Crítica | A Força da Natureza – Roteiro catastrófico em um dos PIORES filmes da Netflix

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A ideia estúpida de fazer um filme de assalto no meio de um evento climático acaba de ganhar mais um forte exemplo de como essa presepada pode dar errado. Ao ser a mais pura personificação do genérico, A Força da Natureza (Force of Nature), nova produção distribuída pela Netflix aqui no Brasil, se segura em um roteiro sem fundamento e personagens absurdamente irritantes para desenvolver uma trama que não vai para lugar algum e ainda engana o espectador que busca um filme-catástrofe convencional, mas que se depara com um thriller catastrófico em tudo que se propõe fazer.

A trama e o elenco

No melhor estilo “não questione muito”, a trama coloca uma dupla de polícias despreparados em um edifício repleto de problemas e situações perigosas, tudo isso tendo como pano de fundo uma – aparentemente – forte tempestade que os prende no lugar enquanto um grupo de bandidos tenta roubar obras de arte escondidas no local. Nesse meio tempo, ainda há espaço para lutas na chuva sem estilo algum, personagens vazios e um animal selvagem que, no fim, serve como Deus ex Machina para solucionar todos os problemas dos personagens. Ou seja, até a boa ideia de fazer um suspense de sobrevivência em apenas um ambiente, durante uma tormenta poderosa, é jogada no lixo quando o roteiro infla a história com tantos absurdos inconsistentes, que é difícil comprar seu intuito.

Além disso, fora o fato de ser uma produção precária e que não aproveita o baixo orçamento que possui, a premissa já foi explorada em tantas outras obras igualmente ruins, sendo a mais recente, o bizarro No Olho do Furacão. Essa preguiça de fazer algo diferente se estende para um roteiro previsível e sem substância alguma, que envolve o espectador num emaranhado de cenas rasas, protagonizadas por personagens com pouco carisma e/ou problemáticos, como é o caso do policial aposentado interpretado por um Mel Gibson sem ânimo, sem vontade de estar em cena e que entrega um velho ranzinza todo trabalhado no machismo. De longe, um piores trabalhos da carreira do ator, fora a performance absolutamente tediosa de Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem), que dá vida ao protagonista raso e que não gera conexão alguma no público. Kate Bosworth (O Sono da Morte), por sua vez, não agrega nada de interessante na história e sua presença não é necessária. Com isso, nem a ação e nem mesmo a tempestade são empolgantes o suficiente.

A direção

E por falar na tal força da natureza, o roteiro implausível parece esquecer da tempestade em certo ponto da trama e sua existência não faz nenhuma diferença para o resultado. Se pegarmos obras como Predadores Assassinos, por exemplo, cuja trama se desenvolve dentro de uma poderosa tempestade, é possível ver como o clima selvagem do lado de fora funciona de guia para a trajetória da protagonista e sua luta pela sobrevivência, aqui, nessa obra descompensada, só vemos uma chuva falsa nas janelas, mas não há qualquer emergência provocada pela natureza que mude os rumos da trama. Quando o lugar finalmente alaga, a cena corta para um final desregular, sem que explore as agonias dos personagens presos naquele prédio. O diretor Michael Polish (Sonhando Alto) se supera na mediocridade e possui dificuldade em conduzir o suspense. O cineasta entrega cenas tão mal cortadas e elaboradas, que confundem o espectador. Verdadeiro show de horror de como uma direção pode ser desagradável.

Conclusão

Com isso, nem mesmo Mel Gibson, que por sinal está péssimo, salva o roteiro catastrófico de A Força da Natureza, que é facilmente um dos piores e mais irrelevantes filmes da Netflix esse ano. São 90 minutos de pura frustração, situações implausíveis e personagens descompensados dentro de uma tempestade que parece ter sido feita com a tecnologia de um capítulo de Chapolin. Certamente, seu tempo é bem mais precioso para desperdiçá-lo com essa tempestade no copo d’água disfarçada de filme-catástrofe. No fim das contas, nada se salva da enchente e a natureza parece querer apagar essa obra de nossa memória.

Nota: 1/10

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