos fundamentais em um filme do gênero. E eis que chega o tal terceiro ato e sua reviravolta espetacularmente ruim – como já citada – para servir de cereja do bolo nessa festa de decisões narrativas péssimas que é Justiça em Família.

Conclusão

Definitivamente, Justiça em Família fracassa em tudo que se propõe fazer e seu roteiro emocionalmente exaustivo e abarrotado de clichês genéricos piora a cada minuto. O carisma de Jason Momoa afunda no pântano escuro e esquecível das obras mais tolas da Netflix. E olha que a fila é extensa. Com um plot twist absurdo, cenas de ação lentas demais e trama desinteressante e cafona, a única justiça aqui seria ver um filme que REALMENTE faça valer o preço caro do serviço de streaming. Por enquanto, isso ainda segue sendo um desafio e Justiça em Família está aí para mostrar que nada é tão ruim que não possa piorar, infelizmente.

Nota: 2/10

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