A Maldição da Mansão Bly | Entenda o final emocionante da série

Finalmente, após dois anos desde a estreia da aclamada ‘A Maldição da Residência Hill’, já está disponível no catálogo da Netflix a segunda temporada, agora antológica, denominada ‘A Maldição da Mansão Bly’, inspirada no livro ‘A Volta do Parafuso’, do escritor Henry James. Mas, após aquele desfecho emocionante, será que você entendeu mesmo todos os detalhes? Bem, vamos explicar algumas coisas, tais como as “viagens no tempo” dos personagens e a última cena. O que acha?

Leia a nossa crítica completa de A Maldição da Mansão Bly!

Mas lembre-se: essa publicação contém MUITOS SPOILERS. Recomenda-se ler apenas após assistir a temporada toda.

O fim é o começo

Bem, para começar essa análise, é importantíssimo que você volte na Netflix e, após assistir a última cena do episódio 9, que encerra A Maldição da Mansão Bly, vá e assista também a primeira cena do episódio 1 da temporada. Motivo: ambas se conectam e se complementam, mas só fazem mesmo sentido após assistir o final. Nessa cena, a narradora (e também jardineira de Bly) Jamie (Amelia Eve), já em 2007, abre a porta do seu quarto de hotel, deixa uma pia cheia d’água e dorme, de frente para porta, à espera de alguém que, com o desfecho, descobrimos ser a sua amada Dani (Victoria Pedretti). Mas Dani morreu em Bly, certo? Vemos seu corpo no fundo do lado. Como é que ela consegue sair de lá?

Sim, após anos carregando a Dama do Lago dentro de si (uma perfeita analogia para depressão), Dani retorna até Bly para se suicidar e pôr um fim em sua dor e angústia. Vale lembrar que, quando ela “absorveu” a fantasma, o poço gravitacional que a defunta havia criado no lugar se desfez totalmente e todos os mortos, tais como a governante Hannah (T’Nia Miller) e o salafrário Peter (Oliver Jackson-Cohen), finalmente estavam livres do “purgatório” e puderam seguir rumo ao plano seguinte. Por conta disso, Bly não era mais assombrada, ou seja, mesmo se morrer no terreno da mansão, o fantasminha está livre para sair de lá, assim como Viola (Kate Siegel) faz ao entrar em Dani e passear por Londres por alguns bons anos.

Mas e a pia com água? Bem, sabemos que Viola tem conexão com o lago de Bly e Dani, após morrer lá, certamente necessita de algo como uma banheira (ou uma pia de água) para fazer essa ligação com o nosso mundo e poder voltar para visitar Jamie. Por isso que ela enche a pia e espera pacientemente por sua assombração noturna.

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A história da narradora era real?

Sim, era. Apesar de ninguém (além dela e do cozinheiro Owen) lembrar o que havia acontecido em Bly na década de 1980, seu conto de amor é real. Certamente, por conta da idade (ou mesmo alguma artimanha da fantasma Rebecca), as lembranças desses eventos foram apagadas da mente de Flora e Miles, assim como os fantasmas também se esquecem, com o tempo, o que deveriam assombrar. Nas cenas do casamento de Flora, já adulta agora em 2007, Jamie decide relembrar o momento mais importante de sua vida e que conectou todos que estão ali. Ainda que sua narrativa seja apenas vista como “uma história de fantasmas”, para ela foi como uma terapia, colocar tudo para fora e, com isso, não esquecer que um dia amou uma doce e carinhosa mulher chamada Dani.

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E as viagens no tempo?

À partir do episódio 5, mais ou menos, conhecemos o conceito de “ficar absorto” dos personagens. Apesar de parecer, no primeiro momento, uma espécie de viagem no tempo, na realidade é apenas um loop temporal que os mortos vivem. Nesse plano – o “purgatório” de Bly – não existe passado, presente ou mesmo futuro, tudo está acontecendo ao mesmo tempo dentro da mente de quem já morreu, ou seja, eles não estão viajando para o passado e nem para o futuro, mas sim, estão navegando por entre suas memórias de vida, que acabam se misturando, especialmente se não souber que está morto, como acontece com Hannah, que começa a ver a rachadura na parede em todos os lugares da casa mas, na verdade, foi a última coisa que viu no fundo do poço antes de morrer, após ser empurrada por Miles/Peter.

A série mostra que esses momentos, em que são “puxados” para outros momentos da vida, é algo involuntário e acontece com frequência, até mesmo com quem está vivo, como a Flora (já que a Rebecca faz ela passar por isso, mas conta que, para os vivos, é bem mais complicado de acontecer). Essa ideia é muito parecida com o que conhecemos como Déjà vu (a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. O termo é uma expressão da língua francesa que significa: “Já visto”, segundo a Wikipédia).

Como narrativa no roteiro, essas idas e vindas no tempo, ainda que confusas, servem para ajudar a contar a história de Bly e de como aquelas pessoas morreram no lugar, sem que seja feita de forma linear e convencional. No desfecho, tudo faz sentido e detalhes, como o fato de Hannah sempre recusar comida e bebida (por estar morta, claro!) liga os pontos. É divertido assistir a temporada pela segunda vez já sabendo dessas revelações.

Como ninguém consegue sair de Bly depois de morto?

Isso é explicado no episódio 8, que conta a história da Viola e sua irmã e como ambas morreram em Bly. Viola, no caso, foi morta por alguém que amava e, após anos, esquecida por seu marido e filha. Vemos ela, metaforicamente, presa dentro de um baú velho, no sótão, que representa como os mortos, depois de algum tempo, são resumidos aos pertences que tiveram em vida e, gradativamente, os vivos seguem em frente. Viola se torna uma lembrança distante na vida de quem amou, jogada no fundo do lago. Essa sua carência e solidão se transformam em ódio e ela, após anos e anos, se esquece até mesmo o que está assombrando e vira uma maldição poderosa, que cria uma espécie de sistema solar em Bly, sendo ela o sol e fazendo com que todos os fantasmas do lugar orbitem em torno de si. Esse poço gravitacional só se desfaz somente quando ela entra em Dani e consegue deixar o terreno de Bly.

O que você achou de ‘A Maldição da Mansão Bly’? Conta para a gente nos comentários!

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