O Sequestro do Voo 601 | A Aerobolivar é uma verdadeira companhia aérea? O voo 601 é baseado em um avião real?

A série policial da Netflix ‘O Sequestro do Voo 601‘ narra o sequestro do voo 601 da companhia aérea colombiana Aerobolivar, que parte da capital nacional, Bogotá. Francisco “Toro” Solano e Eusebio Borja, dois sequestradores paraguaios, assumem então o controle da aeronave para exigir US$ 200 mil e a libertação de um grupo de presos políticos. Na realidade, o avião sequestrado era o HK-1274, que pertencia à companhia aérea colombiana Sociedad Aeronáutica de Medellín ou SAM. A companhia aérea foi fundada em 1945 e operou nacional e internacionalmente por mais de seis décadas. A aeronave passou a fazer parte da extensa história de sequestros de voos na América Latina, comuns nas décadas de 1960 e 1970!

A inspiração por trás de O Sequestro do Voo 601

SAM Colômbia e HK-1274

A Sociedad Aeronáutica de Medellín era subsidiária da Avianca, a maior companhia aérea da Colômbia e transportadora de bandeira do país. A empresa foi fundada em 1945 como uma companhia aérea para atender a cidade de Medellín. Depois de focar inicialmente no mercado de cargas de e para Miami, a companhia aérea expandiu sua operação para diversas outras cidades colombianas, como Bucaramanga e Cartagena, e países como o Panamá. Em 1958, a empresa passou a transportar passageiros, que se expandiu com a introdução do Lockheed L-188, avião comercial americano construído pela Lockheed. O HK-1274, o voo que Francisco “Toro” Solano e Eusebio Borja sequestraram em 1973, era um Lockheed L-188 Electra.

A viagem da aeronave começou em 30 de maio de 1973, partindo de Bogotá com escalas em Cali e Pereira e Medellín como destino. Francisco e Eusébio embarcaram no voo vindo de Pereira, cidade colombiana que tinha uma grande comunidade paraguaia. Doze minutos depois de embarcarem, eles usaram capuzes e sequestraram o avião com armas. Depois de encher o tanque em Medellín, a primeira parada foi em Aruba, país localizado no Mar do Caribe que pertencia ao Reino dos Países Baixos. Depois de explicar as exigências, os sequestradores ameaçaram explodir o avião com as bombas que na verdade não traziam consigo.

Enquanto isso, a companhia aérea SAM iniciou negociações com Francisco e Eusébio por meio do advogado Ignacio Mustafá, inspiração do personagem Pirateque. Em resposta à exigência de US$ 200 mil, Mustafá ofereceu aos sequestradores US$ 20 mil. Enquanto estava em Aruba, a dupla liberou cerca de 40 passageiros, a maioria mulheres e crianças. Enquanto os sequestradores, tripulantes e passageiros do voo aguardavam em Aruba, as autoridades colombianas deixaram claro que estavam rejeitando as exigências da dupla. A responsabilidade recaiu sobre as mãos da companhia aérea. Os responsáveis ​​da SAM, sob a liderança de Mustafá, estavam abertos a negociações, mas ele não pôde oferecer 200 mil dólares.

Crédito da imagem: DevelopmentAid

Eventualmente, o secretário-geral da SAM da época e Mustafá chegaram a Aruba para negociar com Francisco e Eusébio o embarque no voo. Os sequestradores não estavam prontos para deixá-los embarcar na aeronave. Até então, mais alguns passageiros conseguiram escapar pela porta traseira de emergência. Os sequestradores forçaram o piloto a decolar, mas eles voltaram para Aruba novamente. As autoridades locais pediram então aos sequestradores que substituíssem os tripulantes exaustos. A SAM providenciou substitutos, que incluíam Edilma Pérez e María Eugenia Gallo, personagens centrais do drama policial da Netflix. A companhia aérea também ofereceu US$ 50 mil aos sequestradores para aceitarem novos membros da tripulação, que eventualmente embarcaram no voo.

A aeronave continuou fazendo escalas em diversos aeroportos, especificamente nos de Guayaquil, no Equador, e Lima e Mendoza, no Peru. Enquanto estavam no aeroporto de Mendoza, os demais passageiros foram convidados a abandonar o avião. Eusébio e Francisco escaparam individualmente em Resistência, Argentina, e Assunção, Paraguai. Os demais tripulantes levaram a aeronave para Buenos Aires, capital da Argentina. Quando os sequestradores deixaram o avião, já haviam se passado cerca de sessenta horas. O HK-1274 pousou na cidade argentina após percorrer cerca de 22.750 quilômetros.

A SAM permaneceu durante anos uma companhia aérea proeminente na Colômbia após o sequestro. A empresa foi a principal patrocinadora do time de futebol colombiano Atlético Nacional no final da década de 1980 e início da década de 1990. A companhia aérea foi fechada em 2010 após ser totalmente fundida com a Avianca.

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