CineBH 2025 | Confira todos os vencedores da Mostra Território e do Brasil CineMundi

A 19ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte encerrou sua programação no último domingo, 28 de setembro, com a cerimônia de premiação da Mostra Território e do Brasil CineMundi – 16th International Coproduction Meeting, realizada no Cine Theatro Brasil Vallourec. A noite coroou a diversidade de vozes, olhares e linguagens que marcaram o festival, reafirmando o compromisso do evento com a experimentação, o diálogo internacional e o fomento a novas gerações de cineastas.

O prêmio de Melhor Filme da Mostra Território foi concedido ao longa “Quemadura China”, produção uruguaia dirigida por Verónica Perrotta. O júri destacou a ousadia da obra em abordar a fragilidade como potência poética, entrelaçando o íntimo e o coletivo, o grotesco e o lírico, o teatral e o cinematográfico, em um gesto de “radical originalidade”.

Na categoria Melhor Presença, a escolha recaiu sobre o elenco do mexicano “Chicharras”, de Luna Marán, elogiado pela consciência coletiva e pela reinvenção de processos criativos como ato de resistência. Já o Destaque do Júri foi para a montagem de “Huaquero”, do peruano Juan Carlos Donoso Gómez, reconhecido por sua densidade histórica e pela capacidade de tornar visível o invisível. O Prêmio Abraccine, concedido por críticos de cinema, foi para “Punku”, de Juan Daniel Fernández Molero (Peru), descrito como uma refinada arquitetura do inconsciente que articula memória, sonho, mito e realidade. A Abraccine ainda conferiu menção honrosa a Chicharras, pela força política e vitalidade de sua narrativa comunitária.

Brasil CineMundi premia novos projetos

Em sua 16ª edição, o Brasil CineMundi reuniu mais de 200 profissionais de 16 países, consolidando-se como uma das principais plataformas de coprodução e desenvolvimento de projetos do audiovisual latino-americano. Entre 245 inscritos, 37 projetos foram selecionados para a programação, que contou com encontros de coprodução, mentorias, laboratórios e consultorias especializadas.

O prêmio principal do júri oficial foi para o longa “Filhas do Mangue”, projeto alagoano de Stella Carneiro (direção) e Rafhael Barbosa (produção). O júri ressaltou a voz jovem e singular da diretora, capaz de transformar vivências íntimas em reflexões amplas sobre preservação ambiental, desigualdades regionais e a irreverência das novas gerações.

Na categoria Work in Progress, o Prêmio O2 Pós reconheceu “O Filho da Puta”, coprodução de MG e RS assinada por Erica Maradona, Otto Guerra, Sávio Leite e Tânia Anaya, pela narrativa crua e bem-humorada sobre identidade. O Prêmio Mistika foi para “Lusco-Fusco”, de Bel Bechara e Sandro Serpa, que aborda feminismo e violência contra a mulher com sensibilidade e coragem. Já o Prêmio The End destacou “A Fabulosa Máquina do Tempo”, de Eliza Capai, pela potência artística e relevância social ao retratar a infância feminina no sertão do Piauí.

Outros projetos contemplados incluem “Arrudas” (MG), de Matheus Moura, no Foco Minas; “Você? Mãe?” (RJ), de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos, premiado em múltiplas categorias por sua estética inovadora e abordagem política; e “Omágua Kambeba” (AM), de Adanilo, que recebeu o principal reconhecimento do coletivo Filmes de Plástico por seu caráter ambicioso e ousado.

Festival reafirma vocação internacional

Ao reunir artistas, críticos e produtores em um ambiente de trocas criativas, a 19ª CineBH reafirmou sua relevância como espaço de experimentação estética, intercâmbio internacional e fortalecimento do cinema brasileiro no cenário global.

A Mostra integra o Cinema sem Fronteiras 2025, programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção, que também promove a Mostra de Cinema de Tiradentes (em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (em junho).

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