Crítica | Órfã 2: A Origem – Reviravolta divertida em sequência absurda

Sabemos que Hollywood não deixa nenhuma história morrer. Não importa quanto tempo se passe, todos os filmes originais retornam. A interminável saga de prequels, sequências, reboots e remakes se tornou o ganha pão de muitos realizadores e é claro que o icônico A Órfã não iria se safar dessa cobiça. Isabelle Fuhrman, agora com 25 anos, reprisa o papel de Leena em Órfã 2: A Origem (Orphan: First Kill) e traz de volta o conto de horror psicológico sobre a mulher adulta que se veste de criança de 9 anos para aplicar golpes em famílias ricas. E esse retorno pra lá de triunfal – 13 anos depois do original – sabe perfeitamente que as expectativas do público são baixas e joga com as artimanhas que possui.

A trama e o elenco

Bom, se você está vendo este filme, é sinal de que já conhece o universo caótico em que ele se passa. Conforme estabelecido no filme de 2009, Leena era uma mulher de 33 anos que utilizou seu raro distúrbio hormonal para enganar famílias a adotá-la. Durante os eventos da obra original, ela aterrorizou a família Coleman e tentou seduzir seu pai adotivo. Ela o mata depois que ele a rejeita e finalmente entende o que sua esposa estava lhe dizendo: sua filha adotiva Esther não é quem ela afirma ser.

Agora, o foco é contar a origem dessa maluca em uma história que ninguém realmente pediu, já que o primeiro filme já havia entregado a maior reviravolta possível, abdicando de surpresas futuras. Talvez por conta disso a sequência levou tanto tempo para sair do papel. Mas será mesmo que sabemos tudo sobre Leena? Bom, como podemos imaginar, a resposta é não. Dessa vez, a máquina assassina foge de um asilo na Estônia e convence as autoridades de que é a filha desaparecida de uma rica família americana, a sonsa e inocente Esther Albright.

Ela é recebida por sua mãe Tricia (vivida pela ótima Julia Stiles), pai Allen (Rossif Sutherland) e irmão mais velho Gunnar (Matthew Finlan). Pensando que enganou os Albrights, ela se encontra em uma situação em que as coisas mudam drasticamente e segredos sombrios vem à tona, pegando Leena de surpresa, afinal, há coisas (e pessoas!) piores do que ela nesse mundo. Porém, desde o início, o filme falha em apresentar a tal “origem” prometida, uma vez que apenas revisita as respostas que já foram dadas antes, como suas cicatrizes, sua doença e seus distúrbios psicológicos. Resta apenas abraçar e aceitar a nova reviravolta: Esther não é mais a vilã de seu filme.

Ver Isabelle Fuhrman reprisando o papel de Leena é chocante e, ao mesmo tempo, patético. Uma pegada humorística e irônica que bizarramente funciona, afinal, agora sim é uma mulher adulta fingindo ser uma criança. E é exatamente isso mesmo que parece. As tentativas de esconder o crescimento da atriz desde que interpretou Esther aos 12 anos são inteligentes, mas manter a farsa se mostra difícil após alguns minutos de filme. No entanto, esse é o menor dos problemas. Seu envelhecimento até acaba beneficiando a narrativa e o plot twist, claro. Fuhrman, por sua vez, é uma força a ser reconhecida. Seu talento é aparentemente fácil, e vê-la encarnar Esther é fascinante.

A direção de William Brent Bell abdica qualquer sanidade do enredo em prol de abrir alas para sua protagonista surtada e suas presepadas eloquentes, mas acaba por entregar um thriller animado, que fisga pela nossa curiosidade de saber como aquela loucura vai toda vai terminar. Grande parte do terror é cômico – nível Chucky – especialmente pelo fato de que agora já sabemos do segredo de Esther.

Conclusão

Caótica e maluca, Órfã 2: A Origem é uma brincadeira infinitamente divertida do começo ao fim. Com a performance estelar de Isabelle Fuhrman, a sequência – que chega um pouco tarde – falha em justificar sua tal origem dentro de tantos absurdos da trama, mas entrega uma reviravolta exagerada e tão boa quanto a original.

Com expectativas baixas, o filme envolve pela estranheza e arranca risadas involuntárias quando tenta fazer terror. Não há sustos, não há medo, mas há uma maluca assassina louca para ser adotada pelo público sedento pelo cinema de horror que, conscientemente, sabe que não precisa sempre ser inteligente. Às vezes, comer pipoca e ver uma sequência ruim é assustadoramente bom.

NOTA: 7/10

Leia também: Quem é a verdadeira Esther? Entenda o final CHOCANTE de A Órfã 2


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