As filmagens de “Um Rio de Janeiro”, novo longa-metragem dirigido por Angelo Defanti, estão em andamento e prometem um retrato instigante e multifacetado da capital fluminense.
A produção da Sobretudo Produção se baseia no romance Vento Sudoeste, de Luiz Alfredo Garcia-Roza, e conta com um elenco de peso liderado por Digão Ribeiro, Humberto Carrão, Regina Casé, Drica Moraes, Enrique Diaz e Pedro Ottoni.
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Sobre Um Rio de Janeiro
Com locações que vão de Copacabana a Bangu, o filme busca explorar “dois rostos do Rio”, segundo o próprio Defanti — o cartão-postal presente no imaginário popular e o território ainda pouco retratado no cinema. É nesse contraste que se desenvolve a trajetória do protagonista Gabriel, interpretado por Digão Ribeiro, cuja vida é tomada por uma inquietante profecia.
Na trama, Gabriel tenta se entregar à polícia por um crime que ainda não cometeu. Um vidente previu que ele mataria alguém em seis meses, e, atormentado pela premonição, o personagem se vê a poucos dias do suposto desfecho. A partir dessa premissa, Defanti constrói um drama com toques de suspense, humor e realismo, que reflete sobre o destino, a culpa e a repetição dos ciclos sociais e pessoais.
“Garcia-Roza sempre escreveu impregnado pelos modos e pela geografia do Rio, mas se mantinha em Copacabana. No filme, esse território se amplia e agrega Bangu como novo eixo, conectando duas faces da mesma cidade”, explica o diretor.
Com quatro semanas de ensaio sob preparação de Nina Kopko, o elenco desenvolveu laços afetivos que reforçam o naturalismo da obra. “O processo de formar a família do protagonista foi especialmente bonito e afetuoso. Digão, Pedro e Regina criaram uma cumplicidade fora do set, e isso aparece nas cenas. Queríamos um tom de realismo que chocasse com as situações absurdas que o roteiro propõe”, conta Defanti.
O diretor, que volta à ficção após o premiado O Clube dos Anjos, destaca que o novo filme também funciona como um espelho do Brasil contemporâneo: “Gabriel acredita estar preso a uma profecia, e o país inteiro parece viver algo semelhante, como se estivéssemos condenados a repetir os mesmos erros e violências. O filme fala desse sentimento de impotência, mas também da vontade de resistir. O humor segue sendo uma das formas mais sofisticadas de inteligência coletiva no Brasil.”
As filmagens de Um Rio de Janeiro começaram em 13 de outubro e seguem até 16 de novembro. Segundo Defanti, o longa nasce do reconhecimento da impossibilidade de capturar a totalidade da cidade: “Seria ingênuo achar que um filme conseguiria abraçar o Rio inteiro. Um Rio de Janeiro é apenas um entre tantos outros que acontecem todos os dias.”
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