Crítica | Tubarão: Mar de Sangue – Trama mastigada de tudo que já foi feito

Se você entra na sessão de Tubarão: Mar de Sangue (Shark Bait) esperando algo novo do gênero, esqueça. O filme de sobrevivência da Paris Filmes navega nas águas turvas do mais do mesmo, promete um “mar de sangue” no título, mas não foge do óbvio, do previsível, do lugar comum.

A produção – dominada por personagens insuportáveis e situações que exigem uma dose extra de suspensão da descrença – absorve a velha premissa de filmes como Águas Rasas e Medo Profundo e brinca de ser um Tubarão, mas não atinge o patamar de nenhuma delas, restando apenas um filme que já foi feito muitas vezes antes.

A trama e o elenco

Sem ânimo para agregar alguma novidade ao enredo feijão com arroz de sempre, a trama acompanha cinco jovens imprudentes e irritantes (daqueles que testam nossa paciência!) em uma aventura que irá custar suas vidas. Após roubar jet-skis e ficar à deriva em alto mar, o grupo começa – é claro – a ser perseguido por um enorme e incansável tubarão branco. Dai por diante é o clichê de sempre. Mortes, luta pela sobrevivência e litros de sangue tão falso quanto a atuação precária do elenco limitado. Diferente de filmes como o recente A Queda, os personagens rasos e estereotipados estão ali naquele belo cenário apenas com o intuito de serem o balde de carne para as feras marinhas famintas e nada além disso.

Tudo é absolutamente tão idiota e presumível, que não sobra espaço para o espectador preencher as lacunas da trama mastigada. Não há surpresas, nem mesmo na subtrama boba do triângulo amoroso protagonista. Mas o pior mesmo está na performance sonsa e lenta de Holly Earl, uma das piores final girls recentes. Além do suspense provocado pelo predador na água, parte da tensão cresce quando descobre-se que Milly (Catherine Hannay) dormiu com o atleta Tom (Jack Trueman) na noite anterior, pelas costas de sua namorada Nat (Earl).

E uma vez que Nat é a “mocinha gente boa” e corajosa (ainda que não sustente essa personalidade) – o roteiro força isso através dela ser a única que sabe falar espanhol na viagem – a trama centraliza na luta entre ela e o enorme tubarão, mas passa vergonha, tanto por conta do CGI medonho utilizado, quanto pela direção sem ritmo de James Nunn, que se esforça demais para criar um suspense hitchcockiano quando, na realidade, não faz excitação alguma. Sequências repetitivas fazem a história demorar para pegar no tranco e o roteiro está tão preso à tradição, que se torna difícil se sobressair, tudo é apenas uma única nota, um tom que se repete do começo ao fim.

Conclusão

Recheado de personagens estúpidos e situações risíveis, Tubarão: Mar de Sangue promete um mergulho intenso, mas entrega uma morte horrível provocada pelo tédio de um gênero que se repete. Neste thriller deprimente e sem imaginação, torcemos para que o tubarão acabe com todo o elenco – e olha que até mesmo ele precisa de aulas de atuação.

Marcado por figurões que são meramente iscas de tubarão e enredo irritantemente previsível, o filme serve apenas para expor como esse tipo de obra necessita urgentemente de inovação, de um novo ponto de vista, caso o contrário estamos fadados à assistir a mesmíssima premissa rasa e preguiçosa de sempre. Uma cópia genérica de tudo que já foi feito antes.

NOTA: 2/10

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