Filme mais visto do Festival Varilux de Cinema Francês de 2023 ganha data de estreia nos cinemas brasileiros

Uma viagem de táxi que marcará a vida do motorista e da passageira para sempre. Assim é CONDUZINDO MADELEINE, de Christian Carion, que chega aos cinemas brasileiros em abril, depois de enorme sucesso no Festival Varilux de Cinema Francês. A distribuição é da California Filmes. 

Madeleine (Line Renaud, da série Dez por Cento) tem 92 anos, e chama um táxi para leva-la à instituição de repouso onde irá morar. O motorista é Charles (Dany Boon, de A Riviera Não é Aqui). Juntos nessa pequena jornada, irão passar por diversos lugares que farão a passageira revisitar o seu passado e os ver pela última vez. 

Carion, que tem em seu currículo filmes como Feliz Natal e Encontro Inesperado, conta que quando leu o roteiro assinado por Cyril Gely caiu em lágrimas. “Todos nós enfrentamos esta questão um dia: o que aconteacerá com nossos pais quando eles envelhecerem? A história de Madeleine saindo da sua casa para ir morar em uma instituição de repouso representa várias coisas para mim. Desde o início eu sabia que o filme foi escrito para Line Renaud“, conta o cineasta. 

Para as diversas cenas dentro do carro, pelas ruas de Paris, o cineasta conta que precisou usar técnica diferenciada pois é muito complicado filmar no tráfego.

Pierre Cottereau, o diretor de fotografia, sugeriu uma tela de sistema LED que ele tinha acabado de experimentar em um projeto para o Canal+. Ele me contou que essa tecnologia está mudando rapidamente e vale a pena tentar. Nós testamos por semanas para ver até onde poderíamos ir, especialmente com o que chamamos de ‘transparências’. Antigamente, colocávamos uma tela atrás do carro e projetávamos cenas nela durante a filmagem. E tudo era feito depois em pós-produção, então a interação era impossível. Aqui fizemos o contrário. As telas já projetavam o trajeto ao redor do carro“.

Renaud define Madeleine como a personagem mais bonita que já interpretou. “Ela também é aquela que mais se parece comigo. Eu tenho a mesma idade de Madeleine, mas isso nem é tudo que temos em comum. Como ela, eu passei por algumas coisas difíceis na minha vida. Eu cresci perto de mulheres como ela na minha família. Madeleine é minha mãe, minha avó e até minha bisavó. Eu as vejo na história da minha personagem.”

Alice Isaaz interpreta Madeleine nas cenas de flashback contando o seu passado, e conta que se sentiu honrada em dividir a personagem com Reanud. “A primeira vez em que a vi foi quando eu estava fazendo a cena em que Madeleine dança com o soldado americano que marcou a sua vida. Line absolutamente queria entrar no set porque a cena a fez lembrar dela mesma no momento da Libertação da França. Nós duas ficamos muito emocionadas, tudo se misturou ao fato de estarmos interpretando a mesma personagem em momentos diferentes“. 

Já Boon vê seu personagem como uma espécie de espelho que reflete toda a vida da protagonista. “Essa mulher que entra no meu táxi está vivendo em uma prisão suspensa momentânea. Quando ela sai de sua casa para ir morar em uma casa de repouso, ela aceita finitude.  Em contraste, Charles luta com a vida, seus problemas. No início, ele está desligado de tudo ao seu redor, vendo o copo meio vazio. Madeleine o ajuda a descobrir quem ele realmente é, a sua ternura, um sentido de prioridades, de vida e de coisas bonitas.”

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