A 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo dedica parte de sua programação à memória e à preservação do cinema, apresentando cópias restauradas e raridades que marcaram a história da sétima arte. Um dos destaques é Queen Kelly (1929), clássico de Erich von Stroheim estrelado por Gloria Swanson, que será exibido neste domingo (19), às 20h45, na Sala Grande Otelo da Cinemateca Brasileira.
Após a sessão, o arquivista norte-americano Dennis Doros, responsável pela reconstrução do filme, participa de um debate sobre o processo de restauração, em uma mesa especial com o público presente. A entrada para o bate-papo está vinculada ao ingresso da sessão.
Mítico e envolto em polêmicas desde sua conturbada produção, Queen Kelly atravessou diferentes versões após sofrer cortes do estúdio e intervenções da própria Swanson, em um momento de transição para o cinema falado. O trabalho de Doros resultou em uma “reimaginação” da concepção original de Stroheim, baseada na descoberta de materiais raros, recuperação de negativos em nitrato e no uso de ferramentas digitais de restauração.
Além de Queen Kelly, a Mostra exibe outros títulos restaurados, entre nacionais e internacionais, reforçando seu compromisso com a preservação da memória cinematográfica. Entre eles estão o indiano Sholay (1975), de Ramesh Sippy, que celebra 50 anos; o português Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira; e o argelino Crônica dos Anos de Fogo (1975), de Mohammed Lakhdar-Hamina — cineasta que faleceu em maio de 2025 e foi o primeiro árabe-africano a conquistar a Palma de Ouro em Cannes.
A programação também inclui o japonês Chuva Negra (1989), de Shohei Imamura, em nova cópia que marca os 80 anos das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Em homenagem às vítimas, o festival promove ainda uma sessão dupla especial com o inédito Alma Errante – Hibakusha (2025), seguida de uma apresentação musical de Rosa de Hiroshima, interpretada por Mariana de Moraes e Gerson Conrad, no Sato Cinema, neste domingo (19), às 19h.
O cinema brasileiro tem destaque com a exibição de versões restauradas de Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes — que completa 21 anos de sua estreia na Mostra —, Lua Cambará – Nas Escadarias do Palácio (2002), de Rosemberg Cariry, Tônica Dominante (2001), de Lina Chamie, e Um Céu de Estrelas (1995), de Tata Amaral, que celebra 30 anos.
Completando o panorama, a nova cópia digital de Garota de Ipanema (1967), de Leon Hirszman, restaurada pelo laboratório de imagem e som da Cinemateca Brasileira, integra a seleção e reafirma o papel essencial da Mostra na valorização do patrimônio audiovisual.
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