A 19ª edição da Mostra CineBH chega ao seu primeiro fim de semana com uma programação intensa e variada. Entre documentários, ficções, animações e obras híbridas, o público poderá escolher entre 101 produções — 48 longas, 1 média e 52 curtas — exibidas em 71 sessões espalhadas por diferentes espaços da capital mineira.
De sexta a domingo, os destaques vão desde títulos inéditos no Brasil até filmes que já circulam em festivais internacionais, refletindo a pluralidade e a força do audiovisual contemporâneo.
Sexta-feira: Rita Lee, conspirações e suspense
Abrindo a programação do dia, o documentário Ritas, dirigido por Oswaldo Santana em codireção com Karen Harley, será exibido às 16h, no Centro Cultural Minas Tênis – Sala de Cinema 2. A obra traça um retrato profundo da vida e da carreira de Rita Lee, a eterna rainha do rock brasileiro, a partir de entrevistas e depoimentos inéditos.
A sexta ainda traz:
- Verde-Oliva (UNA Cine Belas Artes – Sala 2, 18h30), ficção de Wellington Sari sobre um videomaker enredado em uma conspiração;
- A Natureza das Coisas Invisíveis (Cine Santa Tereza, 20h), ficção de Rafaela Camelo que acompanha duas meninas em busca de refúgio em Goiás;
- Nimuendajú (UNA Cine Belas Artes – Sala 1, 20h, e Palácio das Artes – Sala Juvenal Dias, sábado, 16h45), animação de Tania Anaya que resgata a trajetória do cientista social Curt Unckel junto aos povos indígenas;
- Enterre Seus Mortos (UNA Cine Belas Artes – Sala 2, 20h30), suspense de Marco Dutra;
- Chicharras (Palácio das Artes – Cine Humberto Mauro, 21h), produção mexicana de Luna Marán sobre uma comunidade em disputa diante da chegada de um projeto rodoviário.
Sábado: escravidão, fé e despedida de Bituca
No sábado, dia 27, o destaque é o documentário Aqui Não Entra Luz (Palácio das Artes – Cine Humberto Mauro, 16h30), de Karol Maia, que revisita a herança da escravidão presente na arquitetura brasileira.
A programação também inclui:
- A Voz de Deus (UNA Cine Belas Artes – Sala 2, 18h30), de Miguel Antunes Ramos, sobre a rotina de jovens pregadores;
- Enquanto o Céu Não Me Espera (Centro Cultural Minas Tênis – Sala de Cinema 2, 20h), ficção de Christiane Garcia sobre um agricultor amazônico;
- Morte e Vida Madalena (UNA Cine Belas Artes – Sala 2, 20h30), de Guto Parente, que mistura maternidade, luto e os bastidores da produção cinematográfica;
- Milton Bituca Nascimento (Cine Petrobras na Praça, 20h), documentário de Flávia Moraes que acompanha a turnê de despedida do cantor e desvenda a profundidade de sua obra.
Domingo: vampiros, afetos e assaltos à brasileira
No domingo, 28, a diversidade de estilos se mantém:
- Nosferatu (Centro Cultural Minas Tênis – Sala de Cinema 2, 16h), ficção de Cristiano Burlan que revisita a saga do vampiro;
- Sou Amor (Cine Santa Tereza, 18h), de André Amparo e Cris Azzi, retratando Robson e sua luta contra o preconceito;
- Estranho Caminho (Centro Cultural Minas Tênis – Sala de Cinema 2, 18h), de Guto Parente, sobre um cineasta que retorna à cidade natal durante uma pandemia;
- Assalto à Brasileira (UNA Cine Belas Artes – Sala 2, 18h30), comédia de José Eduardo Belmonte sobre um jornalista refém em um assalto a banco que tenta transformar a crise em oportunidade jornalística;
- Milton Bituca Nascimento volta à tela, desta vez no Centro Cultural Minas Tênis – Sala de Cinema 2, às 20h.
Formação audiovisual: novos talentos em cena
Além das exibições, a CineBH também é espaço de aprendizado e troca. Nesta sexta-feira, 26, chega ao fim o Programa de Formação Audiovisual, que ao longo da Mostra reuniu 160 participantes em seis atividades — uma oficina online, duas presenciais e três laboratórios de roteiro.
Entre os destaques da programação estão a oficina online Análise de Estilos Cinematográficos, com Juliano Gomes e Bárbara Bello; as oficinas presenciais Animação em 60 Passos, de Zé Brandão, e Como Escrever Roteiros que Conectam, com Aurélio de Aragão e Felipe Barros; além dos laboratórios Drama como Narrativa (com Di Moretti), DNA do Crime (com Aleksei Abib) e A Cidade como Personagem do seu Filme (com Fabiano Maciel).
O programa fortalece a profissionalização e aposta na formação de novas gerações, alinhando o cinema brasileiro às tendências contemporâneas.
Brasil CineMundi: cinema brasileiro no mercado global
Em paralelo à programação da Mostra, acontece o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, principal espaço de internacionalização do cinema brasileiro. Em sua 16ª edição, o evento reúne 37 projetos de longas-metragens em diferentes fases de produção, conectando mais de 200 profissionais de 16 países em rodadas de negócios, mentorias e laboratórios.
As propostas se dividem em cinco categorias — Desenvolvimento (Horizonte, DocBrasil Meeting, Foco Minas e Paradiso Multiplica) e Finalização (WIP – Primeiro Corte) —, abrangendo ficção, documentário e animação.
Reconhecido por seu pioneirismo, o Brasil CineMundi já viabilizou dezenas de projetos exibidos em festivais no Brasil e no exterior. Com parcerias estratégicas com instituições e festivais internacionais, a iniciativa fortalece a circulação de novas vozes, a diversidade narrativa e a presença do audiovisual brasileiro no mercado global.