No centro de acusações de abuso sexual contra a própria filha, Dylan Farrow, Woody Allen lançou seu 50º filme no Festival de Cinema de Veneza e afirmou em meio ao evento que “qualquer movimento que realmente beneficia, faz algo positivo, vamos dizer para mulheres, é uma boa coisa”.
Em 2021, a ex-namorada de Woody, Mia Farrow, e alguns de seus filhos relataram no documentário Allen vs. Farrow como era a relação com o diretor. Dylan, que teria sido vítima de Allen aos 7 anos, não mudou sua versão em 30 anos desde a denúncia. A série documental também mostra inconsistências em relatórios da investigação e como o romance entre o cineasta e Soon-Yi Previn, filha adotada por Mia e o ex-marido André Previn, teve início.
Ainda que Allen tenha defendido movimentos feministas ele adicionou que “quando se torna bobo, é bobo”. O repórter que conduziu a entrevista à Variety perguntou ao que ele se referia e teve a resposta: “É bobo, sabe, quando não é realmente uma questão feminista ou de injustiça contra mulheres. Quando fica muito extremo e começa a tentar transformar as coisas em um problema, quando na verdade a maioria das pessoas não levariam isso como uma situação ofensiva”.
Woody também voltou a falar sobre o próprio cancelamento, reafirmando que a opinião pública não o atingiu. “Não sei o que é ser cancelado. Sei que tudo tem sido igual nos últimos anos. Eu faço filmes. O que mudou foi a apresentação dos filmes”. Ele pontuou ainda que Coup de Chance pode ser seu último longa-metragem.
“Fazer o filme é uma coisa, mas arrecadar dinheiro para isso, sabe, é tedioso e nada glamouroso. E agora, se alguém sair das sombras e disser, ‘Eu vou te dar dinheiro para que faça seu filme,’ isso seria um fator de influência para fazer outro filme. Outra coisa é para onde os filmes foram. Não gosto da ideia — e não conheço nenhum diretor que goste — de fazer um filme e depois de duas semanas ele estar na televisão ou no streaming”, disse Allen.
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