As Marvels diverte de forma rápida, leve e com grandes picos de carisma

Crítica sem spoilers de As Marvels

Em 2019, os fãs do MCU recebiam com muita empolgação o filme solo da Capitã Marvel, o qual introduziria Carol Danvers à franquia e serviria como preparo para a grande conclusão da Saga do Infinito em Vingadores: Ultimato. Com a estreia do longa, o público se deparou com uma personagem definitivamente poderosa, mas algo parecia estar errado com a protagonista vivida por Brie Larson.

Por trás dos raios de energia e explosões causadas pelos seus socos, era difícil enxergar uma mulher com inseguranças, aflições e falhas. Pior que isso, as qualidades humanas da heroína não foram devidamente exploradas. Como resultado, houve um distanciamento por parte do público em relação à Carol Danvers. Em um universo com personagens tão interessantes quanto Tony Stark, Natasha Romanoff e T’Challa, seria difícil escolher a Capitã Marvel como favorita.

As Marvels, no entanto, tenta reverter este quadro. Dessa vez, Brie Larson não está sozinha, mas muito bem acompanhada por Mônica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellani). Com os poderes entrelaçados, as três personagens devem aprender a trabalhar em equipe para enfrentar uma ameaça iminente. 

Muito do filme, portanto, é a busca pela sintonia do grupo. É interessante ver como, ao longo da trama, cada uma das personagens passa a representar um aspecto específico de uma única entidade. Carol é a alma. Mônica, a mente. E Kamala, sem dúvida, o coração do time. 

Nesse sentido, o longa cumpre o objetivo de estabelecer harmonia entre as heroínas com bastante êxito. Existe muita química entre as atrizes (que é refletido diretamente nas interações das personagens). Juntas, elas conseguem transmitir o carisma e a leveza de vários outros grupos do MCU, fazendo com que seja fácil se importar com a sua luta (tanto a coletiva quanto as individuais).

Para que haja essa conexão, no entanto, a Miss Marvel de Iman Vellani é indispensável. Hilária e irritantemente adorável, a personagem consegue extrair de Mônica Rambeau e, principalmente, de Carol Danvers, seus lados mais humanos. Assim, somos apresentados a uma Capitã Marvel que ainda não conhecíamos e que, diga-se de passagem, é muito mais interessante. A presença de Vellani, inclusive, parece ter feito com que Brie Larson encontrasse um tom mais natural para sua atuação.

Esse time de peso, é claro, precisaria de um comando à altura. Quem ficou responsável pela direção foi Nia DaCosta, conhecida pelo excelente Candyman (2021). Em geral, seu trabalho técnico em As Marvels é bastante competente e honesto. DaCosta soube gravar boas cenas de ação e respeitar os momentos de interação entre as protagonistas, criando uma aventura espacial descontraída e com um timing cômico muito bom. 

Porém, o que faz com que o filme seja pouco memorável é o arco da antagonista. A Marvel é conhecida por introduzir inúmeros vilões descartáveis em seus filmes. Nesse caso, porém, o desenvolvimento extremamente raso de Dar-Benn (Zawe Ashton) anula qualquer senso de urgência na trama. Carol, Mônica e Kamala estão correndo contra o tempo para defender o universo contra uma nova ameaça, mas esse “perigo” não fica aparente em momento algum da história. No fim, é tudo tão mal resolvido que parece até que não havia a necessidade da intervenção das heroínas. 

A trama genérica da vilã, infelizmente, acaba pesando bastante. Se esse ponto fosse melhor trabalhado, As Marvels definitivamente seria um filme completamente diferente. O que poderia ter sido uma grande história do MCU termina sendo, portanto, um divertimento rápido, leve e com grandes picos de carisma de Kamala Khan e sua equipe. 

Nota: 7/10

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