O longa-metragem Pequenas Criaturas, segundo filme da diretora e roteirista Anne Pinheiro Guimarães, foi o grande vencedor da Première Brasil — principal mostra competitiva do 27º Festival do Rio — conquistando o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção, além do prêmio de Direção de Arte para Claudia Andrade. A produção tem lançamento nos cinemas brasileiros previsto para o primeiro semestre de 2026, com data a ser anunciada em breve.
Pelo segundo ano consecutivo, a Filmes do Estação leva o prêmio máximo da mostra: em 2024, o vencedor foi Malu, de Pedro Freire.
“Pequenas Criaturas foi um caso de amor à primeira vista e estamos imensamente felizes de poder distribuí-lo. É um filme tão contemporâneo, emocionante, relevante política e esteticamente, tão gostoso de assistir! Desses que faz você sair do cinema diferente de quando entrou… Cinema Brasileiro Independente de primeira, retratando com profundidade e delicadeza os meandros da alma feminina. Carolina Dieckmann e Leticia Sabatela dão um show e toda mulher madura vai se reconhecer nelas. Acreditamos muito no potencial de Pequenas Criaturas junto ao público e ganhar o Redentor é um enorme impulso para seu reconhecimento. Ano passado, o vencedor do Festival do Rio foi “Malu”, de Pedro Freire, que também é uma distribuição da Filmes do Estação, e aquela vitória foi muito importante para o filme ter o alcance que teve. Queremos repetir a dose e estamos muito empolgados.”, celebra Adriana Rattes, da distribuidora.
Emocionada com o reconhecimento, Anne Pinheiro Guimarães destaca a natureza pessoal da obra:
“Escrevi esse filme como uma carta para minha mãe. É uma história íntima, delicada, e vê-lo tocar o júri e o público dessa maneira é profundamente emocionante para mim. Estou muito feliz.”
Pequenas Criaturas é uma produção da Bananeira Filmes, em coprodução com Globo Filmes, Telecine, Canal Brasil e RioFilme, e distribuição da Filmes do Estação. Para Vania Catani, produtora do longa, a conquista tem um peso especial:
“Ganhar o Redentor de Melhor Filme é uma das maiores alegrias para um produtor no Brasil.”
UMA HISTÓRIA INTIMISTA COM TOQUES DE MAGIA COTIDIANA
Filmado inteiramente em Brasília, o longa se passa nos anos 1980 e mergulha nos temas do amadurecimento, das conexões humanas e dos pequenos encantos que atravessam a vida cotidiana. O elenco reúne Carolina Dieckmann — também produtora associada — ao lado de Théo Medon, Lorenzo Mello, Letícia Sabatella, Caco Ciocler e Fernando Eiras.
A diretora explica que a história nasce de suas próprias memórias de infância:
“Pequenas Criaturas é inspirado na minha experiência e dedicado à minha mãe. Como filha de diplomata, cresci sempre em trânsito. Brasília foi um dos lugares mais marcantes da minha vida — uma cidade planejada, moderna, mágica e desafiadora para quem chega. Quando tive minha filha e perdi minha mãe, comecei a revisitar essas lembranças, tentando compreender aquele tempo também pelo olhar dela.”
Carolina Dieckmann destaca a importância do reconhecimento:
“Quando um filme é premiado, ele ganha uma nova vida. Fico muito feliz que mais pessoas vão poder se interessar, se identificar e se emocionar. No fim das contas, é tudo o que queremos: que o filme chegue até as pessoas.”
SINOPSE
Brasília, 1986. Helena acaba de se mudar para a capital com o marido e os dois filhos. Antes mesmo de desfazer as caixas da mudança, ele parte em uma viagem de negócios, deixando-a sozinha em uma cidade estranha e em uma vida que não escolheu. Entediada e desiludida, Helena enfrenta a solidão, conhece uma vizinha tão carismática quanto misteriosa, atropela um cachorro e encontra um lampejo de alegria ao se aproximar de um homem de passagem.
Enquanto isso, André, seu filho adolescente, tenta se adaptar: é perseguido por uma gangue da quadra, faz amizade com um garoto excêntrico, vive seu primeiro amor, descobre uma arma escondida e começa a perceber que algo vai mal entre os pais.
Dudu, o caçula de sete anos, vive sua própria aventura encantada: coleciona tampinhas de refrigerante, acha um palito de picolé premiado, faz novos amigos — e chama a atenção de um vizinho estranho, que o atrai com a promessa de mais tampinhas.
Em meio a trajetórias paralelas, mãe e filhos se reencontram num momento insólito e mágico, redescobrindo vínculos e afetos no coração de uma cidade que transforma quem passa por ela.
O filme chega aos cinemas em 2026.