Crítica | ‘Alien: Romulus’ é o melhor filme da franquia desde ‘Alien 3’

Alien: Romulus se destaca como o melhor filme da franquia desde Alien 3 (1992), trazendo de volta o terror que consagrou a série. Com uma trama envolvente, uma direção que homenageia o passado e atuações marcantes, o filme de Fede Alvarez consegue equilibrar nostalgia e inovação, agradando tanto os fãs antigos quanto os novos espectadores.

Em uma colônia remota, onde um grupo de colonos se veem presos em um emprego sem futuro e que não lhes garante o mínimo, um grupo de jovens decide saquear uma estação abandonada da empresa em que trabalham para poder sair do local em busca de uma vida melhor. O que o grupo não esperava, era descobrir que a estação escondia um segredo macabro e que pode lhes custar a vida.

Os Acertos e Erros de Alien: Romulus

A trama do filme retorna às raízes do terror da franquia, adotando uma abordagem mais próxima ao filme original de 1979. O roteiro é tenso e claustrofóbico, com a ação ocorrendo em ambientes escuros e confinados, criando um clima apreensivo durante quase todo o longa. Além disso, Alien: Romulus não apenas se inspira no original, mas também presta homenagens aos filmes anteriores, com referências sutis que agradam os fãs, sem parecer forçado. A decisão de se concentrar mais no suspense e no horror, em vez da ação, é um acerto que remete ao melhor da série.

Fede Alvarez, conhecido por seu trabalho em filmes de terror como O Homem nas Trevas, mostra-se perfeitamente à altura do desafio de dirigir um filme da franquia Alien. Sua decisão de utilizar efeitos práticos em vez de CGI em muitas cenas é um grande diferencial, conferindo uma sensação de realismo e peso às criaturas e ao ambiente. Alvarez demonstra uma habilidade notável em criar uma atmosfera de terror, utilizando luz e sombra para maximizar o impacto de cada cena, enquanto mantém o ritmo tenso do início ao fim.

O elenco entrega performances fortes, com destaque para Cailee Spaeny como a protagonista Rain. Spaeny traz uma vulnerabilidade convincente à sua personagem, tornando-a uma heroína com a qual o público pode se identificar. David Jonsson, interpretando o sintético Andy, muitas vezes rouba a cena com sua performance carismática e ambígua, criando um personagem que é, ao mesmo tempo, fascinante e enigmático. A química entre Spaeny e Jonsson como “irmãos” também é algo que ajuda a prender o espectador para ver o desfecho dessa relação pessoal.

Apesar de seus muitos acertos, “Alien: Romulus” não é isento de falhas. Algumas das homenagens aos filmes anteriores da franquia, embora bem-intencionadas, acabam destoando do clima do filme, quebrando a tensão em momentos cruciais. Essas referências, que deveriam funcionar como acenos sutis ao passado, às vezes parecem forçadas, desviando a atenção do espectador da trama principal.

Veredito

Alien: Romulus é uma obra que consegue revitalizar a franquia, entregando uma experiência de terror que remete ao que há de melhor na série. Fede Alvarez dirige com maestria, e o elenco oferece atuações memoráveis. Embora tenha alguns poucos deslizes, o filme é uma adição digna à franquia e deve ser visto por qualquer fã de Alien ou de filmes de terror. Para os amantes do gênero, é imperdível.

Nota: 8/10

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