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12ª Mostra de Cinema de Gostoso anuncia programação e celebra o cinema brasileiro à beira-mar

A 12ª edição da Mostra de Cinema de Gostoso já tem data marcada: entre 20 e 24 de novembro de 2025, a charmosa praia do Maceió, em São Miguel do Gostoso (RN), volta a se transformar em uma grande sala de cinema ao ar livre. Com entrada gratuita e exibições à beira-mar, o evento reafirma seu compromisso com a democratização do acesso à cultura e a valorização da produção audiovisual nacional.

Entre os destaques deste ano, a sessão especial do sábado, dia 22, promete lotar a praia com a exibição de O Agente Secreto, novo longa estrelado por Wagner Moura, que deve emocionar o público com sua trama intensa e envolvente.

A programação está dividida em quatro eixos principais:

  • Mostra Competitiva – reúne longas e curtas-metragens brasileiros que concorrem ao Troféu do Júri Popular e ao Troféu da Imprensa, concedidos respectivamente pelo público e por jornalistas e críticos presentes.
  • Sessões Especiais – apresentam títulos aguardados e obras de destaque, como o já citado O Agente Secreto.
  • Mostra Panorama – exibida na Sala Petrobras, uma tenda climatizada em formato geodésico, dedicada a produções que exploram novas linguagens e formatos.
  • Mostra Potiguar – uma novidade desta edição, criada para valorizar a produção audiovisual do Rio Grande do Norte.

Além das exibições, a Mostra promove debates, seminários e lançamentos de livros, fortalecendo seu papel como espaço de formação, encontro e reflexão sobre o cinema brasileiro contemporâneo.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA

12ª Mostra de Cinema de Gostoso | 20 a 24 de novembro de 2025

Quinta-feira | 20 de novembro

20h30 — Cerimônia de Abertura
Local: Praia do Maceió – Sala ao ar livre

Mostra Competitiva

  • Dia dos Pais — ficção, 19 min, AM, 2025, 14 anos | Dir. Bernardo Ale Abinader
  • A Natureza das Coisas Invisíveis — ficção, 91 min, DF, 2025, 12 anos | Dir. Rafaela Camelo

Sexta-feira | 21 de novembro

10h00 — Debate com realizadores(as)
Local: Pousada dos Ponteiros

14h30 — Mostra Panorama
Local: Praia do Maceió – Sala Petrobras

  • E Seu Corpo é Belo — ficção, 23 min, RJ, 2024, 14 anos | Dir. Yuri Costa
  • A Vaqueira, A Dançarina e O Porco — ficção, 10 min, CE, 2025, 16 anos | Dir. Stella Carneiro e Ary Zara
  • Uma Baleia Pode Ser Dilacerada Como Uma Escola de Samba — ficção, 70 min, RJ, 2025, 12 anos | Dir. Marina Meliande e Felipe M. Bragança

15h30 — Mesa de Sustentabilidade
Tema: “Gostoso e Sustentável: Caminhos para uma Cidade Limpa e Consciente”
Participantes: Isolda Dantas, Rai Veiga, Daniel Pernambucano, Luciana Link e Agnes Dantas
Mediação: Amanda Cunha

17h30 — Sessão Clássicos Restaurados
Cinema, Aspirinas e Urubus — ficção, 99 min, PE, 2005, 14 anos | Dir. Marcelo Gomes

20h30 — Mostra Competitiva

  • Pupá — documentário, 14 min, RN, 2024, livre | Dir. Osani
  • Buenosaires — documentário, 70 min, PE, 2025, 12 anos | Dir. Tuca Siqueira

22h30 — Mostra Competitiva

  • Presépio — ficção, 18 min, RJ, 2025, 12 anos | Dir. Felipe Bibian
  • Queimando por Dentro — ficção, 16 min, PE, 2024, livre | Dir. Enock Carvalho e Matheus Farias
  • Morte e Vida Madalena — ficção, 85 min, CE, 2025, 14 anos | Dir. Guto Parente

Sábado | 22 de novembro

10h00 — Debate com realizadores(as)
14h30 — Mostra Panorama

  • Marcia Antonelli: Das Palavras à Sobrevivência — doc., 15 min, AM, 2025, 16 anos | Dir. Mariellen Kuma
  • Inquietas — doc., 13 min, RN, 2025, livre | Dir. Thaina Morais
  • As Travessias de Letieres Leite — doc., 90 min, BA, 2025, livre | Dir. Iris de Oliveira e Day Sena

15h30 — Seminário
Tema: “Cinema, Aspirinas e Urubus” – Uma viagem de alteridade pelo sertão
Com: Marcelo Gomes e João Vieira Jr. | Mediação: Carine Fiúza

17h00 — Lançamento de Livro
Local: Galeria Sol da Meia-Noite
Por Trás Daquele Olhar – Histórias e Descobertas de Emanuel Neri, de Cristina Ramalho

18h00 — Mostra Potiguar

  • Medo de Cachorro, O Nó do Diabo, Passagem Única e Trajeto do Desmoronamento

20h30 — Mostra Competitiva

  • Laudelina e a Felicidade Guerreira — doc., 15 min, RJ, 2025, livre
  • Cais — doc., 69 min, BA, 2024, livre

22h30 — Sessão Especial
O Agente Secreto — ficção, 160 min, PE, 2025, 16 anos | Dir. Kleber Mendonça Filho


Domingo | 23 de novembro

10h00 — Debate com realizadores(as)
14h30 — Mostra Panorama

  • Quem Se Move, Kaira e o Temporal e Futuro Futuro

15h30 — Seminário
Tema: Bastidores e desafios de uma produção audiovisual
Com: Keyti Souza e Ticiana Augusto Lima | Mediação: Janaína Oliveira

18h00 — Mostra Potiguar

  • Entre o Céu e o Mar, A Maré, As Dançadeiras de São Gonçalo, Carnavaleska e Recife Tem um Coração

20h30 — Mostra Competitiva

  • A Nave que Nunca Pousa, Ressonância e Aqui Não Entra Luz

Segunda-feira | 24 de novembro

10h00 — Debate com realizadores(as)
10h30 — Sessão Acessibilidade

  • A Natureza das Coisas Invisíveis — ficção, 91 min, DF, 2025, 12 anos

15h30 — Mostra Panorama

  • Boiuna, Fuá, o Sonho e A Mulher Sem Chão

18h00 — Seminário
Tema: Cinema indígena em deslocamento
Com: Auritha Tabajara e Débora McDowell | Mediação: Mariana Souza

20h30 — Cerimônia de Encerramento e Premiação
Sessão Especial: Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho Aqui — doc., 90 min, RJ, 2025, livre | Dir. Mini Kerti


A 12ª Mostra de Cinema de Gostoso é apresentada pelo Ministério da Cultura, Petrobras e Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

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Reexibição de ‘A Noiva Cadáver’ é prorrogada por mais uma semana

20 anos após sua estreia, A Noiva Cadáver segue encantando o público: o longa voltou às telonas no dia 30 de outubro e fez sucesso! Em comemoração, a Warner Bros. Pictures comunica novas datas de exibição, e o clássico de Tim Burton seguirá em cartaz até o dia 12 de novembro. Os ingressos para as novas sessões já estão disponíveis. 

Na icônica animação, o mundo dos mortos e dos vivos se encontram na história de Victor (Johnny Depp), um jovem que se vê repentinamente prometido em casamento a Emily (Helena Boham Carter). Não haveria nada de excepcional nisso, a não ser pelo fato de Victor já estar noivo de outra pessoa, e Emily ser a noiva cadáver. 

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Edgar Wright fala sobre adaptação de obra de Stephen King para ‘O Sobrevivente’

Glen Powell stars in Paramount Pictures' "THE RUNNING MAN."

O romance de Stephen King foi uma excelente fonte para criar todo esse universo”, afirma Edgar Wright, diretor de “O Sobrevivente”, em novo vídeo de bastidores divulgado hoje. O longa da Paramount Pictures é baseado no livro “O Concorrente”, de King, e tem Glen Powell no papel principal. A estreia está marcada para 20 de novembro nos cinemas brasileiros.

Confira o vídeo abaixo:

Sobre O Sobrevivente

A história vai mostrar como, em um futuro próximo, “O Sobrevivente” é o show de maior audiência na televisão – uma competição mortal onde os participantes precisam sobreviver 30 dias enquanto são caçados por assassinos profissionais. Cada passo é transmitido a um público sedento por sangue e cada dia sobrevivido aumenta o prêmio em dinheiro para o vencedor. 

Desesperado para salvar sua filha doente, o trabalhador Ben Richards (Glen Powell) é convencido pelo charmoso mas implacável produtor Dan Killian (Josh Brolin) a entrar no jogo como último recurso.  A teimosia, os instintos e a coragem de Ben o transformarão em um favorito do público e uma ameaça a todo o sistema. A audiência escala, assim como o risco, e Ben precisa superar não só os caçadores, mas toda uma nação obcecada em vê-lo perder.

Além de Powell e Brolin, Colman Domingo, William H. Macy, Lee Pace, Emilia Jones, Michael Cera, Daniel Ezra, Jayme Lawson atuam na produção. Além de dirigir, Wright também assina o roteiro ao lado de Michael Bacall. A obra é uma parceria entre a Paramount Pictures, a Domain Entertainment, a Genre Films e a Complete Fiction Pictures. 

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‘O Iluminado’ voltará aos cinemas brasileiros em comemoração aos 45 anos do lançamento

Uma das obras-primas do terror, O Iluminado completa 45 anos em 2025 e estará de volta aos cinemas no Brasil. A Warner Bros. Pictures traz o clássico do diretor Stanley Kubrick para sessões em salas IMAX e regulares entre os dias 11 e 17 de dezembro.

Nesta adaptação de um dos principais livros de Stephen King, uma família enfrenta um rigoroso inverno isolada em um hotel. Enquanto o pai (Jack Nicholson) se torna cada vez mais instável e violento, seu filho (Danny Lloyd) entra em contato com os próprios poderes paranormais, e passa a ter visões terríveis do passado e futuro daquele lugar.

Para mais informações sobre ingressos e sessões, consulte a programação da rede de cinema mais próxima.

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2ª temporada de “A Última Coisa Que Ele Me Falou” ganha data de estreia

O Apple TV revelou a data de estreia da aguardada segunda temporada de “A Última Coisa Que Ele Me Falou” (“The Last Thing He Told Me”), série estrelada e com produção executiva de Jennifer Garner (“Alias, “De Repente 30” e “Demolidor”), ao lado das estrelas que retornam Angourie Rice (“O Estranho que Nós Amamos”, Homem-Aranha: De Volta ao Lar”), David Morse (“À Espera de Um Milagre”, “Guerra Ao Terror”),  Nikolaj Coster-Waldau (“Game of Trones”, “Contra o Gelo”), e os novos nomes no elenco: Judy Greer (“De Repente 30”, “Stick”, da Apple”) e Rita Wilson (“Um Heroi de Brinquedo”, “Asteroid City”).

Baseada na sequência do elogiado romance de Laura Dave, best-seller número 1 do New York Times, e escolhido pelo Reese’s Book Club (Clube do Livro da Reese Witherspoon), a nova temporada de oito episódios estreia mundialmente na sexta-feira, 20 de fevereiro de 2026, no Apple TV.

Sobre a 2ª temporada de A Última Coisa Que Ele Me Falou

Na segunda temporada de “A Última Coisa Que Ele Me Falou”, quando Owen (Coster-Waldau) reaparece depois de cinco anos foragido, Hannah (Garner) e sua enteada Bailey (Rice) encontram-se em uma corrida contra o tempo para descobrir como reunir sua família, antes que o passado as alcance.

A emocionante segunda temporada também dá as boas-vindas aos novos atores e ao retorno do elenco com Augusto Aguilera (“Promised Land”, “Muito Velho para Morrer Jovem”), Josh Hamilton (“Oitava Série”, “Os Escolhidos”), Nick Hargrove (“Terra Indomável”, “Irmãos de Honra”), Michael Galante (“Good Trouble”, “Switched At Birth”), John Noble (“O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, “Fronteiras”), Michael Hyatt (“Abutre”, “Um Lugar Bem Longe Daqui”) e Luke Kirby (Maravilhosa Sra. Masel”, “Entre o Amor e Paixão”).

“A Última Coisa Que Ele Me Falou” é produzida pela 20th Television e pela Hello Sunshine da Reese Witherspoon, uma parte da Candle Media. Criada e adaptada por Laura Dave, ao lado de seu marido Josh Singer, roteirista premiado com o Oscar (“Spotlight: Segredos Revelados”, “The Post: A Guerra Secreta”), “A Última Coisa que Ele Me Falou” é a primeira colaboração do casal Dave e Singer, que trabalham como produtores executivos com Garner, além de Reese Witherspoon e Lauren Neustadter (“Dragão do Futuro”) da Hello Sunshine.

O indicado ao Emmy Aaron Zelman (“Mentes Criminosas”, “The Killing – Além de Um Crime”) junta-se à segunda temporada como coshowrunner e produtor executivo com Singer. Daisy von Scherler Mayer (‘Baldas em NY”, “Madeline”) e Merri D. Howard (“Na Sua Casa ou na Minha?”, “Pequenos Incêndios por Toda Parte”) também assinam como produtoras executivas.

A primeira temporada de “A Última Coisa Que Ele Me Falou” está disponível no Apple TV.

Se você ainda não é assinante do Apple TV+, pode assinar clicando aqui.

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Xolo Maridueña é confirmado como Ace na 3ª temporada de ONE PIECE

A Netflix anunciou que Xolo Maridueña (Besouro Azul, Cobra Kai) foi escolhido para viver Portgas D. Ace na 3ª temporada de ONE PIECE: A Série. A notícia, aguardada pelos fãs da saga, marca a chegada de um dos personagens mais icônicos e queridos do público. Maridueña é um dos novos nomes que integra o elenco da série, junto de Cole Escola, recentemente anunciado como Bon Clay. Outras adições ao elenco serão anunciadas em breve. 

ONE PIECE: A Série – Temporada 2 | Rumo à Grand Line estreia em 10 de março de 2026, só na Netflix. O live-action é baseado no mangá mais popular da história, criado em parceria com a Shueisha,  produzida pela Tomorrow Studios (parceiros da ITV Studios) e pela Netflix. 

Já confirmada, a terceira temporada do live-action retorna para gravações ainda este ano, na Cidade do Cabo, na África do Sul. 

SOBRE ONE PIECE: A SÉRIE

A adaptação live-action da Netflix é baseada em ONE PIECE, o mangá de Eiichiro Oda — o mais vendido da história do Japão, com mais de 100 volumes publicados e 500 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

A épica aventura em alto-mar acompanha Monkey D. Luffy em sua jornada para encontrar o lendário tesouro One Piece e se tornar o Rei dos Piratas. O fenômeno global conquistou fãs de todas as idades e gerações, e desde sua estreia em 2023, a série live-action da Netflix se tornou um sucesso mundial: ficou oito semanas no Top 10 Global, alcançou o #1 em mais de 75 países e fez história ao se tornar a primeira série em língua inglesa da Netflix a estrear em primeiro lugar no Japão.

Com quase 100 milhões de visualizações, ONE PIECE: A Série é uma das produções mais assistidas e baixadas de todos os tempos na Netflix. O título também foi indicado a 11 categorias no Children’s & Family Emmy Awards, incluindo Outstanding Young Teen Series.

ONE PIECE: A Série retorna em 2026 com sua aguardada segunda temporada, e a terceira já está confirmada. A produção é criada em parceria com a Shueisha e produzida pela Tomorrow Studios (parceira da ITV Studios) e pela Netflix.

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“Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria”, com Rose Byrne, ganha trailer; assista

Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria” (“If I Had Legs I’d Kick You”), drama que rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Rose Byrne no Festival de Berlim deste ano, acaba de ganhar trailer nacional. No Brasil, o filme tem previsão de estreia em 1° de janeiro de 2026, com distribuição da Synapse Distribution

Confira o trailer abaixo:

Sobre Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria

Dirigido por Mary Bronstein, o filme acompanha Linda (Rose Byrne), uma mulher à beira de um colapso. Enquanto tenta administrar a própria vida e carreira, ela precisa lidar com a doença da filha, um marido ausente, uma pessoa desaparecida e uma relação incomum com o terapeuta (Conan O’Brian). A$AP Rocky e Danielle Macdonald completam o elenco principal.

Em sua trajetória por festivais, “Se Eu Tivesse Pernas, Eu te Chutaria” participou também da seleção oficial de Sundance, Toronto (TIFF) e New York (NYFF). O filme  também já teve suas primeiras exibições no Brasil durante o Festival do Rio, na mostra Panorama Mundial. Por sua atuação no filme, Rose Byrne está cotada para uma indicação ao Oscar, na categoria melhor atriz. Seu nome aparece em diversas listas de apostas para a maior premiação do cinema mundial.

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Crítica | Predador: Terras Selvagens – Saiu pra caçar e trouxe de volta o bom cinema de ação

Se é para desenterrar franquias que já pareciam ter dito tudo o que tinham a dizer, que ao menos seja como Dan Trachtenberg faz em Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands). O diretor, agora em sua terceira incursão nesse universo de quase 40 anos de existência, faz o improvável mais uma vez: transforma o que podia ser só um exercício de nostalgia em algo realmente divertido, épico e, surpreendentemente, novo.

Com seu olhar nerd e uma precisão quase cirúrgica na construção do suspense, Trachtenberg tira a série do respirador mecânico e a coloca de pé, mirando alto, tão alto que, em alguns momentos, o filme chega a flertar com a grandiosidade mítica de Star Wars. É a prova de que boas histórias, quando bem contadas, sobrevivem ao tempo, às modas e até aos reboots duvidosos. Predador é um ótimo case de sucesso para Hollywood e é bom demais ver um filme que gasta seus milhões com qualidade técnica e visual para fazer valer a ida ao cinema IMAX.

Os acertos e erros de Predador: Terras Selvagens

Depois de Predador: A Caçada (Prey), um filme pequeno, mas cheio de ideias afiadas, que acabou soterrado pelo lançamento direto no streaming em plena pandemia, e da animação divertida Predador: Assassino dos Assassinos, Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield 10) mostra que ainda tem cartas boas na manga. Dessa vez, ele se aventura num futuro distante e, pela primeira vez, coloca o próprio Predador como protagonista. É um movimento ousado, mas que funciona surpreendentemente bem.

O resultado é um filme elétrico, inventivo e com um senso de diversão que raramente sobrevive em franquias tão antigas. Agora com um orçamento generoso, Trachtenberg se permite sonhar grande e entrega um épico espacial que parece beber da energia de James Cameron e do olhar pop de J.J. Abrams, sem nunca perder a sua identidade. Há uma confiança em cada escolha de câmera, em cada sequência de ação, como se o diretor estivesse dizendo: “Sim, eu sei que isso soa loucura, mas vem comigo.”

Essa mudança de perspectiva — transformar o monstro em herói — poderia facilmente soar forçada, mas nas mãos de Trachtenberg vira um respiro criativo muito bem-vindo. Ele reinventa o jogo sem desrespeitar as regras, e o resultado é um Predador que, enfim, parece ter encontrado um novo motivo para existir nas telas.

Ainda que a história siga todos os passos de uma jornada do herói tradicional e, sim, a essa altura já dá pra prever quase tudo o que vai acontecer, Predador: Terras Selvagens compensa a previsibilidade com pura energia visual. O roteiro pode até não reinventar o arco narrativo, mas sabe muito bem onde investir: nas cenas de ação. É nelas que o filme realmente respira, aproveitando cada segundo no planeta hostil onde Dek, o novo Predador, parte em busca de seu troféu e da glória entre os seus.

O mundo criado por Trachtenberg é um espetáculo à parte. As criaturas locais, a vegetação exuberante e os detalhes da fauna alienígena remetem ao deslumbre de Avatar, mas com um toque mais bruto e terreno. Tudo pulsa com imaginação, e o resultado é uma aventura visualmente delirante, que beira o insano em alguns momentos, no melhor sentido possível.

Trachtenberg filma com a confiança de quem entende o poder da simplicidade. Ele não precisa de reviravoltas mirabolantes para manter o interesse do público; basta saber onde colocar a câmera. Cada plano parece pensado para extrair o máximo das ideias que tem em mãos, uma lição de estilo e economia narrativa. E é aí que mora o charme: com poucos recursos conceituais, ele faz um espetáculo elegante. Dá até pra imaginar o que ele faria se um dia o deixassem brincar no universo de Star Wars.

A outra metade dessa improvável dupla é Thia, a nova parceira sintética de Dek. Programada para ser ingênua, mas curiosa, ela acaba aprendendo tanto com ele quanto ele com ela e é justamente nessa troca que o filme encontra seu coração. Elle Fanning (Um Completo Desconhecido), vivendo duas versões da mesma personagem, entrega uma performance afiada. Ela se sai especialmente bem nas cenas de ação, exibindo um timing cômico natural e uma leveza que contrasta com o peso físico da história.

A violência aqui também ganha um tratamento curioso: é brutal, mas nunca gratuita, afinal, o filme não é para maiores de 18 anos. Há sempre uma pitada de humor ou um toque de inteligência que a torna mais divertida do que chocante. O único tropeço, pra mim, é a inevitável “criaturinha fofa” que parece ter escapado de um filme da Disney, um alívio cômico que não precisava existir e acaba roubando tempo de tela demais.

Visualmente, o filme é de encher os olhos de qualquer fã de sci-fi. O design das criaturas colossais é impecável, cada uma com personalidade própria e uma presença física que faz esse planeta parecer genuinamente perigoso. E por trás disso tudo, há um esforço palpável dos roteiristas em construir Dek como mais do que um simples guerreiro: ele é um jovem ansioso para provar seu valor, fiel ao código de honra Yautja, mas também inseguro sobre o seu papel nesse mundo perverso e brutal.

O ator Dimitrius Schuster-Koloamatangi dá a Dek uma camada de humanidade (ou o equivalente alienígena disso). Sua atuação é cheia de pequenos gestos e olhares que revelam um personagem dividido entre o orgulho e a vulnerabilidade. É esse detalhe que transforma o predador em alguém por quem realmente torcemos e faz esse filme ter seu distanciamento dos demais, assim como vimos nos filmes/série recentes de Alien.

Veredito

Predador: Terras Selvagens é aquele tipo de continuação que prova que franquias longas não precisam se arrastar, basta alguém com pulso firme e imaginação no comando. Dan Trachtenberg não tenta reinventar a roda, mas a faz girar com estilo. Ele entende que o charme do cinema de ação não está apenas em explosões ou criaturas colossais, mas na construção de um universo que tem alma, e aqui, até o silêncio entre um rugido e outro parece dizer algo.

O filme tem a estrutura clássica de uma odisseia heroica, mas veste essa jornada com um novo brilho. Há emoção, humor e uma energia quase contagiante, como se o próprio Predador tivesse redescoberto a alegria de caçar.

No fim das contas, Predador: Terras Selvagens é o melhor tipo de blockbuster: aquele que não se leva tão a sério, mas é feito com seriedade. É cinema de aventura com coração, filmado com o olhar de quem ainda se encanta com o que está fazendo. Trachtenberg entrega espetáculo, técnica e personalidade, uma combinação que anda em falta nas galáxias de Hollywood.

Se o Predador sempre foi um símbolo de força bruta e instinto, aqui ele ganha algo novo: carisma. E, convenhamos, se até um alienígena caçador pode evoluir, talvez ainda haja esperança para as velhas franquias. No fim, o troféu dessa caçada é todo de Trachtenberg e ele o exibe com o sorriso de quem sabe que, dessa vez, a presa foi o tédio.

NOTA: 9/10

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Dorama ‘Meu Pior Vizinho’ ganha data de estreia nos cinemas brasileiros

MEU PIOR VIZINHO acompanha Lee Seung-jin (Lee Ji-hoon), um músico sonhador que se muda para um novo apartamento e, logo na primeira noite, ouve o que parece ser o choro de um fantasma do outro lado da parede. A “assombração”, porém, é na verdade sua vizinha Hong Ra-ni (Han Seung-yeon), uma designer reclusa que trabalha de casa e é conhecida por afastar moradores com o barulho de suas ferramentas e crises emocionais.

O longa oferece uma leitura moderna sobre solidão, convivência e afeto na era dos apartamentos minúsculos e das relações digitais.

Com estreia em 13 de novembro, MEU PIOR VIZINHO é dirigido por Lee Woo-chul, e é uma adaptação do filme francês Blind Date — com um toque coreano moderno. A produção usa a parede como uma metáfora para a solidão urbana e para a distância que a vida moderna impõe, mostrando que a conexão humana pode nascer no lugar mais improvável.

Lee Ji-hoon interpreta Lee Seung-jin em seu primeiro papel principal no cinema, após se destacar nas séries ‘River Where the Moon Rises’ (2021), Rookie Historian ‘Goo Hae-ryung’ (2019) e ‘The Legend of the Blue Sea’ (2016). Já a intérprete de Hong Ra-ni, Han Seung-yeon, é reconhecida por sua carreira na música, onde integra o grupo KARA. No cinema, participou do filme ‘Show Me the Ghost’ (2021) e na TV brilhou em ‘Hello, My Twenties!’ (2016).

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‘Angel’s Egg’ voltará aos cinemas brasileiros remasterizado em 4k

Dez anos antes de ‘Ghost in the Shell‘, a brilhante mente de Mamoru Oshii foi responsável por dar luz à outra aclamada obra: ANGEL’S EGG. Com visuais criados pelo artista Yoshitaka Amano, o filme apresenta um cenário pós-apocalíptico e desolado, onde uma menina solitária vaga, dedicando-se a proteger um misterioso ovo gigante que carrega consigo. Porém, ao encontrar um homem enigmático que porta uma cruz, o  mundo que a jovem conhece muda para sempre.

Quarenta anos após sua estreia, ANGEL’S EGG retorna aos cinemas em 20 de novembro, remasterizado em 4K. A primeira exibição deste clássico renovado aconteceu na mostra Cinéma de la Plage do Festival de Cannes 2025, sessão dedicada a filmes clássicos.

Apesar de ser um filme japonês, as influências estéticas e narrativas do filme são internacionais. O surrealismo europeu, o cinema de Andrei Tarkovsky e simbolismos cristãos permeiam a obra  e a deixam com uma aparência onírica. Yoshitaka Amano trouxe para o filme seu estilo inconfundível, com traços fluídos, paleta etérea e personagens de aparência quase angelical.

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