Crítica | Império da luz: um filme para fãs da magia do cinema

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Um filme sobre a conexão humana e a magia do cinema, essa é a promessa de Império da Luz, filme de Sam Mendes que chegou ao Star+ na última quarta-feira (26). Protagonizado por Olivia Colman, o longa é ambientado na década de 80, em um cinema antigo na costa sul da Inglaterra.

A trama apresenta a história de Hilary (Olivia Colman), uma gerente de cinema deprimida que trabalha no cinema Empire. Seu trabalho é simples, vender ingressos, manter o estabelecimento em ordem… mas Hilary vive em em um estado de profunda tristeza e solidão, apesar de tratar seu quadro depressivo. 

As coisas mudam um pouco de cenário quando o cinema contrata um novo vendedor, Stephen (Micheal Ward), um jovem negro que logo cria uma conexão com Hilary. Enquanto isso, no plano de fundo temos a recessão britânica de 1981, que causou desemprego e racismo no país.

Mas essa trama simples, que acompanha pessoas e problemas comuns numa cidadezinha qualquer, consegue convencer? Nem tanto. Não me entenda mal, não é um filme ruim, mas com uma atriz vencedora de Oscar do nível de Olivia Colman e a direção de Sam Mendes, também vencedor de Oscar e responsável por filmes como ‘1917’ e ‘Beleza Americana’, era de se esperar algo mais consistente. 

Império da Luz tem sim seus méritos, principalmente no que diz respeito ao visual do filme, não é à toa que recebeu indicação na categoria de Melhor Fotografia do Oscar. Também é impossível reclamar do desempenho de Olivia Colman, que realmente consegue entregar muito, mesmo com pouco. 

O longa consegue entregar conexão humana? Sim, de certa forma ele consegue, e é interessante observar a relação de Hilary com as pessoas que a rodeiam, especialmente Stephen. No entanto, Império da Luz não traz apenas um romance, mas toca em pontos como saúde mental, etarismo e racismo. 

E, apesar de trazer temas relevantes, não dá para negar que o roteiro se perde ao propor tantos temas e acaba por tratá-los de forma um tanto superficial. Esse é exatamente o ponto que impede que o filme seja muito bom ou excelente, uma vez que ele nos mostra tantos assuntos em potencial, mas não é capaz de desenvolvê-los de forma satisfatória.

E a magia do cinema? Sim, ela também está presente, mas de maneira sutil. O Império da Luz passa longe de tratar o cinema como Spielberg o faz em ‘Os Fabelmans’ e Scorsese faz em ‘A Invenção de Hugo Cabret’, por exemplo. A magia aqui se mostra de forma diferente, como pano de fundo para a vida de pessoas comuns, que tem um emprego comum 一 e, de certa forma, até entediante 一 num cinema.

Aqui nenhum dos personagens tem uma “paixão insaciável” pela arte do cinema. No entanto, a cena mais brilhante desse filme dita o tom em que o tema “magia do cinema” é tratado aqui: uma válvula de escape. A cena é protagonizada por Hilary, sozinha em uma sala de cinema, assistindo “Muito Além do Jardim”, após sofrer de uma desilusão amorosa. Ali, Olivia Colman e Roger Deakins, Diretor de fotografia da produção, dão um verdadeiro show. Ali o cinema faz sua magia, ao despertar tantas emoções na protagonista, que a fazem esquecer por um minuto de sua própria realidade.

Veredito

O Império da Luz definitivamente não é um filme que vai agradar a todos, mas se você é fã da “magia do cinema” vale a pena conferir e tirar suas próprias conclusões. No mínimo, você será agraciado pelo brilhantismo da performance de Olivia Colman e da fotografia de Roger Deakins. 

Nota: 7/10

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Texto escrito por Bruna Wolff


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