Crítica A Primeira Noite de Crime

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Continuações não são novidade em Hollywood, ainda mais quando se trata de filmes de terror. Assim, a franquia Uma Noite de Crime (The Purge), que teve início em 2012, já está em seu quarto filme – isso sem falar num seriado.

Acontece que Uma Noite de Crime, em seu início, não era bem um filme de terror. Sim, a violência era peça importante, mas o principal era a crítica social, bem inserida num Estados Unidos levemente futurista onde, uma vez ao ano, por 12 horas seguidas, todo crime é liberado, incluindo o assassinato. Logo no primeiro filme fica claro que os pobres são os mais eliminados na data, enquanto os ricos usam seu poder e dinheiro para se protegerem ou, pior, expurgarem a vontade, com o melhor armamento possível. A desculpa oficial é que este dia “limpa a alma” das pessoas, controlando a violência pelo resto do ano.

O segundo filme tomou um rumo um pouco diferente, mas manteve a identidade. As coisas começaram a cair bastante com o terceiro e agora, com A Primeira Noite de Crime (The First Purge), se perderam ainda mais. A ideia de mostrar a primeira das noites, ou melhor, uma noite teste, é muito boa. Já a execução…
Desde o filme anterior, a crítica social, de inteligente, foi para óbvia e superficial, e isso continua aqui. Um bairro pobre é escolhido como local teste e a manipulação do governo e dos ricos fica mais clara do que nunca. Tanto que fica difícil entender se as obviedades são intencionais ou simplesmente atestam uma produção preguiçosa, repetitiva.

Um tema tão importante, sendo arrastado de maneira tão simplista, mata toda a pouca seriedade que restava à franquia. Ou, talvez, seja apenas o fato de estarem repetindo a fórmula uma vez depois da outra. Não só isso, até os clichês inerentes aos filmes de terror estão à flor da pele.

Para piorar, os protagonistas são fracos e esquecíveis – não é coincidência que não falei deles até agora. São personagens vazios, que entram e saem de cena sem dizerem a que vieram. Até a ótima Marisa Tomei é desperdiçada no papel da Dra. Updale, que desenvolveu o estudo da Noite de Crime. Em mãos mais competentes ou simplesmente interessadas em realmente contar uma história, ela teria sido a protagonista num conflito bem interessante. Mas, ao contrário, ela foi uma coadjuvante que, como todos os personagens, não tem peso algum.

A esperança é que a série de TV, com um formato diferente, seja a salvação da franquia. Pois, se for para continuar com filmes assim, é melhor ficarmos por aqui mesmo.

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