PASSAGEIRO ACIDENTAL

#Crítica

Por: Thiago Muniz

O longa não entrega muita novidade fora do que já estamos acostumados a assistir nesses típicos filmes de sobrevivência no espaço, porém, é exatamente as intrigas e possibilidades criadas através dessa decisão de ter que decidir o valor da vida de cada indivíduo, que mantém a tensão em alta e o envolvimento emocional do público no limite."

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Na trama – até bem interessante dentro das limitações – três tripulantes são enviados para uma missão de duração de dois anos até Marte, porém, durante a metade do percurso descobrem que há mais um passageiro na espaçonave, um técnico de manutenção que ficou preso e acabou sendo enviado ao espaço por engano. Agora, o grupo precisa lutar para sobreviver com a baixa reserva de oxigênio e comida que havia sido planejada para apenas duas pessoas.

Os personagens, ainda que com pouco background, são cativantes e diferentes entre si. Esse fato ajuda o nosso envolvimento emocional quando o grupo precisa decidir por sacrificar um dos membros em prol de não apenas salvar a missão de bilhões de dólares, como também a vida dos demais a bordo.

elenco

O passageiro indesejado é um homem negro (vivido pelo ator Shamier Anderson) e, mesmo que não tenha a intenção, colocar uma pessoa preta nessa posição de clandestino e trabalhar em cima disso, de desconfianças nos demais tripulantes, está na linha que beira o racismo estrutural.

RACISMO ESTRUTURAL

A condução de Joe Penna (Ártico) é excelente na construção da atmosfera de suspense, especialmente através das dificuldades de locomoção no espaço, no entanto, o diretor acaba por gastar recursos introdutórios demais na primeira metade, que deixam a narrativa lenta, explicativa e, no fim das contas, desanimada sem saber como inovar utilizando a fórmula sci-fi convencional.

DIREÇÃO

Se a trama não fisga no começo, dificilmente irá impactar no clímax e o desfecho – abrupto – se torna ainda mais apressado, mesmo que melancólico e poético dentro da proposta intimista que ganha força nos últimos minutos. Não há cenas de ação, não há terror e o drama, ou seja, a sensação é de que um enorme potencial foi desperdiçado nesse que poderia ter a mesma energia vibrante de obras como Vida e Gravidade.

trama

Passageiro Acidental desenvolve um drama sólido através do interessante dilema moral que é bastante bem-vindo em sci-fi’s de sobrevivência, mas sua trama cai na monotonia e expõe o quão falha é na originalidade.

veredicto

NOTA: 6/10