Crítica | Sem Ar – Suspense intenso que vale o mergulho

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Sem Ar (The Dive), a mais recente aposta da Paris Filmes no suspense de sobrevivência, emerge com a promessa de superar em angústia o excelente A Queda, que fez sua estreia nas telonas no ano passado. Entretanto, essa intensidade tão ansiada nunca é plenamente alcançada, embora isso não signifique que o novo filme esteja desprovido de tensão.

Brincando com o conceito essencial da privação de oxigênio e explorando os enigmas das profundezas oceânicas, o longa nos mantém à beira de nossas poltronas durante grande parte da projeção. No entanto, sua trama, por vezes, se assemelha a uma colcha de retalhos repleta de buracos e incoerências.

A trama e o elenco de Sem Ar

Mergulhando no núcleo da história, vemos um thriller que, embora faça nossos pulmões clamarem por ar, se prende a um roteiro básico, onde as personagens parecem seguir um script predeterminado de ações e reações. A autenticidade que outros filmes, como Águas Rasas, transmitiam com maestria, aqui se dilui no mar do clichê.

A trama nos apresenta um relato aflitivo de duas irmãs apaixonadas pelo mergulho. Entretanto, um mergulho supostamente comum transforma-se em um pesadelo subaquático quando uma delas fica presa. O drama familiar, que poderia ser um diferencial, muitas vezes parece mais um peso extra em suas mochilas de oxigênio.

O farol de esperança deste naufrágio narrativo são as atuações estelares de Sophie Lowe e Louisa Krause. Elas encantam e mantêm o espectador hipnotizado. Já o diretor Maximilian Erlenwein, embora componha um cenário submerso em suspense, nos leva por rotas tão familiares que quase podemos prever cada curva e corrente. Contudo, há de se aplaudir a maneira como o filme evita afundar na monotonia, mesmo enfrentando o turbilhão de um orçamento restrito.

A direção de fotografia nos guia pelas águas profundas, mas é na trilha sonora onde o filme parece flutuar sem direção, perdendo a oportunidade de elevar ainda mais o suspense. Sem Ar às vezes parece um rascunho de um grande roteiro que nunca foi à superfície. Contudo, sua proposta de terror, que dispensa monstros marinhos e psicopatas, torna a atmosfera densa, e vale o mergulho.

Veredito

Ao chegar à superfície após essa experiência subaquática, podemos concluir que Sem Ar, apesar de não causar a mesma agonia que outros do gênero, certamente deixa sua marca. Ele nos imerge em uma angústia crescente que, como uma correnteza, nos puxa para o fundo de nossa poltrona. Mesmo que beba das fontes de outros titãs do gênero, busca entregar seu próprio sabor de aflição. Uma expedição tensa e divertida, embora tropece em recifes narrativos bastante conhecidos.

A sensação de asfixia é um prêmio para os amantes desse subgênero do terror. Pode-se dizer que Sem Ar carece sim de algumas inovações, mas não se pode negar sua capacidade de nos deixar ansiosos. Um convite claustrofóbico para os fãs de suspense se afundarem em sua trama, mesmo que às vezes o mergulho não seja lá tão profundo quanto o esperado.

NOTA: 7/10

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