A diretora Caroline Okoshi Fioratti, conhecida por Meu Casulo de Drywall, está de volta com um novo projeto autoral: Oratório – ou Butsudan, título que remete ao altar budista presente em muitos lares japoneses.
O longa, que une elementos de terror psicológico ao drama familiar, é fruto de uma colaboração com a atriz e roteirista Larissa Murai (Um Ano Inesquecível – Inverno) e o produtor Rui Pires (Era o Hotel Cambridge), da Aurora Filmes. As filmagens aconteceram durante os meses de março e abril, no interior paulista.
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Sobre Oratório
A trama de Oratório gira em torno do reencontro de três irmãs após a morte da mãe. Elas precisam decidir o destino de um altar budista herdado – um objeto que, além de representar a espiritualidade da família, carrega os fantasmas do passado. A narrativa, que mistura mitologia japonesa com a vivência brasileira, busca refletir sobre herança, memória e identidade.
“A linguagem do terror nos deu ferramentas simbólicas para explorar traumas culturais e padrões que nos moldaram como mulheres nipo-brasileiras”, afirma Fioratti. Inspirada em vivências pessoais da realizadora, a história aborda medos íntimos, relações familiares mal resolvidas e a tentativa de romper com tradições que já não servem.
Interpretadas por Larissa Murai, Yohama Eshima e Vivi Ohno, as protagonistas representam diferentes perspectivas e experiências dentro da mesma linhagem. Para Eshima, que vive sua primeira protagonista no cinema após 16 anos de carreira, o projeto é emblemático: “É uma oportunidade rara e significativa, que marca um momento de abertura para histórias diversas e rostos muitas vezes invisibilizados no audiovisual brasileiro”.
O roteiro mergulha em lendas do período Edo, no Japão, além de se aprofundar no folclore de yureis (fantasmas) e yokais (criaturas sobrenaturais). “Estudamos a fundo o folclore japonês e a construção do medo, para depois desconstruí-lo com liberdade e subjetividade”, comenta Murai, coautora do roteiro ao lado de Fioratti.
Mais do que um símbolo religioso, o butsudan torna-se metáfora central da obra: um elo com os antepassados que impõe obrigações emocionais e espirituais. “É um filme sobre desobediência feminina. Uma ruptura com ideais patriarcais que atravessam gerações”, reforça a diretora.
A caracterização também ganha destaque, como no caso da personagem Yuriko, vivida por Vivi Ohno, cuja aparência é inspirada na lendária figura de Oiwa, do folclore japonês. “Passei horas aplicando a prótese no rosto, o que me tirou da zona de conforto estética. Foi uma experiência libertadora e transformadora”, conta a atriz.
Com um elenco que ainda conta com Miwa Yanagizawa e Gabriel Godoy, o projeto se destaca pela forte presença de profissionais nipo-brasileiros nas equipes criativas e técnicas – a maioria mulheres. Entre os destaques estão nomes como Flora Fujii (direção de arte), Hélcio Alemão Nagamine (direção de fotografia), Samira Hayashi (dublê de ação) e Key Sawao, referência na dança.
Oratório é da Aurora Filmes, em coprodução com a Haikai Filmes, viabilizada por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio do Governo do Estado de São Paulo. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2026.
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