Olhar de Cinema 2025 bate recorde de filmes paranaenses na programação

Entre os dias 11 e 19 de junho, a capital paranaense se transforma em palco para o 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que este ano chega com um feito notável: 17 produções paranaenses integram a seleção oficial do evento — um número inédito na história do festival.

Com um total de 92 títulos nacionais e internacionais, a programação ocupa alguns dos principais espaços culturais de Curitiba, como a Ópera de Arame, Cine Passeio, Teatro da Vila, Cine Guarani, Cinemateca e o Museu Oscar Niemeyer. Os ingressos já estão disponíveis no site oficial, com valores acessíveis a partir de R$8 (meia-entrada), além de sessões gratuitas.

Desde a criação da Mostra Mirada Paranaense, em 2012, o festival tem valorizado a produção local, mas, em 2025, essa valorização atinge um novo patamar. “Essa é uma das maiores presenças do Paraná em todas as edições do Olhar. Reunimos filmes de diversas cidades, como Londrina, Maringá, Sapopema, Guarapuava, Foz do Iguaçu e Curitiba”, comenta Gabriel Borges, co-diretor artístico do evento.

Presença marcante nas mostras principais

Além da tradicional Mirada Paranaense, que foca em curtas e longas do estado, os filmes locais estão espalhados por outras seções de destaque, como a Competitiva Brasileira, as Exibições Especiais, os Pequenos Olhares, os Olhares Clássicos e o Filme de Encerramento.

Na Competitiva de Longas, o paranaense “Torniquete”, de Ana Catarina Lugarini, se destaca com um drama familiar protagonizado por Marieta Severo, em que três gerações de mulheres compartilham o mesmo teto, buscando reconstruir laços e o sentido de pertencimento.

Já entre os curtas em competição, dois títulos oriundos de Foz do Iguaçu chamam atenção: “Fronteriza”, que retrata o encontro entre dois jovens na tríplice fronteira, e “Ontem Lembrei de Minha Mãe”, que resgata memórias de infância de um homem sem terra.

Panorama diverso da produção paranaense

A Mirada Paranaense, que neste ano reúne filmes de até sete cidades diferentes, apresenta obras que tratam de temas urgentes e íntimos. De questões geopolíticas globais, como em “Notas Sobre um Desterro”, que revisita imagens da Palestina sob a ótica da guerra e do exílio, até narrativas pessoais e sensíveis, como “Bem Me Quer, Mal Me Quer”, que expõe memórias familiares entre mãe e filha, numa busca por cura e reconciliação.

Outros destaques incluem o documentário histórico “Guairacá”, que resgata a figura do indígena símbolo do movimento paranista, e o curta “Dança dos Vagalumes”, que mistura memória e militância ao narrar o retorno de uma mulher ao assentamento onde cresceu.

Também há espaço para o fantástico e o pop, como em “Fabulosas – Operação Aranha”, uma trama sobrenatural protagonizada por uma jornalista travesti que investiga o assassinato de uma amiga numa cidade congelante.

Cinema inclusivo e nostálgico

O festival também abre espaço para obras que inovam na representatividade. É o caso de “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte”, exibido na Mostra Especial, que apresenta a primeira protagonista surda do cinema nacional em uma história de amor e reencontros.

Na seção Pequenos Olhares, voltada à produção infantojuvenil, o destaque é o curta da PUC-PR, “Um Monstro e Meia”, que acompanha uma menina e seu monstrinho travesso enfrentando os dilemas da infância.

Já nos Olhares Clássicos, dois filmes de Frederico Fullgraf restauram a memória dos impactos da Usina de Itaipu nos anos 1980: “Desapropriado” e “Quarup Sete Quedas”, verdadeiros registros históricos da destruição de comunidades e paisagens naturais emblemáticas do Paraná.

Thriller político fecha o festival

O encerramento do festival também será marcado por uma produção paranaense. “Verde Oliva”, longa de Wellington Sari, combina suspense e crítica social ao acompanhar um editor de vídeos que, ao realizar um trabalho aparentemente comum com drones, acaba se envolvendo em uma trama de obsessão, conspiração e paranoia. O filme presta homenagem ao cinema de Brian De Palma, Dario Argento e Alfred Hitchcock e foi inteiramente rodado em locais icônicos de Curitiba, como o Teatro Guaíra, a Galeria Tijucas e a Rua XV de Novembro.

O 14º Olhar de Cinema é uma realização da Grafo Audiovisual, com apoio do Ministério da Cultura e Governo do Estado do Paraná, por meio do PROFICE. O festival conta ainda com patrocínios do setor privado e apoio de diversas instituições culturais locais. Um convite aberto para o público mergulhar na produção audiovisual contemporânea, com um olhar afiado sobre as potências do cinema paranaense.

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