Por: Thiago Muniz
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Infelizmente, a produção perdeu a oportunidade de gravar a cena de diferentes ângulos para alimentar ainda mais o ar de pontos de vistas distintos. Mas um fato é certo: o ponto de vista do Daniel o humaniza e talvez traga as maiores reflexões entre as duas produções.
Apesar da estrela ser Carla Diaz, Leonardo Bittencourt não fica muito para trás e entrega uma performance ótima, densa e com camadas interessantíssimas. O ator entrega o essencial e ainda possui boa química com Diaz que, por sua vez, está ainda mais intensa no filme cujo ponto de vista não é de sua personagem.
Ainda que tenha alguns deslizes no ritmo, a condução de Maurício Eça transforma o argumento de Ilana Casoy e Raphael Montes numa obra com personalidade (fotografia com luzes neon e planos mais elaborados) e que sabe contar sua narrativa de forma coesa, bem explicada e, ao mesmo tempo, imersiva para o espectador leigo no mundo do crime.
A narrativa instigante e o olhar aguçado do roteiro submergem o espectador na relação tóxica, sombria e por vezes sexy do casal de protagonistas. Neste capítulo, a tensão crescente culmina num desfecho pesado, gráfico e angustiante, que não perde para nenhum true crime internacional.
NOTA: 7/10