Em sua sétima aventura no mundo de espionagem, Tom Cruise volta a nos apresentar o personagem Ethan Hunt diante de uma tarefa complicada. Aliado a um elenco entrosado, cenas grandiosas e um diretor que parece estar de acordo com o ego megalomaníaco de seu astro de ação, Missão: Impossível 7 – Acerto de Contas – Parte 1 já desponta como forte candidato a melhor filme do gênero em 2023.
Na trama, uma nova tecnologia de espionagem foi criada, mas nem mesmo seus próprios inventores foram capazes de prever o quão inteligente ela se tornaria. Agindo de maneira independente, essa inteligência artificial só pode ser contida com o acesso a duas chaves que abrem a porta para seu código fonte. Querendo impedir que outras nações tenham acesso a esse poderio de espionagem, o governo americano recorre à Força Missão: Impossível para resgatar as chaves.
A ideia, por mais batida que seja depois de seis filmes, ainda é simples o bastante para que o público queira ir ao cinema assistir Tom Cruise em mais uma empreitada de fazer cenas perigosas sem dublê, mesmo já passando dos 60 anos de idade. Muito dessa boa vontade dos espectadores vem do maior trunfo de Missão: impossível: ser uma franquia que sabe o que quer fazer.
Não espere que o filme tenha um aprofundamento de personagens ou até mesmo uma grande curva dramática da trama. O que vemos em tela grande é uma longa sequência de perseguições de carro, tiroteios, lutas e tomadas aéreas. Mas, como já dito anteriormente, esse é o maior trunfo do filme.
Acerto de Contas – Parte 1 é um deleite visual para os fãs de filmes de ação. Seus efeitos, sequências e explosões beiram a perfeição no que se espera desse tipo de cena. Não é exagero dizer que possivelmente 70% do filme se encaixe em uma dessas categorias e sem perder o fôlego. É um perfeito equilíbrio entre fazer o simples dos filmes de ação dos anos 1980 e 1990, mas com uma pitada de megalomania sem perder a mão como alguns filmes de herói ou da franquia Velozes e Furiosos. Mas os 30% que sobram, e talvez o melhor termo para se usar seja a palavra “sobram” mesmo, são um pequeno calo no sapato de Missão: Impossível 7.
A primeira parte ruim desse excedente do filme é justamente seu tempo. Com quase 3 horas de duração, Acerto de Contas derrapa sempre que sai de suas cenas de ação e seus diálogos tentam ser longos para adicionar uma dramaticidade inexistente no roteiro. O último terço do filme talvez seja o que mais sofra com isso por acontecer logo em seguida do maior momento de dramaticidade do filme, soando como um apêndice desnecessariamente extenso.
O que acaba mantendo o equilíbrio e evitando com que as cenas mais introspectivas sejam maçantes é o carisma dos atores e o entrosamento do elenco. A equipe formada por Tom Cruise, Simon Pegg e Ving Rhames desde o terceiro filme, com a adição de Rebecca Ferguson em Nação Secreta, torna mais crível até os diálogos mais clichês. Hayley Atwell chega como a novata e já rouba a cena, trazendo o ar de Mulher Misteriosa e interesse romântico do protagonista que cria uma trama secundária aceitável.
Como seu nome já anuncia, Missão Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 é apenas a primeira metade de uma história a ser contada. Apesar disso, não apela para ganchos de roteiro preguiçosos para fazer com que o segundo filme responda tudo e, ao mesmo tempo, é simples o suficiente para ser a porta de entrada para qualquer pessoa na franquia Missão: impossível.
Nota: 7,5/10
Leia também:
- Crítica | Sede Assassina – Um sussurro bem fraco do que poderia ter sido uma boa ideia
- Crítica | Elementos uma história cativante que já vimos antes
- Crítica | Resgate 2 extrai diversão com uma sequência ostentosa
Já conhece nosso canal do YouTube? Lá tem vídeo quase todo dia. Se inscreve! Dá uma olhada no nosso vídeo mais recente:
Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e também no Google News.
Quer receber notícias direto no seu celular? Entre para o nosso grupo no WhatsApp ou no canal do Telegram.